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Kathlen Heloise Pfiffer

Lembranças de uma viagem
Eu estava pensando sobre uma viagem que fiz para Porto Seguro, lembrando de tudo que havia acontecido em uma semana de pura alegria, diversão, e não pude deixar de lembrar sobre algo que fizemos na última noite daquela viagem.
Era uma espécie de brincadeira, em que você tinha que ir até a frente de todos, e pegar um pouco de carinho de um saquinho, e mandar pra quem quisesse.
Como o tempo era curto, muitos deixaram de ir até lá e mandar este carinho.
Bom, eu tive a oportunidade de ir, e mandei para duas pessoas muito especiais que fizeram a minha semana de férias valer a pena.
Duas grandes amigas.
Entretanto, talvez por toda a emoção da despedida, todo o sentimento de saudade que aos poucos ia crescendo, eu acabei mandando este carinho pela metade.
A princípio, acredito que todos nesta viagem estavam com o mesmo pensamento apreensivo, afinal, eram duas escolas diferentes, que pouco se conheciam.
Eu mesma cheguei a pensar que, nunca que ambas iriam realmente se unir.
Acontece que, isso não ocorreu.
As diferenças, ou até mesmo as coisas em comum, fizeram com que nos tornássemos um grupo unido, um grupo que brincava junto, ria junto, enfrentava o cansaço junto.
Alguns mais juntos que outros, outros nem tão juntos assim.
Mas sempre unidos.
E no fundo, foi isso que fez toda a magia da viagem acontecer.
Afinal, o que vai ficar pra sempre na memória, não é somente as festas, os lugares visitados e conhecidos.
O que vai ficar de verdade, é aquela risada de um tombo, é aquele abraço conjunto de felicidade, aquele beijo com carinho, um aperto de mão de fidelidade, um ataque de nervos por causa da roupa jogada no chão.
Vai ficar na memória a invasão dos quartos (das varandas), os devaneios, os planos feitos com afinco pelos grupos, as amizades feitas, renovadas, reforçadas.
Tudo isso é o que levaremos conosco para a posteridade, é o que contaremos para nossos filhos, e quem sabe um dia netos.
E se eu pudesse novamente mandar meu carinho, eu mandaria para todos que fizeram parte da minha semana.
Todos que me garantiram risos, abraços, devaneios, festas, todos que me fizeram sentir especial.
A todos os meus antigos amigos, que só fizeram reforçar meu sentimento por eles, que só fizeram com que eu percebesse o quão importantes em minha vida são, por todo o apoio, todo o companheirismo, todas as parcerias.
Um carinho mais do que especial para os que entraram na minha vida.
Todos que conheci, todos com que junto fiz festa, gritei, pulei, conversei sério também, conheci um pouco além de apenas um nome e sobrenome.
(especialmente aos vizinhos de varanda, que eu incomodei até dizer chega).
Um carinho especial também para aqueles que não conversei muito.
Ora, vocês também fizeram parte de tudo que eu vivi, e vocês também serão lembrados.
Um carinhos a todos vocês que fizeram esta viagem acontecer, pois, ir sozinha para lá, não seria NADA, e sem vocês, não haveria mágica ou lembrança boa alguma na melhor semana da minha vida.
Por fim, aos que leram até aqui, venho fazer um pedido.
Um pedido com carinho.
Durante a viagem, e antes também, ouvi varias vezes a frase: “Sabem quantas pessoas da minha turma de terceirão eu ainda tenho contato Nenhuma.
E com vocês será a mesma coisa.” E sabe o que nós fizemos ao escutar isso Alguns choraram, alguns aceitaram em silêncio, e uns poucos pensaram que não seria assim.
Eu peço a TODOS que pensem que não será assim.
Porque dessa vez, não podemos fazer diferente Porque aceitar que o tempo nos separe, que a vida nos leve para longe Aceitar isso seria assumir que somos fracos, que nada teve real valor, que tudo significará apenas fotos velhas em um álbum.
Não, não pode ser assim.
Não deixem que o tempo leve o melhor de vocês, não deixem que o tempo leve aqueles que lhe serviram de alicerce em sua caminhada, serviram de base na construção de seu caráter.
Não deixe que a vida leve o que de melhor você obteve.
Fica aqui um pedido de uma amiga.
Um pedido difícil, mas não impossível.
08/2008 kety

