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Maria Alice Guimarães

PODEROSAS
Quem gosta de liberdade tem que aprender a conviver com a solitude.
Ela pode ser uma boa companheira.
Basta experimentar.
Vale a pena.
Diferente da solidão que carrega o estigma de ser triste, de ter cheiro de abandono, a solitude é amena e é uma opção pessoal, coisa de mulher moderna.
De mulher poderosa, como se diz por aí.
De todas as idades, mas principalmente as maduras, que já aprenderam as duras lições da vida, essas moças bonitas, charmosas e atraentes dirigem seu próprio carro comprado com o esforço de seu trabalho, viajam sozinhas, vão da cozinha ao cinema sem medo de ser feliz.
Tudo isto ostentando um belo sorriso emoldurado por uma boca pintada com batom vermelho.
Vestem roupas da moda, primam pela qualidade, abanam cabelos sedosos ao vento deixando atrás de si um rastro de perfume francês.
Pagam suas despesas com cartões de crédito que exibem nas mesas dos bares e restaurantes onde almoçaram, jantaram ou apenas tomaram uma cervejinha gelada.
Sem nenhum constrangimento por exporem ao mundo sua solitude.
Para essas sacerdotisas contemporâneas seu templo é o mundo e nele não há clausuras.
Não lhes falta amigos, familiares e namorados, mas preferem dividir a alegria de viver consigo próprias e com ninguém mais, como uma espécie de desagravo às suas ancestrais amordaçadas.
Nada de egoísmo, apenas usufruir daquela sensação gostosa de”sentir se donas de seu próprio nariz”.
Já foi se o tempo do “eu só vou se você for”.
E olha que não faz tanto tempo assim que mulher nem era cidadã, não votava, não tinha CPF nem carteira de motorista.
Fumar, então, era coisa de mulher dama (como eram chamadas as prostitutas).
Beber, só refrigerante, usar calças compridas um escândalo.
Tudo coisa do passado, graças a Deus.
Hoje já se pode dizer que as mulheres são livres, mesmo que ainda haja quem se preste a discordar.
Concordar ou discordar é de foro íntimo, individual.
O que importa é que a roda da vida girou e faz se necessário viver e fazer se feliz.
Correr riscos faz parte do processo.
Uma geração inteira de mulheres corajosas arriscou sua reputação para que se chegasse até aqui imunes aos falatórios maldosos de poucos anos atrás.
Mulher é fêmea da natureza; livre para voar e buscar o que achar melhor para o seu momento, fazer suas escolhas, trilhar sua estrada.
É preferível colidir com um muro de concreto do que não viver.

ELOÍSA
Que pode ser maior que meu amor por Eloísa
Acredito que o dela por mim.
Ninguém que eu conheça tem, como ela, a capacidade de se desdobrar em amor.
Parece ter vindo de outro lugar, que alguns dizem que existe, e que se chama Planeta Carinho.
Eloísa nasceu numa madrugada fria e chuvosa de julho.
Chegou quietinha sem fazer muito alarde, discreta e meiga, como seria sua vida inteira.
E cresceu livre, com a simplicidade que não se perdeu com o tempo, com o mesmo coração puro, sem vaidades inúteis, sensível e afetiva.
Tornou se mulher.
Mulher exemplo de mãe, de avó, de amiga, de irmã e de filha.
Sua casa é o abrigo de todos.
Sempre tem uma palavra doce, uma conversa amena.
Sabe o verdadeiro significado do que é “ser”.
Nada do que tem é só dela.
Reparte, divide, ajuda e estende sua mão linda e generosa a quem dela necessite.
É, ela tem as mãos mais bonitas que já vi, macias e com dedos longos que terminam com unhas perfeitas.
Por isso tudo é que a coloco aqui, entre estas páginas, muitas delas escritas com lágrimas nos olhos, com o coração apertado pela saudade inevitável do que de bom foi vivido,tanto por mim quanto por ela, onde misturei sentimentos, uns tristes, outros alegres, mas todos vividos de mãos dadas com Eloísa.
Ela nunca me deixou chorar sozinha.
Sempre pegou pra si um pouco das minhas angústias e dos meus desencantos, mesmo que por pura solidariedade na tentativa de amenizar minhas aflições.
Amiga maior, na minha pequena e doce irmã caçula, tão igual a mim, mas tão melhor.
Sei que me ama e me acolhe do jeito que eu sou sem reservas e sem censurar meus atos falhos.
Nem os meus nem os de ninguém.
Com ela tenho todas as garantias.
Sei que possui um lugar especial onde guarda meus segredos e que não deixa ninguém entrar.
Quando Eloísa chegou eu já estava aqui à sua espera.
Acho que Deus mandou a porque sabia que eu precisaria muito dela ou quem sabe meu anjo de guarda não estava dando conta do recado e pediu um reforço.
Maria Alice Guimarães

