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Jorge Nicodemos

Não é fácil conviver com uma memória que é vista como um caso perdido.
Eu vivo esquecendo das coisas, com uma facilidade fora do comum.
Mas veja bem, não é por mal.
Ela apenas faz uso do seu direito de escolha.
E quanto a isso, eu quase nada posso fazer.
Confesso que por muito tempo e por tanto ter escutado críticas a respeito desta bendita memória, eu passei a vê la como algo ruim.
Uma parte de mim que não merecia nem mesmo um espaço pequenino no letreiro final do filme da minha vida.
Felizmente, todo o contexto mudou, quando, um dia, eu me dei conta de que sim, existe o outro lado da moeda.
E foi por observá lo com um pouco mais de calma que eu me dei conta de que se apaixonar exige um pouco de esquecimento, também.
Outro dia eu vi uma foto bastante simples, mas que me chamou a atenção.
Nela, uma mulher se encontrava sentada, encostada numa parede, e ao seu lado existia uma frase que dizia: “Para conquistar uma mulher, você precisa estar disposto a perdê la.”
No primeiro olhar, a ideia central até passa despercebida.
Mas quando se observa uma segunda vez, mas agora com um pouco mais de cautela, é possível perceber que a frase faz muito sentido.
Nós, homens, temos o péssimo hábito de investirmos grande parte do – senão todo – nosso potencial, na conquista da mulher desejada.
E nesta jornada não costumamos medir esforços para obter o seu “sim, eu aceito! ”, como uma espécie de troféu pelo empenho.
O problema é que após ouvi lo (ou recebê lo por outro meio), grande parte desse todo, acaba embarcando na tendência do comodismo.
Na mente masculina, a ideia de ter recebido o sim já parece suficiente para mantê la (conquista) sob uma espécie de custódia, pelo resto da vida.
Naturalmente isso acaba gerando um problema de dimensões incalculáveis, visto que, na cabeça da mulher, o “sim, eu aceito! ”, representa apenas o início de uma – nova – vida, e não o todo, como acontece na cabeça do homem.
E é ai que entra a utilidade do esquecimento.
Quando um homem tem a oportunidade de acordar pela manhã e ver ao seu lado a mulher que, apesar de todos os defeitos tão naturais da raça humana (isso inclui os dela), sempre esteve ao seu lado, aceitando o como é e respeitando o pela mesma razão, muitas vezes até deixando seus sonhos e suas metas de lado para acompanhá lo onde quer que ele fosse, não como uma visão distorcida de submissão, mas como prova de lealdade ao compromisso firmado quanto á permanência na saúde, na doença e afins, ele precisa abandonar aquela falsa ideia de que o sim era o todo, e lembrar se sempre de que aquele foi apenas o ponto de partida.
Então, irmão, se você tem a oportunidade de viver a experiência de reencontrar alguém que segure na sua mão pelo prazer de estar ali, esqueça a ideia de que o sim você já recebeu e que tá bom assim.
Esqueça que no dia dos namorados você disse que a ama (caso a ame, mesmo! ), e faça a sua parte para que ela, vez ou outra, acabe encontrando o caminho que a faça relembrar como é gostoso sentir se amada na segunda pela manhã, na quarta á tarde, no meio da madrugada do sábado para o domingo e assim por diante.
Esqueça aquele tom de voz meio azedo, quando ela não estava muito bem contigo, consigo ou com o mundo, e procure usar esta oportunidade para ressaltar o que ela tiver de mais bonito e que talvez só você veja porque somente a você foi entregue a chave de acesso ao que ela tem de mais sagrado.
Enfim, tudo o que você precisa fazer para que ela continue lhe vendo como seu melhor amigo e porto sempre seguro, é lembrar se de que a manutenção do brilho nos olhos da sua mulher, depende da decisão diária por ficar.
E isso exige atitude.
