O calor sufoca.De pouco em pouco,Fogo e fumaça.
De uma casa brancaNo meio da encosta da montanhaSobe um fio de fumaça.
Cidade natal:Até as flores do espinheiro,No mesmo lugar.
Porque não sabemos o nomeTenho de exclamar apenas:"Quantas flores amarelas! "
Entre as antenasE as casas todas iguais Quaresmeiras!
Não há comidaE as moscas se ocupamEm fazer mais moscas.
Ao pôr do solO brilho humildeDas folhas de capim.
Azul e verde e cinza Olhando bem, o céuÉ de todas as cores!
Pelo espelho do carro,Os campos que outrora foramA casa do avô.
Ao longo da estrada:"A próxima descida traráMais quaresmeiras em flor! "
Na casa do avôHavia tantos pernilongosEm noites como esta!
Nem laranjas, nem café:Apenas canaviaisSob um céu vazio.
Às dez da manhãO cheiro de eucaliptoAtravessa a estrada
À beira da estradaCom o pêlo tão sedosoO cachorro morto.
Também para elesEstá chegando o natal Ah, os leitõezinhos