Pior que a tristeza de um nunca, ou a incerteza de um talvez, é a agonia de um quase.
Com o nunca a gente lida, fica ligado que é melhor nem pensar mais no assunto.
Entende que é melhor procurar por outra coisa, outro alguém, outra cidade.
Com o talvez, a gente convive.
Dá se um jeitinho sempre, afinal, por traz de um talvez sempre tem um não e um sim, ainda resta uma luz no fim do túnel, resta algo ou alguém a quem se prender.
Mas o quase, apenas o quase é complicado, é doído.
Com o quase, a gente vê nossos sonhos indo embora, a esperança acaba, a luz se apaga, falta energia na hora do mocinho finalmente ficar com a mocinha.
Um quase, na vida de qualquer pessoa, é de se desanimar.
A gente sempre se sente incapaz, incompleto, inseguro, insatisfeito.
Um quase não traz vitórias, não deixa o nome gravado na história, ou você já viu uma rua com nome do segundo colocado para presidente É constante ouvirmos pessoas dizerem que quase chegaram lá, mas assim, foi por pouco sabe Mas então eu pergunto: teve resultado, o seu quase fez diferença, ou alguém conseguiu fazer mais que você
Óbvio, não conseguimos ser 100% em nossa vida o tempo todo, nós somos humanos, somos seres errantes, aprendizes, o quase faz parte sim da nossa vida.
Mas não se nega que ele é doido.
Quase passei no vestibular, quase ganhei na mega sena, quase cheguei na hora certa, quase consegui aquela garota, quase que tive coragem para convidá lo para sair Quase, quase, quase De quantas falsas esperanças e quase’s é feita nossa vida
Vou dizer lhes uma coisa.
Uma vez, quase consegui ter alguém especial perto de mim.
Sabe, estava tudo muito certo, muito bem, bem demais.
A gente se completava, ele era o que eu queria, eu via nele alguém interessante, inteligente e bonito, carinhoso e com uma energia contagiante.
O que ele via em mim Boa pergunta, eu quase cheguei a descobrir sabe Não deu tempo.
Eu quase o tive, mas não achei coragem suficiente pra dizer que era isso que eu queria.
Eu quase contei a ele sobre o medo que eu tinha de sua partida, mas não o fiz.
Eu deixei que ele saísse da minha vida, o deixei sair por aquela porta sem nem ao menos tentar impedi lo, tentar dizer como seria bom se ele ficasse.
Eu quase tive amor, um companheiro, um amigo.
Disse bem, quase.
É nessas horas que eu preferiria um nunca.
Nunca mais vamos nos ver, nunca mais vou fazer isso, nunca mais vamos passar por uma despedida.
Ou quem sabe um talvez, talvez ele volte, talvez ele ligue, mande um e mail, talvez apareça numa terça feira pra dizer que não vai embora.
Mas esse quase, esse quase é terrível.
Dá uma sensação de incapacidade, de falta de coragem, de falta de competência.
Um quase na vida de alguém é como uma tempestade negra que chega aos poucos, que não te deixa sair de casa por medo de pegar chuva.
Um quase é o tipo de lembrança que você carrega consigo pro resto da vida, mas que não faz diferença alguma na vida da outra pessoa, afinal, foi apenas quase.
Kety (21/04/08)

Na física não existe amor platônico
Na física não existe amor platônico.
Foi o que meu professor de física disse hoje, em uma daquelas aulas que a última coisa que você quer é estar realmente na aula.
Ele estava se referindo aos elétrons, que quando são atraídos por corpos positivos ou neutros, não os rejeitam.
Na física, que tudo parece ser complicado, a coisa mais impossível de se entender é simples assim.
Quem dera se na vida real esse conceito fosse o mesmo, se tudo fosse uma simples equação do tipo você apaixonado + a pessoa dos seus sonhos = viveram felizes para sempre ao cubo.
Mas, não existem fórmulas, não existem manuais, não existem regras quando o assunto é amor.
A verdade é que a vida é feita de exceções, e não de regras.
Compreender isso leva algum tempo, talvez nunca se compreenda mesmo.
Cada amor por si, é uma exceção.
Ou você realmente conhece aquele típico amor Hollywoodiano Onde o mocinho conhece a mocinha, vivem uma linda história de amor e tudo acaba com um lindo por do sol em cima de uma colina dentro de um daqueles carrões conversíveis.
Não.
Amor que é amor tem brigas, daquelas de jogar vasos um na cabeça do outro, tem muitas D.R’s bem na hora que o mengão entra em campo, tem aquele mau hálito quando os dois acordam, tem os almoços na casa da “sogrinha amada”, tem o dogão da esquina quando se tem somente uns três mangos no bolso pra comer.
E claro, tem também a parte alucinante, a parte de subir pelas paredes pelo outro, a parte da reconciliação pós briga (uma das melhores), tem os filmes de sábado a tarde no inverno, as tardes na praia no verão, os apelidos breguérrimos que os casais insistem em se chamar e por ai vai.
Vai bem longe na verdade.
Cada amor é feito com uma dosagem de loucura, uma de certeza, ou então nenhuma de certeza.
O fato é que o amor é em si uma loucura.
Afinal, não é coincidência demais que, a pessoa da sua vida, apareça justo na sua vida Quero dizer, com tantos outros bares pra ela ir, tantas outras locadoras, tantos outros supermercados ou academias, a tal “pessoa certa” decide ir justo à quitanda do seu bairro comprar amoras às 08h30min da manhã de um sábado que você, por PURA coincidência, foi comprar cebola pra fazer creme acebolado pro seu sobrinho.
Hãn me engana que eu gosto.
Isso não é coincidência meu caro, isso se chama destino.
Ah, então você deve estar pensando: lá vem de novo aquele clichê tão batidinho do destino.
Ah sim, lá vem ele de novo.
Eu acredito em destino, e esta tem sido uma das minhas mais fervorosas crenças.
Digamos que uma das minhas respostas prediletas a tudo (e também o objeto de minha esperança).
Ok, você não acredita em destino Então vamos aos fatos, vamos á Física.
Como foi mesmo que eu disse Na física não existe amor platônico.
Tá legal, não se pode levar isso bem ao pé da letra no universo da conquista, mas vejamos pelo seguinte modo: um corpo tenta atrair o outro, e este só não se atrai se não quiser, ou seja: fica sozinho por pura opção.
Pode até ser que demore um pouquinho pro corpo certo jogar seu magnetismo sobre você e te atrair, mas essa hora chega.
Quando Ah, isso só o destino sabe (é, o clichê de sempre).
Eu ainda estou à espera da pessoa certa, e meu lado romântico diz sim que ele vai chegar e enroscará uma margaridinha nos meus cabelos lisos, fazendo pousar no meu rosto o sorriso de orelha a orelha.
E então eu cederei meus elétrons e nós vamos viver assim, super neutros (só nessa parte), compartilhando elétrons aqui e acolá.
Se na vida real, do contrário da Física, o amor platônico existe, então, também do contrário da física, na vida real existe o destino, destino que por coincidência ou não, faz com que a pessoa da sua vida, uma hora ou outra, apareça JUSTO na sua vida.
;)
kety 06/2008