Então, lembre se: “O pior erro de um homem é deixar que outro homem faça sua mulher sorrir.”

Talvez um dia alguém lhe escolha como anjo da guarda.
E esta decisão não será baseada na ilusão de que você possui super poderes, mas sim na certeza de que, como nenhuma outra pessoa, você consegue fazê lo(a) enxergar e compreender o outro lado da dor.
Aquele onde fica guardado, muito bem escondido, o ensinamento que todo sofrimento sempre traz na sua bagagem.
E mesmo sabendo que nem sempre terá o que dizer, você sentirá orgulho por ser um porto seguro para alguém que compartilha a vida sem receio de que você o(a) veja desprovido(a) das suas guarnições.
Alguém representado agora por milhares de fragmentos do que um dia já foi fortaleza.
Você será aquela pessoa que logo virá em mente quando ele(a) precisar repousar a alma cansada de bancar a durona.
E será chamado(a) (ou procurado) sempre que o seu colo carregado de ternura for o travesseiro indispensável para transmitir a sensação real do acolhimento.
E eu entendo que em determinadas situações, tudo o que queríamos era ter uma carta extra na manga.
O dom de tocar naquela vida e instantaneamente extrair toda a dor que existir, deixando espaço apenas para suaves prestações de uma felicidade que por ora lhe parece distante.
Mas para ser um anjo da guarda não é preciso mais do que a disposição para ouvir o que o coração já não suporta guardar sozinho, a serenidade para orientar até onde lhe é cabível e a sensibilidade para perceber quando os braços abertos se fizerem a mais confortável moradia para uma vida cansada.
Se o seu dia de anjo da guarda, chegou, agradeça.
Nunca se sabe quando o nosso pouquinho será tudo o que alguém pode estar precisando.
"Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica."

Ainda sobre o senso de humor da vida, me peguei pensando naquela frase que diz: “Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele.
Guardei a minha no bolso.
E fui.”
A citação é da Clarice Lispector, mas o sentimento que move tanta energia, é de pessoas comuns, que em algum momento da vida se agigantaram quando tomaram a simples decisão de salvarem o mundo.
No início elas mal sabiam qual caminho deveriam tomar.
Por algumas oportunidades até pensaram em desistir, mas num momento de distração, viram diante de si a oportunidade de iniciarem as atividades, justamente salvando o dia do próximo, mais próximo.
Custou pouco.
Algumas vezes, apenas uns minutos de ouvidos atentos.
Algumas trocas de olhares em silêncio.
Ou, talvez, apenas um abraço sem pedido e nem pretensão maior que a de fazer o bem, sem olhar a quem.
Existem aqueles dias nos quais a gente sente que nem deveria ter saído da cama.
São tantos desencontros entre as nossas vontades e os resultados obtidos, que só conseguimos reforçar o desejo de ficarmos em casa e assim evitarmos qualquer tipo de situação que venha a nos aborrecer ainda mais.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas.
Quem um dia se desiludiu amorosamente e jurou de pés juntos que nunca mais se entregaria aos encantos da paixão, tempos mais tarde veio a descobrir que, assim como (bem) disse a Fernanda Mello: ”( ) quando a gente para de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente, aparece”.
Quem um dia perdeu a fé em si mesmo, afirmando para os quatro cantos do mundo que não passava de um peso morto, um dia se viu como a única pessoa capaz de estender a mão para ajudar justamente quem mais agarrou a chance de lhe humilhar.
E assim semeou nobreza em forma de humildade.
Tenho aprendido que a gente floresce de dentro para fora.
Que aos poucos a gente vai se aproximando de quem verdadeiramente somos.
E que um dia – cada um no seu ritmo – chegaremos no ponto mais alto de nós mesmo e então respiraremos macio por termos nos tornado, finalmente, gente grande.
07 02 2015

Ainda sobre o senso de humor da vida, me peguei pensando naquela frase que diz: “Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele.
