Desatinos do Tempo
O tempo mata da mesma forma que cura e nos traz a vida.
O tempo ama, o tempo odeia.
O tempo dá, exatamente da mesma forma que tira.
O tempo anseia e desdenha.
O tempo é o cheio, o tempo é o vazio.
O tempo traz o tempo leva.
O tempo é glória, o tempo é fracasso.
O tempo é parceiro e inimigo.
O tempo é longo, o tempo é curto.
O tempo engorda o tempo emagrece.
O tempo para o tempo não para.
O tempo é para.
O tempo não é para.
O tempo enaltece, o tempo deprecia.
O tempo nos deixa felizes e o tempo nos deixa tristes.
O tempo é visível.
O tempo é invisível.
O tempo e seus desatinos
O tempo vem o tempo vai.
O tempo é tudo o tempo é nada.
O tempo sobra, o tempo falta.
O tempo deseja, o tempo ojeriza.
O tempo é e o tempo não é.
O tempo é Deus, ateu, gnóstico, agnóstico.
O tempo é branco, preto e colorido.
O tempo tem cheiro e o tempo fede.
Perdemos tempo pensando, ganhamos tempo pensando.
Nós perdemos tempo, mas o tempo não nos perde.
Nós esquecemos o tempo, mas o tempo nunca, nunca nos esquece.
O tempo e seus desatinos.
O tempo é rei para uns e súdito para outros(que pensam que são monarcas).
O tempo é luz e escuridão, é amor, é paixão, é lascívia é um não.
É um sim é um talvez.
O tempo é tudo.
Não temos mais tempo para pensar sobre o tempo, no entanto o tempo está sempre a pensar em nós.
O tempo é macho e fêmea, união e desunião.
Somos caprichos, devaneios, desatinos do tempo
Luciano Calazans.
Salvador, 12/11/2012.