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Fabrício Carpinejar

Não existe dia ruim.
Sempre há chance do dia ser feliz.
Mesmo que seja tarde.
Mesmo que seja de madrugada.
Uma gentileza salva o dia.
Um bife milanesa salva o dia.
Uma gola branca e engomada salva o dia.
Uma emoção involuntária salva o dia.
Nunca o dia está inteiramente perdido.
Não devemos acreditar que uma tristeza chama a outra, que se algo acontece de errado tudo então vai dar errado.
Lei de Murphy não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
Confio no improviso, na casualidade, no movimento das cortinas na janela.
Até o último minuto antes da meia noite, você pode resgatar o contentamento.
É uma gargalhada do filho diante da papinha, transformando a cadeira num imenso prato.
É algum amigo telefonando para confessar saudade.
É sua mulher procurando beijar a orelha mandando sinais de seu desejo.
É o barulho da chuva na calha, é o estardalhaço do sol na varanda.
É encontrar iniciando na tevê um filme que adora e já assistiu cinco vezes.
É oferecer colo ao seu gato.
É planejar uma viagem de férias.
É terminar um livro que abandonou pela metade.
É ouvir sua coleção de LPs da adolescência.
É comprar uma calça jeans em promoção.
É adormecer no sofá e receber a coberta silenciosa de sua companhia.
É a possibilidade feminina de passar um batom e pintar as unhas.
É possibilidade masculina de devolver a bola quando ela sobe a cerca num jogo de crianças
A felicidade é pobre.
A felicidade precisa de apenas um abraço bem feito.
Sigo esperançoso.
Não coleciono tragédias.
Sofro e apago.
Sofro e mudo de assunto, abro espaço para palavras novas, para lembranças novas.
Vejo o esforço da abelha tentando sair do vidro, e não sou melhor do que ela.
Vejo o esforço da formiga carregando uma casca de laranja, e não sou melhor do que ela.
Viver é esforço e nos traz a paz de sonhar – querer não fazer nada é que cansa.
Não existe dia que não ganhe conserto.
Não existe dia morto, dia de todo inútil.
Não desista da alegria somente porque ela se atrasou.
Pode ter recebido esporro do chefe, ainda assim a hora está aberta.
Comer um picolé de limão é capaz de restituir sua infância.
Não encerre o expediente com o escuro do céu.
Pode não ter grana para pagar as contas e ter que escolher o que é menos importante para adiar, ainda assim é possível se divertir com o cachorro carregando seu chinelo para o quarto.
Quando acordo com o pé esquerdo, sou canhoto.
Não existe dia derrotado.
Há quem diga que sonha em preto e branco, outros, que sonham colorido.
Sonhar colorido é muito mais interessante, pois tudo fica mais bonito.
Os sonhos estão aí para definir a vida em cores.
Os otimistas e sonhadores sempre vão dizer que a vida é colorível, mesmo que os sonhos sejam brancos e pretos.
A forma, pela qual todos veem a vida, não muda nada, o importante é que todos possam tornar a vida colorivel, porque o que sonham, seja preto e branco ou colorido, não importa.
O que realmente é importante são os acertos, para que a vida se torne colorida.
Temos que viver colorindo a vida do nosso jeito, isto é, fazer com que a vida seja colorível.
Assim seremos mais felizes.
A vida é muito mais que a exatidão de um preto e branco.
Vai muito além da importância de torná la colorida.
Ela é uma dádiva e, viver plenamente, é um presente irrecusável, assim como é colorir um desenho.
Muitos diriam que, definir a vida em cores, para eles, ela seria preta e branca.
Essas pessoas são muito calculistas, não se interessam muito em colorir a vida.
Os pessimistas diriam que a vida é cinza, não haveria graça em tentar colori la.
Mas os otimistas e sonhadores diriam que a vida é para se colorir, então ela é colorivel.
Podemos seguir nosso caminho, logo, podemos deixar, junto a estes caminhos, uma vida colorida.