Guardei a minha no bolso.
E fui.”
A citação é da Clarice Lispector, mas este sentimento que move tanta energia, pertence ás tantas pessoas comuns, que em algum momento da vida se agigantaram quando tomaram a simples decisão de salvarem o mundo.
No início elas mal sabiam qual caminho deveriam tomar.
Por algumas oportunidades até pensaram em desistir, já que imaginavam que a salvação só poderia vir por meio das obras grandiosas, mas num momento de distração, viram diante de si a oportunidade de iniciarem as atividades justamente salvando o dia do próximo, mais próximo.
E o resgate custou pouco: Algumas vezes, apenas uns minutos de ouvidos atentos aos desabafos de quem se expandiu tanto que já não cabia mais em si.
Outras vezes, por meio de algumas simples trocas de olhares em silêncio, mas inundadas de respeito e compreensão.
Noutras, apenas um abraço apertado antecipado ao pedido e sem pretensão maior que a de fazer o bem, sem olhar a quem.
Existem aqueles dias nos quais a gente sente que nem deveria ter saído da cama.
São tantos desencontros entre as nossas vontades e os resultados obtidos, que só conseguimos reforçar o desejo de ficarmos em casa e assim evitarmos qualquer tipo de situação que venha a nos aborrecer ainda mais.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas.
Quem um dia se desiludiu amorosamente e jurou de pés juntos que nunca mais se entregaria aos encantos da paixão, tempos mais tarde veio a descobrir que, assim como (bem) disse a Fernanda Mello: ”( ) quando a gente para de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente, aparece”.
E então a espera passa a fazer sentido.
Quem um dia perdeu a fé em si mesmo, afirmando para os quatro cantos do mundo que não passava de um peso morto, um dia se viu como a única pessoa capaz de estender a mão para ajudar justamente quem mais agarrou a chance de lhe humilhar.
E assim semeou pelo mundo, nobreza em forma de humildade.
Eu tenho aprendido que assim como as plantas, a gente também floresce.
E também de dentro para fora.
Aprendi que para despertarmos a consciência do quanto ainda podemos crescer e todos nós podemos , precisamos apenas valorizar cada uma das nossas tantas miudezas.
E as alheias, também!
Aprendi que aos poucos nos aproximamos de quem verdadeiramente somos.
E que não precisamos ter pressa, porque o fim da linha sempre levará a nós mesmos.
Aprimorados.
E todos nós podemos sim assumir o posto de super heróis e assim salvarmos o mundo.
Mas é preciso ter em mente que as maiores e mais altas construções existentes, um dia tiveram seu inicio por baixo.
Eu tenho a esperança de que um dia, cada um de nós possa chegar no ponto mais alto do seu amadurecimento, para então respirar macio por ter se tornado finalmente gente grande

A vida tem um senso de humor incrível.
A gente é que costuma demorar um certo tempo até pegar o jeito.
E o que eu imagino que costuma atrasar o lado de muita gente nesta hora, é aquela falsa ideia de que a qualquer custo precisamos decorar a coreografia já pronta, quando, na verdade, só precisamos levantar e deixar os pés criarem seus próprios passos.
No seu ritmo, mas sem perder a oportunidade.
Do seu jeito, mas sem atropelar as fases imprescindíveis para o aproveitamento dessas experiências.
Eu tenho aprendido que não há como ser alguém paciente sem exercitar a paciência.
E foi assim, me enfurecendo com pessoas e situações, que eu entendi que perder o equilíbrio e ficar reclamando por não ter acontecido o que eu queria, da forma como eu havia planejado, nada mais era do que escolher por perder mais tempo, quando eu deveria simplesmente mudar a postura e tentar de novo.
O novo.
Aprendi também que não posso me tornar uma pessoa (mais) tolerante com o próximo e comigo, sem que as circunstâncias nas quais me encontro, me exijam tal postura.
