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Textos em Prosa Literariamente

Desatinos do Tempo
O tempo mata da mesma forma que cura e nos traz a vida.
O tempo ama, o tempo odeia.
O tempo dá, exatamente da mesma forma que tira.
O tempo anseia e desdenha.
O tempo é o cheio, o tempo é o vazio.
O tempo traz o tempo leva.
O tempo é glória, o tempo é fracasso.
O tempo é parceiro e inimigo.
O tempo é longo, o tempo é curto.
O tempo engorda o tempo emagrece.
O tempo para o tempo não para.
O tempo é para.
O tempo não é para.
O tempo enaltece, o tempo deprecia.
O tempo nos deixa felizes e o tempo nos deixa tristes.
O tempo é visível.
O tempo é invisível.
O tempo e seus desatinos
O tempo vem o tempo vai.
O tempo é tudo o tempo é nada.
O tempo sobra, o tempo falta.
O tempo deseja, o tempo ojeriza.
O tempo é e o tempo não é.
O tempo é Deus, ateu, gnóstico, agnóstico.
O tempo é branco, preto e colorido.
O tempo tem cheiro e o tempo fede.
Perdemos tempo pensando, ganhamos tempo pensando.
Nós perdemos tempo, mas o tempo não nos perde.
Nós esquecemos o tempo, mas o tempo nunca, nunca nos esquece.
O tempo e seus desatinos.
O tempo é rei para uns e súdito para outros(que pensam que são monarcas).
O tempo é luz e escuridão, é amor, é paixão, é lascívia é um não.
É um sim é um talvez.
O tempo é tudo.
Não temos mais tempo para pensar sobre o tempo, no entanto o tempo está sempre a pensar em nós.
O tempo é macho e fêmea, união e desunião.
Somos caprichos, devaneios, desatinos do tempo
Luciano Calazans.
Salvador, 12/11/2012.

[à mamã]
Talvez um dia possa poupar o coração de tanto atrofiar se em querer abrasar se no voo dos teus braços; deixar os meus lábios arderem na textura do teu rosto até que as palavras que aprisiono na alma, se manifestem, quando engasgo em querer manifestar a sensibilidade que forma caminhos inacabados que passam por cima dos meus hábitos.
Mas, é do teu olhar que me sei olhar.
Olho te e te sei que me sabes e sei o que esperas que te diga mesmo quando a palavra ficasse gasta de tanto ser falada.
Mesmo que te diga e sinta que não seja o suficiente o que te digo em relação ao que sinto.
Tu recebes com toda ternura e traduzes a tua gratidão num sorriso.
No mesmo sorriso que (re)inventa o mundo, que justaposto aos astros nasce o perfume da manhã.
Não digo te: de morrer a fala e falar te sem fala na linguagem do amor que simplesmente te amo, na mesma miragem de crença e gratidão que as feridas amam a dor, porque não aprendera emudecer o medo e dar voz aos sentimentos ressentidos no mutismo. afirmo: cansa caçar o cansaço do tempo.
Para fazer da minha espera uma outra espera que nasce antes que os tambores toquem na madrugada em ritmos simbólicos.
Gostaria tanto fazer ferver o teu sangue, sem que compreendas que fervo de dúvida que ferverás de emoção quando eu souber ser estranho comigo mesmo.
Ignorando o que não venho sabendo de saber fazer.
Não que queira: talvez o meu coração, de carne e sentimento, endureça e ganhe forma de saudades pela tua ausência; e aí, eu desunido comigo mesmo, saia da minha cabeça e fique perto das tuas cinzas, apenas sentimento: sem meu corpo e sem a razão de Costumes e Princípios e te fale, até chore de gritar mesmo, como os brancos fazem nos filmes.
Como os Homens fazem na vida.
Assim não precisarei precisar que me oiças e nem que me olhes com aquele olhar que me sabe bem decifrar antes de falar.