Não é porque o papel é branco que deve permanecer branco.
As folhas brancas estão aí para serem coloridas.
E assim é a vida, colorível.
Com os sentimentos de amor vem a bondade, a alegria e a vida se torna branda, bem colorida.
São esses sentimentos que fazem com que a vida seja colorivel.
A vida ganha cor para que possamos apreciá la, para não olharmos para ela e nos sentirmos amargos e infelizes, pois as cores trazem a felicidade.
Se os nossos sonhos forem em preto e branco, devemos fazer com que a vida seja muito mais que em preto e branco.
Devemos dar cor à vida, porque ela é colorivel e ser colorivel é poder ter a oportunidade de colorir a vida.

ATÉ O FIM
Nunca toque numa mulher por tédio.
Nunca toque uma mulher por tocar.
Nunca toque uma mulher para completar uma palavra ou ocupar um silêncio.
Nunca toque para apoiar os medos, cobrir mágoas, equilibrar a nudez.
Nunca toque uma mulher por vingança, por carência, por controle.
Não toque se não pode andar na imaginação, se não tem vontade de segurar sua mão enquanto arde, de emparedar a respiração com os olhos.
Não toque se não está disposto a sofrer, se não está disposto a curar o sofrimento.
Nunca toque uma mulher por imprecisa hospedagem, para breve visita das pálpebras.
Toque se quiser morar, se quiser naufragar pelas janelas, se quiser morrer de ansiedade.
Não toque se não deseja, se não assumiu a ponta dos lábios nos dedos.
Não acorde o corpo de uma mulher se não irá acalmá lo depois.
Não importune a mulher se não sonha em laminar o rosto em sua pele.
Não convoque os seios para despistá los.
Não prenda a cintura se não mergulhará no cheiro.
O toque é uma promessa.
Não se esvazie na repetição.
Não toque se resta dúvida, não toque se vem desistindo da relação.
Não toque uma mulher por luxo, para experimentar uma fantasia, para justificar uma ideia.
Não toque uma mulher porque não tem nada a fazer, se pensava em outro lugar.
Não toque uma mulher por vaidade, para testá la.
Não toque para apenas para se deleitar com o prazer do suspiro, pela glória de vê la excitada.
Não toque uma mulher à toa, por brincadeira, por maldade.
Não desonre a suavidade com a falta de firmeza.
Não toque se não precisa, se não tem urgência.
Até a preguiça tem urgência.
Não toque se não ficará mais tempo, se não pode conversar, se não há como gemer.
Não se sinta melhor do que o tato.
Não se aproxime se não busca deitar.
Não deite se não busca acordar.
Não mexa se não tem como enlouquecer.
Não finja que não chamou, não minta que não ouviu.
Não simule pergunta para fugir da resposta.
Não menospreze a frustração.
Não cumprimente se não abraçar, não abrace se não roçar.
Não toque numa mulher por obrigação, para mostrar virilidade.
Não a incomode com os beijos se não pretender soprar os ouvidos.
Não desperte as contradições, os tremores, se não pretende seguir adiante.
Nunca provoque uma mulher se não vai comê la.

Há sempre uma confusão entre amor, felicidade e paz, como se fossem sinônimos.
Um equívoco é achar que no amor terá paz e felicidade.
Ou na paz terá felicidade e amor.
Ou na felicidade terá paz e amor.
Esqueça a mania de combos e pacotes.
Eu vejo que são ideais que não estão interligados.
Há um contingente treinado para o amor, uma parte para a paz e ainda mais um grupo feito para a felicidade.
A opção surge de condicionamentos, costumes e crenças ao longo da vida, às vezes inconscientes.
Certo é que escolheu um partido sentimental na adolescência, que definirá a natureza de seus relacionamentos dali por diante.
Pode ser a separação dos pais que gera uma obsessão pelo amor ou um temperamento arisco que propicia um apreço pela paz ou a troca constante de residência que cria uma simpatia pela felicidade (improvisar e se aventurar, sem prestar contas).