Porque, por mais que eu considere certa e justa a visão que eu tenha no momento, ela não é a única.
E as outras também merecem tanto respeito quanto a minha.
Eu aprendi que por mais que alguém que eu ame, me machuque, eu não teria como me certificar do quanto amo, sem que este amor fosse testado.
E isso inclui também recomeços.
Aprendi que muitas vezes a gente precisa sim de ajuda.
Que não tem porque nos fazermos de super humanos o tempo inteiro.
E que não há motivo pra sentir vergonha em assumir que precisamos do apoio de alguém que entenda isso.
Alguém que sinta o nosso pedido de socorro quando demonstramos estar cansados, porque realmente viemos suportando muita coisa por longos períodos.
E só nós sabemos o quanto.
A vida é um tanto imprevisível.
E ainda que não tenhamos a companhia de alguém que acredite na nossa capacidade de superação, que jamais sejamos capazes de abrir mão de nós mesmos.
Por nada.
Nem ninguém.
"Estou vivendo.
Depois eu vejo se deu certo."

Segundo os dicionários, despedida significa (entre outros) dizer adeus.
Dizer adeus e não um até logo, segundo o meu sentir, representa uma decisão consciente de partir sem passagem de retorno.
Ir, sobretudo, em frente.
Encarando a ausência de quem resolveu permanecer lá – seja onde for e não aqui.
Mas esta ideia crua de partida nunca fez muito sentido para mim.
Ainda hoje eu procuro entender o contexto da finitude.
Do então é isso, acabou.
Fim da linha.
Au revoir!
Sempre que me coube o poder da decisão, optei por experimentar a doce incerteza de um “até mais! ” que muitas vezes chegava a demorar mais do que o esperado , a ter que ouvir um seco e indigesto “até nunca mais! ”.
Ou nem isso.
Confesso que durante muito tempo eu acreditei que a pior parte em ter que lidar com uma despedida, fosse o acordar pela manhã seguinte e perceber que a casa estava vazia.
Que aqueles tão habituais sons de vozes e passos haviam, enfim, emudecido.
Que tudo aquilo que poderia vir a ser, conjugou se no tempo passado antes mesmo de ter sido um presente, num presente.
Mas eu finalmente percebi que no final das contas, saber que alguém partiu para não mais voltar não representava em si a dor maior.
O epicentro de todo o meu sofrimento.
O que de fato orquestrava e com mestria – os efeitos da despedida como ato irretocável, era a sensação de que alguém se foi, sem ter, de fato, ido; que é quando a razão olha para os lados e só vê um espaço amplo, porém, oco, e então a emoção vem e diz: Nâo.
Olhe direito! As lembranças estão aqui.
Todas elas.
Em todo canto.
Em cada parede.
Em cada piscar de olhos que remete a sorriso.
Em cada silêncio que entoa aquela voz reconhecível no meio de uma multidão de outras vozes.
Em cada marcação de tempo que faz recordar uma mão que sempre encontrava a outra no meio de uma daquelas noites tempestuosas que inspirava a ficar junto.
Unindo forças e sentimentos.
Sendo e permanecendo.
Talvez um dia eu amadureça o suficiente para compreender essas coisas acabáveis.
Ou talvez continue acreditando que em algum momento acontecerá um reencontro e então o adeus, por fim, se redimirá.

Como qualquer outra pessoa eu carrego meus vínculos de amizades.
Alguns foram criados lá atrás, ainda na infância.
Outros, vieram por conta de escolhas que foram feitas enquanto eu caminhava.
E alguns até acabaram se perdendo pelo caminho.
No fundo eu acredito que a missão foi cumprida e eles apenas seguiram para o próximo desafio.
Mas tem um grupo que me deixa intrigado.
Confesso que nunca fui muito chegado a surpresas.
Eu gosto de saber ao menos o que devo esperar, ainda que não tenha convicção de nada.
