Rodrigo Ap Mendonça

Behaviorismo
A personalidade, interior e exterior,
É semelhantemente, a cada digital,
Nenhum homem possui uma igual,
De um a outro, ninguém é superior.
A minha visão é invisível e incolor,
E reflete: não há ninguém especial
Não temas, homem provado em dor
Não és inferior, e nem eles, surreal.
Mas, uns ficam, ou, nascem do mal
Eis o behaviorismo comportamental
Não entendas, oh tolo, apenas, sinta.
Quando se apagar a luz do castiçal
E finalmente me veres no juízo final:
Serei vida apagada e vela acendida.

Ninguém explica o amor
O amor tem os seus ciclos
E os ciclos tem as suas fases
As fases tem o seu início
E o início tem a sua passagem
A passagem tem um sentido
E o sentido tem uma margem
A margem tem um destino
E o destino tem uma miragem
A miragem tem um vício
E o vício tem uma roupagem
A roupagem tem um estilo
E o estilo tem uma classe.
A classe tem um infinito
Sigilo de amor inexplicável.

Em questões de amor
Em questões de amor
Eu sou um artista:
Eu conheço de cor a dor
Que na cruz, te crucifica.
Mas, este é o sentido da vida:
Amar, sem nunca ter valor
Beber a água incolor
E se embriagar de alegria.
Em questões de amor
Eu sou a poesia
Que só quer o repouso
Da sua doce escrivaninha
E ao baixar da ventania
Eu serei um outro esplendor.

Compreensão do amor
Não espante o zangão
Por murmurar com a flor
Se antes, não sabes
Da incompreensão do amor.
Não largue o fio
Para não perder o balão.
Nunca mais a terás
Novamente em tua mão!
Não espere perder para dar valor!
Venha pelo amor Não pela dor
Queres melhor saber
Da incompreensão do amor
Curva te a observar sutilmente
O passarinho namorando a flor!

O incógnito do mistério parte 2
Deve haver mais coisas
Entre o bem e o mal
Entre o amor e o ódio
Entre a paz e o caos.
Deve haver outros nortes
Além das estrelas
Da vida e da morte
No viajar dos cometas.
As safiras e os rubis
Ocultados pela poeira
Do eterno brilho a fluir
Nas asas de querubim,
É exaltado sob planetas
E pousados num jasmim.

Amor oculto
Eu tenho um grande amor
Que nunca revelei a ninguém
Pois, ele vai muito além
Dos outros segredos que passou.
Mais de mil pétalas de cetim
São levadas pelo sopor do vento
Ou, pelas asas de um Querubim
Com a escarlata de sentimentos.
Ocultados bem dentro de mim
No existir de todo o momento
Num aspecto solúvel, carmesim
Embrulhado por fora e por dentro.
Este amor nunca terá fim
Enquanto eu continuar vivendo!

Soneto do sonho
Um sonho, nas cinzas do amor
Brotou, em pasmos de sensações
Foram momentos de emoções
No arrepio ápice de todo fragor.
Sob o brilho luar do teu frescor
Ilumina te além e mais as ilusões
Que trazem íntimo o teu horror
E queima te sacrílega a solidão.
Pela noite, quem lhe despertou
Do teu protagonismo de ficção
E o teu belo mundo arrebatou
E levou consigo a linda canção
O vento mal que cinzas soprou
Frias cinzas sob o teu coração.

As cores da vida
O meu grande amor pela vida
É esta grande vida pelo amor
Que a faz ficar mais colorida
E com um outro e melhor sabor.
A vida é da cor que a gente pinta
E existe lápis de toda cor.
Por mim, fora eu lançaria
Os lápis cinzas, pretos e incolor.
Escolheria o lápis cor azul do céu
E o verde, igual da natureza
E a minha vida, no meu papel
Não mais existiria esta tristeza.
E com borracha, sob a mesa
Eu apagaria o meu passado cruel.

Cântico de vitória
Quando eu vencer todas as decepções,
E a minha vida for perfeita e milagrosa,
Ocorrerá no ponteiro último das horas,
Que, não mais me vestirei das ilusões
E nem me espantarei com as solidões
O que será do fútil diante desta glória
Apressa te, agora, oh vento da aurora
E arrebate as folhas das superstições
Não me deixe no sombrio acaso do só
Nesta mar com turbilhões de tubarões
Oh, incessante vida.
Tu que és Faraó
Considerai, portanto, as murmurações.
O meu comodismo é um apenso da dó
Mas, quando eu vencer, lamentações
Que será de vós, oh, tristes tribulações
Eia, todas prostradas nas cinzas do pó.

As minhas estações parte 1
Para Natalia Taves Pires
Aurora do outono
Olha o poeta com um tom de abandono,
E outro de avanço:
O inverno está chegando!
Uma friagem cáustica se aproxima
E é nos momentos de angustia dolorida,
Que se escrevem as mais belas poesias
Ora! Vem crepúsculo da vida:
A primavera em si é um poeta,
Vêm ventando e nos beija na testa,
Sem aviso prévio, parte.
Nem se despede!
Então o crepúsculo traz o Verão.
O fogo da paixão consome o teu coração,
Para te enganar da solidão.

