Não é só a razão, mas também a nossa consciência, que se submetem ao nosso instinto mais forte, ao tirano que habita em nós.
Dentro de nós habita a fera adormecida à espera do estímulo que a liberte dessa letargia e faça que os instintos ancestrais da natureza humana aflorem em sua sinistra bestialidade.
Ter opiniões definidas e certas, instintos, paixões e caráter fixo e conhecido tudo isto monta ao horror de tornar a nossa alma num facto, de a materializar e tornar exterior.
O instinto tem a ver com memória e esquecimento.
Dentro de quem escreve e quem lê, há sempre um combate entre a memória e o que esquecemos, e a criatividade tem muito a ver com o esquecimento.
As ideias não têm importância alguma.
As ideias são o uniforme vistoso que se põe aos sentimentos e aos instintos.