São fórmulas diferentes de existência, softwares de alma diferentes.
O que provoca o maior confronto no casamento ou namoro.
O casal pode ser formado por aquele que mantém o ideal do amor e aquele que deseja a paz.
E eles não percebem o conflito desde a nascente e o desgaste penoso de comunicação.
Enquanto ela filiada ao amor não tem nenhum problema em se entregar, em ser dependente, em estar perto e realizar planos conjuntos, ele ligado à paz somente aspira à tranquilidade, garantir seu espaço e proteger seus gostos individuais.
A primeira reparte seus mínimos acontecimentos, arruma surpresas e inventa agenda romântica, o segundo é mais quieto e lacônico, pretende permanecer mais na sua rotina, e não entende a costumeira insistência de mais e mais encontros.
Por sua vez, a primeira também não compreende a frieza de seu namorado, que prefere se manter distante alguns dias e horários.
Não participam da mesma conversa e entram em choque.
Um não é melhor do que o outro, apenas não captaram a essência antagônica.
Presos a um consenso de que se gostam, não identificam os objetivos divergentes.
Estão ligados pela convivência, mas separados conceitualmente.
Os ideais de vida são opostos, fazendo com que ambos briguem com frequencia e tenham a sensação de que amam errado (jamais agradando ao seu par). 
As vontades, absolutamente naturais e soberanas, em contato com a companhia, assumem contornos problemáticos de exigências.
Quando as reclamações são por mais tempo lado a lado, a pessoa é do time do amor.
Quando as reclamações orbitam pelo respeito e maior espaço, a pessoa claramente está vinculada ao time da paz.
Quando as reclamações decorrem por mais leveza e menos drama, a pessoa pertence ao time da felicidade.
Um exemplo é quando sua namorada adoece no domingo.
Quem é da ala do amor, mesmo que tenha acordado alegre e disposto a passear, vai se solidarizar a ponto de não pensar em mais nada.
O abatimento dela influenciará o seu temperamento.
Mudará suas pretensões para amparar, confortar e cuidar.
Quem é da ala da paz, seguirá com seus planos, o incidente não alterará seu humor, acredita que ela melhorará e se mostrará atento em caso de alguma necessidade.
Quem é da ala da felicidade, ainda se sentirá ofendido pelo transtorno, já que ela estará estragando sua possibilidade de aproveitar o final de semana.
Sorte é de quem é do amor e encontra alguém do amor, é da paz e encontra alguém da paz, é da felicidade e encontra alguém da felicidade.
Daí, com menos esforço, amor, paz e felicidade são capazes de vir juntos.

Fico feliz que você não atende aos meus telefonemas.
Fico feliz que você deixa minhas mensagens no vácuo, que você espia, não responde e apaga.
Fico feliz com sua disposição em me destruir e não colar os nossos pedaços.
Fico feliz com sua raiva contida, seus protestos secretos, suas exigências sempre misteriosas, sua atitude intransigente.
Fico feliz com seu extremismo, seu isolamento, seu vestido preto e justo.
Seu luto é lindo.
Fico feliz que você me evita, que você nem fala mais de mim, que cansou de sofrer.
Fico feliz que você pode não me escolher, pode me rejeitar.
Não suporto mesmo mendicância.
Fico feliz que você muda os trajetos para não esbarrar comigo.
Fico feliz que você não escuta nossas músicas, arquivou nosso idioma, jogou fora nossos presentes, fotos e bilhetes.
Fico feliz com a astúcia de sua ausência.
Fico feliz que sou como uma encarnação antiga, que não estou em seu corpo.
Fico feliz que não desperto nem saudade fria, nem saudade quente.
Fico feliz que você não olha minhas páginas no Facebook, no instagram, que desapareceu a curiosidade da dor.
Fico feliz que você já passou de ser vítima do desespero para ser dona do seu desespero e manda e desmanda nas palavras e no silêncio.
Fico feliz que você já voltou a sair, a beber, a contar piadas, a conversar com os amigos.
