Com o vento frio percebo:Semanas e semanasSem ouvir insetos.
Tarde de inverno:Sobe do fundo dos valesA sombra das montanhas.
Sob a névoa fria,O cemitério da vilaCercado de ciprestes
PardaisNo meio da garoa Está chegando o inverno.
A igreja brancaSufocada entre eucaliptos Aldeia de minha mãe
Demorou este ano,Mas de repente, em toda a parte Primavera!
Dentro da mata Até a queda da folhaParece viva.
Apenas vós,Árvores de tronco branco,Me garantis que retornei.
Parou de chover:No ar lavado, as árvoresParecem mais verdes.
A porteira bate Do meu lado esquerdo,A lua de verão.
O chofer de táxi Meu pai também, nos dias quentes,Assobiava assim.
Perfume de pinho Nascem, no fumante convicto,Firmes projetos de saúde.
Acordo molhado de suor O sonho do banhoNo tanque do quintal!
Quando a chuva páraPor uma fresta nas nuvensSurge a lua cheia.
Limpo o rosto na camisa O vento começa a trazerAs primeiras gotas de chuva