Ruído de chinelosNo quintal do lado Mas que calor
Ao virar a esquina,Saindo de trás do prédio A lua cheia.
Entre os mugidos do gadoE o cheiro de capim,Nasce a lua cheia.
Ao sol da manhã,Imóvel como se dormisse,A coruja no fio.
Casebres todos pintadosNa fazenda Cambuí Como é bom estar aqui!
Choveu há pouco O sol baixa das nuvensFinas cortinas de névoa.
Os grilos cantamApenas do meu lado esquerdo Estou ficando velho.
Mesmo o velho eucaliptoParece feliz Névoa da manhã.
A serra em chuva.Sob o sol poenteComo não agradecer
Chove de novo As vacas e os carros Devagar, em fila indiana.
Perfume de pinho Nascem, no fumante convicto, Firmes projetos de saúde.
Demorou este ano, mas de repente, em toda a parte Primavera!
A princípio: O que é aquilo , Mas depois Campos de arroz!
Pelo espelho do carro, Os campos que outrora foram A casa do avô.
Na casa do avô Havia tantos pernilongos Em noites como esta!