Em toda a longa viagem,Só agora encontreiUm cafezal!
A serra em chuvaSob o sol poente Como não agradecer
A chuva passou.A noite um instante voltaA ser fim de tarde.
Crescem mais pêlosNas minhas orelhas Mais um ano chega ao fim
Tardes de Cuiabá:Garças e periquitosVoando pra noroeste.
Os pássaros cantamMonotonamente Feriado do ano novo.
Mesmo com fome,Não se apressa como as outrasA galinha manca.
Manhã de frio Com o agasalho, vistoSaudades de minha mãe.
O sol se põeSobre o riozinho sujo Ah, infância!
Árvores da infância E depois a monotonia verdeDos canaviais
Tão pequenaE desbotada de chuvaA casa da infância!
Trezentos quilômetrosPara não vos contemplar Mangueiras da minha infância!
O bebê resmunga Zune nas venezianasO vento do inverno.
A chuva parou Na voz do pássaro,Que frio!
Manhã de frio.Se fosse menino escreviaMeu nome no vidro.