A justiça tarda, mas tarda demais.
O Brasil é um país onde corrupção tornou se sinônimo de política.
Escândalos políticos há tempos fazem parte do dia a dia nacional e, lamentavelmente, o brasileiro parece já ter se acostumado a isto.
Ouvir no noticiário que algum governante andou burlando leis, fraudando documentos, subornando funcionários, sonegando impostos, já não chama mais atenção.
Não choca mais o ouvido de qualquer pessoa.
Questionam se os brasileiros: em meio a tanta impunidade dos desonestos que pintam e bordam na sociedade de nosso país, até quando a massa aceitará em silêncio tanta desonestidade e falta de punição Até quando o povo aguentará sustentar uma corja de marajás que sequer tem noção das dificuldades pelos quais o país passa A resposta é simples: o povo aguentará enquanto não tiver formação e conhecimento suficiente para da maneira correta intervir e mudar o quadro político brasileiro.
Logo, esta “fiscalização” que o povo pode vir a fazer é praticamente impossível, e se for, está anos luz à frente da realidade nacional.
Com um setor de educação deficiente, a base educacional brasileira vem formando indivíduos que só sabem abaixar a cabeça e contribuir, na maior parte das vezes inconscientemente, com a corrupção crescente, sendo coniventes e esperando que alguma solução divina caia do céu.
Em suma, o Brasil continuará sendo palco de corrupção e escândalos políticos por muito tempo.
Enquanto cidadãos não possuírem base educacional suficiente para terem consciência da sociedade em que vivem e assim estarem condicionados para contestá la, restará ao povo brasileiro a esperança de dias melhores, e a crença no dito popular de que a justiça tarda, mas não falha.
kathlen.

Porque existem certos momentos na minha vida em que tudo muda.
São dias em que eu vou dormir sorrindo e acordo cantando.
Em que eu passo no espelho e arrumo o cabelo, eu saio na rua e escuto os passarinhos.
Eu olho na janela e vejo cores radiantes lá fora.
É nesses dias que eu consigo lembrar que dentro de mim ainda existe uma mulher que consegue ser sedutora, que consegue ser atraente, que consegue chamar a atenção de um homem.
Mas também consigo lembrar da menininha que vive em mim, que precisa de proteção, de carinho, de atenção.
São dias em que não importa se faz chuva, se faz sol, se está frio lá fora.
Porque a verdade é que o constante calor que me envolve torna todos os céus azuis, todas as tardes quentes e todos os dias com uma brisa morna e suave.
São dias que me lembram a canção do mundo, o mistério da vida.
E eu vivo intensamente esses dias, e divido esses dias.
Talvez seus dias também estão um pouco mais coloridos, talvez a música agora também é mais suave.
Mas disso eu não sei.
E também não sei se quero saber.
Gosto do desconhecido, gosto de andar na corda bamba, gosto do extremo.
Acontece que hoje, aqui, o que conta mesmo é cada instante, e cada suspiro de vida.
O resto lá fora não importa mais.
Agora são só dois.
Um estranho par.
Um par de amigos, de inimigos, de amantes, de apaixonados.
Por enquanto, deixa estar.
Vou aproveitando enquanto aquele que veio de um lugar de apenas 2% está por aqui.
Minha porta está aberta, e não me importo mais de o esperar no portão debaixo de chuva.
Porque eu andei milhas e milhas, mas parece que meu único destino é a sua porta.
E se o amanhã me reservar o melhor, eu vou continuar aqui escrevendo sobre os dias em que ando em nuvens.
Caso contrario, também estarei aqui, escrevendo sobre todos os dias em que consegui abrir as janelas do meu corpo e sorrir com candura para o horizonte.
E então eu vou admirar o que fiz no passado, e me sentirei feliz.