Eu queria dizer, de verdade, queria muito mesmo.
Mas é como quando estamos doentes e roucos demais.
A voz não sai.
A mente grita, as ações tentam traduzir de um jeito meio errado, mas as palavras, aquelas que diriam exatamente o que eu preciso, que seriam a melhor expressão do que eu tenho a dizer e a sentir aqui dentro de mim, essas recusam se.
Recusam se a falar mais sobre o mesmo tema.
É monótono mesmo, enfadonho, chato e tedioso.
Vira um monólogo até sem plateia, sobre o qual eu desisti de escrever qualquer roteiro e entreguei à dor o papel principal, junto a todos os troféus possíveis de melhor atuação, porque ela insiste em atuar dentro de mim com uma força, destreza e vontade inimagináveis e que, na verdade, só não podem ser imaginadas porque, de tanto sentir, eu prefiro que seja assim.
Parei de visualizar.
Sentir tanto assim já não deveria bastar