Mas da vida, como de uma criança levada, eu aprendi que podemos esperar de tudo.
Tudo, mesmo!
E assim a vida me presenteou com alguns (re)encontros que muito me agradaram.
Ás vezes, sem conhecer uma razão específica, a gente acaba criando um laço como qualquer outro.
Uma mistura de identificação com ideias, gostos, atitudes.
Mas assim como no caso da beleza que encanta os olhos, para que o vinculo se mantenha resistente ás desventuras, é preciso mais.
E é nesta hora em que, ao se aproximar (nem precisa necessariamente ser fisicamente) da pessoa com quem você criou este novo laço, você percebe (e ela também) que existe algo diferente entre vocês.
Que, de alguma forma inexplicável, um consegue ler até os ‘não ditos’ do outro.
E quando dito, a incoerência entre aquele “eu estou bem’” (que mal se sustenta de pé) e o timbre da sua voz enquanto as palavras são citadas.
Pessoas normais costumam passar reto.
Elas olham, mas não vêm.
E não é por maldade ou negligência com o seu sentir; é que estas pessoas não carregam a sensibilidade necessária para captar a frequência na qual sua vida anda vibrando.
Mas quando sua alma (re)encontra uma outra alma afim, aí tudo muda.
“Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.”
Diante de uma alma afim você sabe quando e o que precisa ser dito.
E sente também quando é a hora exata para recomendar o silêncio.
Aquele que permitirá que a sabedoria do tempo se manifeste na vida dele(a), de forma que o(a) faça compreender que não nos cabe ter todas as respostas e que a graça está na humildade de reconhecer quando é hora de, simplesmente, reformular a pergunta.
Diante de uma alma afim você não sente vergonha de se expor demais e nem de se reconhecer frágil.
Você não pensa duas vezes antes de recorrer porque sabe o quão dispensável se faz demais explicações quando uma vida está disposta a receber a outra com todo o carinho e respeito que lhe cabe.
Uma alma afim você reconhece no tato, no trato e no abraço.
Você sente sua presença no gesto que conforta e na saudade que confirma.
Almas afins se procuram no meio da multidão.
E tenha a certeza de que, quando os olhares se encontram, não deixam qualquer um se colocar entre elas.
É uma constante partilha de admiração, respeito, carinho e até mesmo amor.
Sem cobranças, sem demais expectativas.
O que satisfaz uma alma afim é fazer você entender que ela estará ali, caso você precise ou não precise.
Almas afins não esperam declarações como comprovação de nada.
Pelo contrário; elas se propõem, antes de mais nada, a sentir o vínculo.
A perceber o valor que uma tem para a outra, no tom da voz, no ombro amigo que apoia, nas verdades que, ainda que inesperadas e por vezes, difíceis de digerir, foram ditas para lhe inspirar a ser melhor.
De uma alma afim você até pode se afastar sempre que precisar.
E mesmo que não queira ou não tenha tempo para deixar um bilhete explicando a ausência, a sua fiel e companheira alma afim simplesmente aguardará o seu retorno, seja quando for.
E lhe receberá sempre com aquele olhar de gratidão pelo retorno ao lar.
Uma alma afim não só sabe quando você está no caminho errado, como te alerta sobre os perigos e caminha contigo de volta para o caminho mais seguro.
E você não se sente ofendido(a) por ser chamado à atenção, porque sabe que é para o seu crescimento.
Uma alma afim não só respeita a sua dor, como também compartilha a força para você se reerguer.
Uma alma afim decifra no seu olhar o que a boca preferiu guardar pra si.
E também se cala.
Uma alma afim não apenas diz: "Vá com Deus, amigo(a)! ", ela te acompanha até a porta para se certificar de que você chegou bem e em segurança.
Diante de uma alma afim você finalmente entende o real significado do: “Só você para me entender.” “Só você para me fazer rir numa hora dessa.” “Só você! ”
"Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam."
