À beira da estrada Com o pêlo tão sedoso O cachorro morto.
Manhã de frio Com o agasalho, visto Saudades de minha mãe.
Com o vento frio percebo: Semanas e semanas Sem ouvir insetos.
A chuva parou Na voz do pássaro, Que frio!
Manhã de frio.Se fosse menino escrevia Meu nome no vidro.
Árvores da infância E depois a monotonia verde Dos canaviais
Não há comida E as moscas se ocupam Em fazer mais moscas.
Cidade natal: Até as flores do espinheiro, No mesmo lugar.
Também para eles Está chegando o natal Ah, os leitõezinhos
A velha ponte No pó ajuntado entre as tábuas, Brota o capim.
O chofer de táxi Meu pai também, nos dias quentes, Assobiava assim.
Em toda a longa viagem, Só agora encontrei Um cafezal!