Desconfio dos discursos morais dos políticos, da religião.
Se estudássemos as grandes frases morais de pessoas com o poder ao longo da história, veríamos que são muitas vezes prefácios a grandes tragédias.
A melhor maneira de respeitar um autor é fazer alguma coisa com o que ele fez.
Eu adorava que fizessem alguma coisa com o que fiz.
Respeitar é continuar, como se fosse um diálogo, uma conversa.
O instinto tem a ver com memória e esquecimento.
Dentro de quem escreve e quem lê, há sempre um combate entre a memória e o que esquecemos, e a criatividade tem muito a ver com o esquecimento.
O moralismo é a antítese da Literatura.
A Literatura começa precisamente quando recusamos ser moralistas e instintivamente somos perversos.
Quem escreve não pode olhar para onde toda a gente está a olhar, mas para o outro lado.
As grandes qualidades do homem vêem se quando está sozinho.
Mas também os grandes perigos.
O isolamento, no entanto, é essencial.
Guardo sempre uma distância de segurança em relação à política.
A distância permite que possamos fazer coisas que são políticas mas não conjunturais.
Interessa me mais a política do ser humano.