Eu creio.

Ás vezes a saudade bate com tanta força que diante da veemência dos estragos deixados durante a sua passagem, dificilmente alguém se atreve a definir com propriedade quem – até o presente momento foi a sua maior vitima; se o olhar, que na incerteza de um reencontro se vê incapaz de esconder as marcas do seu descontentamento mais sincero, ou se a pele, que de tão acostumada com as tantas e tão intensas entregas sempre bordadas com fios de cumplicidade, já não sabe expressar com clareza se o que mais sente é a falta ou uma falta de sentir.
Abraços costumam ser genuinamente aceitos e compreendidos, não importa o idioma de quem materialize um sentimento.
Mas quando se tem pele com alguém, estando aninhado(a) no (a)braço do outro como se logo adiante a eternidade estivesse à nossa espera, percebemos, sem equívocos, que aquele lugar foi especialmente criado para acalmar nossas dúvidas mais traidoras, bem como para acomodar nossas certezas mais doces.
Que ali, dentro daquele gesto, só há espaço para a conjugação do verbo ser.
E então somos.
Nós.
Sós.
E naquele breve instante onde os nossos olhares se encontram preenchendo o espaço deixado pela (agora, dispensável) fala que se perdeu pelo caminho, nada mais importa tanto quanto estarmos ali, em silêncio.
Ambos em unidade.
Dois corações numa única batida.
Ritmada.
Intensa.
Criteriosa.
Tendo o silêncio como nosso aliado, permitindo que a nossa respiração agora se vista de trilha sonora.
A nossa.
E nela pegamos carona com destino à certeza mais aconchegante.
Embalados pelo cheiro mais apaziguador.
Guiados pelos toques mais verdadeiros.
Como é bom estarmos juntos para sermos, pura e simplesmente, nós.

Ás vezes a gente dá uma sorte danada ao encontrar alguém que, pouco a pouco, se torna tão especial para nós que já nem sabemos dizer o que seria da nossa vida se não fosse esse encontro.
E no fundo, cada um sabe quando se trata de alguém que dentre tantas outras se destaca por ser a sua pessoa.
Aquela espécie de pedacinho do mundo inteiro, em forma de gente.
Aquela com quem você se sente em casa, sempre que dá um abraço apertado reativando lembranças gostosas partilhadas não importa a data de registro no calendário do tempo.
Aquela pessoa que de imediato lhe vem em mente quando você está tão feliz que por não se conter com tamanha alegria, precisa encontrá la para contar o que aconteceu, como quem acabou de levar para casa o seu bebê recém nascido e por ter tanta confiança nesta pessoa, simples e seguramente lhe diz: Segura!
Quando você se dá conta de que encontrou uma pessoa especial, cada fragmento de felicidade que encontra pelo caminho, de alguma forma está associado ao nome dela.
Quando você sorri largo, é como se o fizesse em homenagem a quem tão sabiamente lhe desperta os melhores risos.
Quando dá por si, você já está recomendando até mesmo uma música que acabou de conhecer mas já ouviu umas duzentas vezes, só para afirmar com toda a convicção do mundo que ela foi feita sob medida para aquele momento que só vocês sabem.
Para uma pessoa especial, você manda até mensagem em branco só para ela saber que em algum lugar no mundo, ela está se fazendo sentir, mesmo sem poder lhe tocar.
Para uma pessoa especial você diz que tudo o que mais desejava naquele momento era poder estar sentindo as ondas do mar envolvendo seus pés, com a brisa contornando seu rosto e, se possível, agitando seus cabelos enquanto a areia fofa permanece acolhendo seus passos incertos, debaixo de céu estrelado e uma tremenda lua cheia.
Mas que você facilmente trocaria tudo isso pela chance de sentar num degrau qualquer na entrada da casa e recostar a cabeça no ombro dela, para que apenas possam, juntos(as), sentir a vida acontecendo.

