Mas há em cada um de nós, mesmo no maior, um eu inferior, antiquíssimo, bestial, infantil, esquecido, renegado, oculto, refreado amortecido, mas não morto.
Quando os homens se reúnem em multidão, o eu superior anula se e os inferiores, despertados, reconhecem se e assumem a supremacia.
Toda a vida é um mosaico de plágios.
A maioria imita por preguiça, para se poupar o trabalho de procurar e inventar, ou por prudência, que aconselha os caminhos percorridos e as experiências coroadas de êxito.
Quem dá uma parte de si por vantagens pessoais prostitui se como a mulher que atribui um preço à sua docilidade.
Em um ponto o ódio é mais inteligente que o amor: o ódio é capaz de ver o lado bom da pessoa odiada, e o amor é incapaz de ver o lado mau da pessoa amada.
Muitos pescadores de anzol não são mais que filósofos, disfarçados assim para passarem inadvertidos entre os imbecis.
Nenhum gênio se assemelha a outro, mas todos os medíocres são cópias.
A altura separa, a baixeza reúne.
O invejado, verdadeiramente sagaz, serve se da própria difamação para retocar melhor o seu retrato e suprimir as sombras que lhe afetam a luz.
Torna o invejoso, sem querer, no colaborador da sua perfeição.