A MULHER DA MINHA VIDA
Ela foi a síntese de todas as mulheres que já conheci.
A mulher da minha vida.
É isso mesmo.
Não se tem só o “homem da vida”, mas também a “mulher”.
Permitam me falar dela que, mesmo sendo um afeto muito pessoal, quero que todos a conheçam.
A mulher que construiu meus alicerces e de toda sua descendência.
E ela ainda vive, basta procurá la nas mãos doceiras e no jeito especial de ser mãe e avó de Eloísa; no olhar meio que severo e na fidelidade trabalhadora de Diana; na firmeza geniosa de Eliana e, em mim, em tudo que consigo ser de melhor.
Impossível se igualar a ela.
Era e será sempre única, por isto imortal, feita de atitudes grandiosas e intransferíveis.
Uma guerreira que viveu quase um século com dignidade e coragem.
Comigo mais de quarenta anos de amparo, amor e doação.
Um exemplo de vida, Com ela todos se sentiam especiais.
Sabia validar cada um com a palavra certa.
De porte pequeno e magro, comia pouco, quase nada, mas produzia fartura com suas mãos calejadas pelo trabalho árduo de todos os dias, sem se queixar.
Depois que ela se foi nunca mais o pão teve gosto de erva doce, como o que ela fazia no forno à lenha, nem os doces cuidadosamente elaborados, sempre em fogo baixo para não queimar, ensinava ela.
Nossos filhos, seus bisnetos, todos foram enrolados em mantas de crochê tecidas cuidadosamente, ponto a ponto nas poucas horas que dispunha para descansar.
Tirava da terra quase tudo de que precisava para o sustento da grande família de quem era matriarca.
Tudo que vinha dela era repassado de amor, carinho e doação.
Poucas vezes a vi chorar.
Não queria nos atingir com a própria tristeza para que nada nos perturbasse.
Sentia se responsável por nós, como zeladora incansável.
E era.
Quando ficávamos doentes, com um simples chá de erva cidreira, um escalda pés e um paninho quente no lugar da dor, nos deixava curados, prontos para voltarmos às travessuras no dia seguinte, como num passe de mágica.
A magia da cura instantânea vinha do amor que colocava em tudo que fazia.
Na verdade era o poder do amor e da confiança que tínhamos que assim estava certo e pronto.
Quando penso nela como mulher, não consigo colocá la em nenhum parâmetro feminino que conheço.
Foi mulher de um homem só e muito jovem perdeu seu amado.
Falava dele e nos contava como era.
Sem saber preparou nossa memória para que um dia pudéssemos contar aos nossos descendentes de onde viemos.
Foi fiel à sua memória enquanto viveu.
Não conheceu a vaidade, era simples no trajar e na forma de pentear os cabelos presos à nuca, brancos e lisos.
Se eu ficar falando nela, na vida que viveu, da fortaleza sensível que era, de seu legado de amor, com certeza teria que escrever um livro com muitas e muitas páginas.
Acho que não conseguiria fazê lo.
Apenas quero homenagear esta mulher, que foi a mulher da minha vida e a sorte que tive em tê la ao meu lado.
É justo que dedique a ela a singeleza do meu primeiro livro, à vó Geca, que mesmo sabendo apenas desenhar seu nome foi minha primeira professora e me ensinou, numa antiga lousa que fora dela a muitos anos, como escrever letra por letra todo o alfabeto.
Vó te dou de presente minhas “CONVERSAS DE DOMINGO”.
Maria Alice

A MULHER DA MINHA VIDA
Ela foi a síntese de todas as mulheres que já conheci.
A mulher da minha vida.
É isso mesmo.
Não se tem só o “homem da vida”, mas também a “mulher”.
Permitam me falar dela que, mesmo sendo um afeto muito pessoal, quero que todos a conheçam.
A mulher que construiu meus alicerces e de toda sua descendência.
E ela ainda vive, basta procurá la nas mãos doceiras e no jeito especial de ser mãe e avó de Eloísa; no olhar meio que severo e na fidelidade trabalhadora de Diana; na firmeza geniosa de Eliana e, em mim, em tudo que consigo ser de melhor.
Impossível se igualar a ela.
Era e será sempre única, por isto imortal, feita de atitudes grandiosas e intransferíveis.
Uma guerreira que viveu quase um século com dignidade e coragem.
Comigo mais de quarenta anos de amparo, amor e doação.
Um exemplo de vida, Com ela todos se sentiam especiais.
Sabia validar cada um com a palavra certa.
De porte pequeno e magro, comia pouco, quase nada, mas produzia fartura com suas mãos calejadas pelo trabalho árduo de todos os dias, sem se queixar.
Depois que ela se foi nunca mais o pão teve gosto de erva doce, como o que ela fazia no forno à lenha, nem os doces cuidadosamente elaborados, sempre em fogo baixo para não queimar, ensinava ela.
Nossos filhos, seus bisnetos, todos foram enrolados em mantas de crochê tecidas cuidadosamente, ponto a ponto nas poucas horas que dispunha para descansar.
Tirava da terra quase tudo de que precisava para o sustento da grande família de quem era matriarca.
Tudo que vinha dela era repassado de amor, carinho e doação.
Poucas vezes a vi chorar.
Não queria nos atingir com a própria tristeza para que nada nos perturbasse.
Sentia se responsável por nós, como zeladora incansável.
E era.
Quando ficávamos doentes, com um simples chá de erva cidreira, um escalda pés e um paninho quente no lugar da dor, nos deixava curados, prontos para voltarmos às travessuras no dia seguinte, como num passe de mágica.
A magia da cura instantânea vinha do amor que colocava em tudo que fazia.
Na verdade era o poder do amor e da confiança que tínhamos que assim estava certo e pronto.
Quando penso nela como mulher, não consigo colocá la em nenhum parâmetro feminino que conheço.
Foi mulher de um homem só e muito jovem perdeu seu amado.
Falava dele e nos contava como era.
Sem saber preparou nossa memória para que um dia pudéssemos contar aos nossos descendentes de onde viemos.
Foi fiel à sua memória enquanto viveu.
Não conheceu a vaidade, era simples no trajar e na forma de pentear os cabelos presos à nuca, brancos e lisos.
Se eu ficar falando nela, na vida que viveu, da fortaleza sensível que era, de seu legado de amor, com certeza teria que escrever um livro com muitas e muitas páginas.
Acho que não conseguiria fazê lo.
Apenas quero homenagear esta mulher, que foi a mulher da minha vida e a sorte que tive em tê la ao meu lado.
É justo que dedique a ela a singeleza do meu primeiro livro, à vó Geca, que mesmo sabendo apenas desenhar seu nome foi minha primeira professora e me ensinou, numa antiga lousa que fora dela a muitos anos, como escrever letra por letra todo o alfabeto.
Vó, te dou de presente minhas “CONVERSAS DE DOMINGO”.
Maria Alice