Todo ser humano deveria ter, de forma assegurada, o direito à felicidade de um dia se apaixonar por alguém que lhe retribuísse o brilho nos olhos, cada vez que o reencontro estivesse com os segundos contados.
Ou então a cada citação do nome desta pessoa que lhe devolveu o fôlego para continuar vivendo.
E após a vivência do primeiro toque, ambos deveriam manter na pele, nos olhos e sorriso, a certeza de que o lar – bem como uma casa de família bem estruturada também pode ser uma pessoa.
E para ela retornassem todos os dias, até que o amor viesse a fazer parte da (nova) família e eles então não mais precisassem partir.
Todo Homem merece ter a quem recomendar o aconchego do seu peito, com a certeza de que ali, naquele espaço entre a alma e o sentimento, a pessoa que ele escolheu para lhe acompanhar durante a vida, terá, sempre que preciso, o porto seguro merecido e tão esperado.
E tendo esta pessoa para lhe segurar a mão, partilhar as alegrias e suportar qualquer aflição, descobrir o que, de fato, é ser um Homem; ele cuidando dela (pessoa da sua escolha) como se fosse de si mesmo, e de si, como forma de amor por ela.
E acredito que todo Homem também deveria ter a oportunidade de olhar nos olhos desta pessoa e não ter a menor dúvida ao dizer, entre sorrisos sinceros:
É ela!
E que assim eles sintam – caso tenham como uma meta viável que se o tanque de amor entre duas pessoas, transborda, ele acaba se transformando na geração de uma nova vida.
Ou mais de uma.
Pois assim ele teria um motivo a mais para crer que é ao lado desta pessoa que ele pretende se aperfeiçoar como esposo, pai, cúmplice e melhor amigo.
Toda Mulher, por sua vez, merece ter quem lhe garanta a segurança
de uma relação que lhe permita ser o melhor que ela puder.
Alguém que a faça sentir que independente do que aconteça, ela não está só.
Que, mesmo ventando forte ou tendo o céu prestes a cair sobre suas cabeças, ela terá com quem se manter firme, unindo força e esforços por um bem maior.
Alguém que lhe ajude a preparar o terreno para o plantio de um futuro.
E que ao teu lado, o cultive e colha como um presente de um para o outro, e de ambos para a sua descendência.
Alguém que pelo menos uma vez no dia, assim, sem aviso prévio, a surpreenda com detalhes ínfimos que se agigantem pela mensagem que carregam por trás do óbvio.
Algo simples, como uma ligação (ou mensagem) nem que seja para dizer que por mais que tenha procurado em cada uma das setenta e duas prateleiras, não foi encontrado aquele negócio lá que ela precisava para remover o esmalte gasto que persiste nas unhas por fazer.
É removedor, seu bobo! R e m o v e d o r.
Procura lá perto do algodão! E obrigada por reparar.
Eu realmente estava precisando e não tive tempo de sair para comprar.
E tendo no seu companheiro, mãos firmes e sempre prontas para acolher as suas, ter a certeza de que, mesmo quando a vida exigir um bocado e alguém sentir suas forças se esvaindo, eles passarão por mais essa e qualquer outra situação, juntos, porque um dia foi feita a escolha de serem um (nós), e assim seguiriam até o fim da vida.
Ou da escolha.
Por fim, acredito que todos nós (os “nozes” espalhados pelo mundo) deveríamos ter o prazer de receber cada novo amanhecer, ouvindo não apenas o canto dos pássaros, mas também o do coração:
Bom dia, meu amor! Dormiu bem
Pois assim terminaríamos a rotina diária com a certeza de que, melhor do que isso, estraga.

Eu acredito que fazer alguém se sentir importante não exige tanta engenharia como se pensa.
Basta que você fique atento(a) aos detalhes que se manifestam em silêncio e tome, ainda em tempo, a decisão correta.