Fico feliz que você pode me ocultar no jardim de sua memória, sem cruz e sinal de pedras.
Fico feliz que você pode fingir que nada aconteceu, fugir do que aconteceu.
Fico feliz com sua resistência, sua força de vontade.
Fico feliz que está resolvida e não acredita em mim.
Fico feliz com sua estabilidade imediata, sua defesa articulada e coesa.
Fico feliz com seu equilíbrio na tempestade, segurando o desaforo, o guarda chuva e o rosto ao mesmo tempo.
Fico feliz que abandonou as lágrimas, o nariz escorrendo, os ouvidos tremendo.
Fico feliz que recolheu as roupas de sua tristeza.
Fico feliz que se tornou decidida a ponto de me evitar, a ponto de me recusar, a ponto de me esnobar.
Fico feliz que você optou por seguir sua intuição, por concordar com suas premonições, por não se submeter a ser menor do que esperava no amor.
Sem metades, sem mentiras, sem meias promessas.
Fico imensamente feliz que você me nega, que você me esnoba.
Fico tão orgulhoso do que o nosso relacionamento nos ensinou.
Você está pronta para mim.
Necessito de oposição.
Necessito de alguém que me desafie.
Necessito realmente de uma mulher forte ao meu lado.

Você tem medo de se apaixonar.
Medo de sofrer o que não está acostumada.
Medo de se conhecer e esquecer outra vez.
Medo de sacrificar a amizade.
Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros.
Medo se o telefone toca, se o telefone não toca.
[ ] Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo.
Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente.
[ ] Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer.
Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta.
Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia.
Medo do imprevisível que foi planejado.
[ ] Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado.
Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente.
Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam.
Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado.
Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele.
Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas.
Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz.
[ ] Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer.
Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção.
Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas.
Medo de que ele não precise de você.
Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira.
Medo do cheiro dos travesseiros.
Medo do cheiro das roupas.
Medo do cheiro nos cabelos.
Medo de não respirar sem recuar.
Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo.
Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego.
Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade.
Medo de não soltar as pernas das pernas dele.
Medo de soltar as pernas das pernas dele.
Medo de convidá lo a entrar, medo de deixá lo ir.
Medo da vergonha que vem junto da sinceridade.
Medo da perfeição que não interessa.
Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida.
Medo de estragar a felicidade por não merecê la.
Medo de não mastigar a felicidade por respeito.
Medo de passar pela felicidade sem reconhecê la.
Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar.
Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou.
Medo de enlouquecer sozinha.
Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha.
Você tem medo de já estar apaixonada.

Dar um Tempo
Não conheço algo mais irritante do que dar um tempo, para quem pede e para quem recebe.
O casal lembra um amontoado de papéis colados.
Papéis presos.
Tentar desdobrar uma carta molhada é difícil.
Ela rasga nos vincos.
Tentar sair de um passado sem arranhar é tão difícil quanto.
Vai rasgar de qualquer jeito, porque envolve expectativa e uma boa dose de suspense.
Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio.
É natural explodir.
Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga.
Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas.
Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo.
Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer.
Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.
Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente".
É despejar, escorraçar, dispensar.
Não há delicadeza.
Aspira ao cinismo.
É um jeito educado de faltar com a educação.
Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes.
Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance.
Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou.
E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo.
Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo.
Deveria dar distância, tempo não.
Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo.
Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo.
Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola.
Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes.
Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo.
Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo.
Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança.
Dar um tempo é tirar o tempo.
Dar um tempo é fingido.
Melhor a clareza do que os modos.
Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir.
Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus.
Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.
Resumir a relação a um ato mecânico dói.
Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora.
Espera se algo que escape do lugar comum.
Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste.
Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois.
Dar um tempo é roubar o tempo que foi.
Convencionou se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência.
Ora, não há maior violência do que dar o tempo.
É mandar matar e acreditar que não se sujou as mãos.
É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo".
O que se adia não será cumprido depois.
(do livro "O amor esquece de começar")