Conversas de domingo
Uma coisa é o que se é, outra é o que os outros pensam que somos e outra é o pensamos que somos .
Isso dá a dimensão da complexidade humana.
Conhecer se é uma tarefa muito complicada.
Para muitos até impossível, pois demanda em se estar aberto à visão dos nossos próprios defeitos,
coisas que não gostamos de admitir, principalmente diante dos outros, mas também para nós
mesmos.
Nossa tendência é sermos complacentes com nossos defeitos e ver nossas qualidades em primeiro lugar.
Isso nos torna vulneráveis.
Somos educados para o certo e o errado e aí a flexibilidade é mínima .Aquilo que nos ensinam desde a infância é a mala pesada que carregamos pela vida afora.
Chega a hora que o peso torna se insuportável e precisamos aliviar a bagagem, senão como viver
Poucas são as pessoas que conseguem buscar dentro de si a coragem suficiente para aliviar esse peso, transformado com o tempo em culpas e medos, dois perigosos acompanhantes que nos perseguem por toda vida.
Quanto mais culpas mais medos.
É o terror instalado nas pessoas impedindo as de viver suas experiências, de usufruir de seu direito à liberdade e consequentemente de serem felizes;
Foi assim comigo e acredito ser com todo mundo.
Tive que aprender a diminuir a carga da minha mala.
Muitas vezes me desfiz de peças que mais tarde percebi que faziam falta, mas só restava perguntar a mim mesma em que ponto do caminho eu as havia jogado fora e em que lugar estariam hoje e, se as encontrasse, qual seria o estrago que o tempo fizera nelas..
Melhor seguir adiante e tentar acertar.
Eu disse "tentar”, pois é isso que se faz.
É muito difícil ter –se certeza do caminho a seguir, da escolha melhor a ser feita em dado momento.
Há quem diga "que a vida é simples como um copo d'água" mas os conceitos que a educação nos impõe não nos permitem essa simplicidade toda.
Acabamos por nos enredar na teia que primeiro nos é imposta e depois nós mesmos a reforçamos, com receio da opinião dos outros a nosso respeito.
Uma das primeiras lições que nos ministram é a da subserviência, como se nossa sobrevivência dependesse do que pensam ou deixaram de pensar sobre nós.
Livrar se disto é onde reside a diferença que fará com que o resultado se altere mesmo que a longo prazo.
E assim a vida vai se desenrolando.
O tempo passa, as marcas que ele deixa em nosso rosto aumentam, a mala até já não nos parece mais tão pesada.Mesmo que nossas forças já não tenham o vigor da juventude ,agora temos o suporte que vem da sabedoria, da vida curtida .Já não nos preocupa tanto a opinião alheia e tudo fica meio que parecendo ter sido em vão..
Mas é assim que é .Uma trajetória que nos torna pessoas melhores.Não há involução, afirmam os estudiosos.
Não há como escapar das lições da vida., e neste processo de aprendizagem contínua é que formulamos os conceitos acerca de nós mesmos.Cada um de nós pensa algumas coisas de si, muitas vezes inconfessáveis.
Temos medo de admitir quem somos perante o outro.
Evoluir é também despir se sem medo e sem culpa, é dizer a si mesmo que se conhece, que se percebe, que se admira e se admite.
Nem melhor nem pior que seu vizinho de estrada, mas como alguém que soube a hora certa de jogar fora o que mais pesava na sua mala.