As mil faces do Brasil
Elefantes nas nuvens tocavam trompetes
No auge da glória, para me ver passar.
De Bolsonaro até Juscelino Kubitschek
À Teodoro da Fonseca, a nos propagar.
Floriano Peixoto, e Prudente de Morais
Eu vejo o Brasil dentro da casca do ovo.
De 1964 à 1985 foi o sopro de renovo
Campos Sales, Rodrigues Alves, e ais.
Elefantes nos trepidam: Afonso Pena,
Nilo Peçanha, e Hermes da Fonseca,
Venceslau Brás Ah! quantas facetas
Já nos submergiu, em nosso sistema.
Eia: Rodrigues Alves e Tancredo Neves
Seguiram a derradeira escolha, destino
Delfim Moreira, Carlos Luz, Café Filho,
Ouvem o estrondo ribombar dos trompetes!
São heróis da Pátria Epitácio Pessoa,
Artur Bernardes, e, Washington Luís
A cada discurso, a tromba nos entoa
A história sem arcano do nosso País.
Ora, que direi pois, de Júlio Prestes
E Tasso Fragoso, Isaías de Noronha
Mena Barreto Foi uma era medonha
A nação floria douta glória principetes
E quanto ao suicídio de Getúlio Vargas
Eis José Linhares, Eurico Gaspar Dutra
Jânio Quadros.
figuras puras pútridas
Nereu Ramos, Ranieri Mazzilli: adarga
Uma forte armadura, em cujas couraças
Da história, vêm a tona ou se ocultam
João Goulart, Ranieri Mazzilli, e graças
Ou desgraças, Castelo Branco.
Escultam
O som que nos soa é genuíno ou é apócrifo
Destes paquidermes, ressalta: Costa e Silva,
Junta Provisória Governista de 69 é insígnia
Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, logogrifo
Eis o recrudescimento do regime militar
Ao seu apogeu, e, depois, à sua ruína
José Sarney, Fernando Collor toxina
Os corações palpitaram de tanto amar
E, o ciclo de Fernando Henrique Cardoso
João Figueiredo, Itamar Franco sombrio
Dilma Rousseff e Lula, socialismo caridoso
E Michel Temer, são as mil faces do Brasil

Breve relato de Regente Feijó parte 1
Ser de Regente Feijó
É viver para deixar o Brasil melhor.
Por estas ruas, nunca estás sós
Tem a poeira dos teus pés e o seu suor
Os teus júbilos, tuas vitórias e histórias
Teus dias de lutas Teus dias de glória
Esta rua dos meus sonhos,
Dos meus eternos encantos
Hoje é a rua do meu descanso!
Para vocês, é do espanto:
Eu já não sei se estou andando
Ou, se é o vento que está me levando.
Só sei que, ao chegar ao fim deste caminho,
Serei mais um remanescente!
Então, terei seguido o destino
De todo Regentense.
E a luz da minha estrela,
Será ainda mais resplandecente!

Soneto do amor
Amor, amor em prosa
Prosa, prosa em vida
Vida, sabor amorosa
Amorosa poesia.
Poesia o caldo engrossa
Engrossa e esvazia
Esvazia e vai embora,
Vai embora e volta um dia.
Um dia, nesta hora
Aquela velha ventania
Sopra para fora
As verdades e as mentiras.
As mentiras leva embora
E as verdades sempre ficam.

Recôndito
Enquanto o homem fazia a sua rotineira caminhada pela manhã, a velha pedra dentro do seu tênis vinha causando um tremendo alvoroço para o mundo deles, era um ritmo incessante, selvagem, de uma festa que sabe Deus dos seus limites.
Para o homem, era um mero barulho irritante.
E quando ele tirou aquela pedra da sola do seu tênis, e a depositou à beira do caminho, sem ao menos notar que estas pedras de rua acendem se todas as madrugadas, pois, são pequeninas e discretas, misteriosas luas não obstante, para o universo deles são astros gigantescos, avassaladores se ao menos ele tivesse sentido o seu coração palpitar, não teria novamente voltado naquele lugar para fazer as suas quotidianas caminhadas.

O exórdio do âmago
Meus poetas, a nossa revolução é interna, pequena e demorada: lançamos uma semente em terra alheia.
Em breve, nascerá um pequeno broto.
Um dia, este broto se transformará num eucalipto.
Então, virão os bárbaros contemporâneos e cortarão, com o machado da ignomínia e da ignorância intelectualizada, a nossa árvore da vida.
Não obstante, o nosso sangue, (moléculas milagrosas) servirá de adubo para que novos ramos surjam, e fluam um jardim, tal como foi um dia, no paraíso no Éden.