Me diga se tem recompensa maior do que ver ele(a) acordar já sorrindo ao perceber que você lembrou que hoje é segunda feira e que por isso vocês precisam e merecem comemorar, ainda que o motivo real seja o fato do café não ter ficado ralo.
Ufa!
Tem dinheiro no mundo que pague aquela cara de bobo(a) que ele(a) faz ao lhe ver se propondo a cortar o pão pra ela(e) Posso até me arriscar a confessar que chega a ser uma poesia a forma como a faca desliza a margarina pelas fatias.
Mas pode ser uma geleia, se você preferir.
Ou requeijão Ou nada disso Decida, pô!
Vai me dizer que você é daquele(a) que pensa que gentileza se resume abrir a porta ou o guarda chuvas.
É
Pois abrir sorrisos, (a)braços e a caixinha de música, também são formas genuínas de gentilezas que geram outras gentilezas.
Ás vezes você nem precisa dizer uma palavra, basta estar por perto.
Sorrir nunca foi mais lindo do que diante de um outro sorriso como resposta.
Eu acho.
E quando a gente realmente se importa, arruma tempo nem que seja contado nos dedos, só para dizer um "tô pensando em você" ou quem sabe, "Senti teu cheiro.
Olhei pra trás mas não lhe vi.
Que pena.
Um beijo".
Pode parecer pouco, mas quando se pensa que a eternidade pode durar apenas 1 segundo, a decisão certa pode salvar o dia e a vida de quem costumava acordar se sentindo um nada.

Eu estava no meio de uma dessas conversas corriqueiras, quando o tema principal passou a girar em torno da companhia e suas diversas formas de se fazer sentir.
Ou não.
Foi então que de imediato eu lembrei do Gabito Nunes, quando ele disse que: “Saudade é pra quem sente amor.
Sentir falta é pra quem sente vazio.”
Confesso que aquela conversa me fez refletir um pouco sobre a forma como eu vejo a diferença entre estar só e o não estar acompanhado.
Porque a partir do momento no qual você consegue definir seu status atual, fica mais fácil saber lidar com ele e, consequentemente, consigo.
Quando sinto saudade, me dou conta do quão injusto eu seria, se dissesse que me sinto só, apenas pelo fato de que as condições de momento impedem que alguém especial possa segurar na minha mão, permitindo assim que eu lhe diga, olhando nos olhos, o quanto me sinto bem quando contigo.
Porque a minha pele pode até não tocar a sua.
Teu cheiro pode até vagar por outros ares da cidade sem que eu o tome pra mim, preenchendo cada espaço dos meus pulmões.
Mas saber que em algum lugar por aí, a vida está acolhendo a mulher que eu amo e a guardando pra mim, me faz ver que eu apenas estou aqui sem a sua parte física.
E pensar assim é suficiente para remover grande parte do antigo peso.
Porque em essência, lhe tenho como parte de mim, reafirmando nosso laço cada vez que, nas minhas atividades tão naturais, eu consigo fazer alguma associação de modo que lhe encaixe numa conversa entre amigos, nas compras de mercado (recordando o quanto ela gostaria disso ou daquilo) ou até mesmo num daqueles meus diálogos com as ondas do mar.
Pois de um jeito ou de outro, ela estaria comigo.
E por ora, seria suficiente para continuar alimentando o amor que sinto.
Por outro lado, sentir se só é muito triste.
E vai além daquela ideia de ter várias pessoas ao redor, e ainda assim, quando vistas, não passarem de acessórios compondo o cenário que, por sua vez, se faz sempre tão apático.
Eu acredito que alguém se sente só, quando sua alma está tão anestesiada que por mais que o caminho que o(a) levaria até si mesmo(a), fosse minuciosamente indicado, ele(a) só conseguiria ver um abismo diante de si.
E para que este resgate seja possível, é preciso muito amor e paciência para fazê lo(a) perceber que a proposta da capacidade de sentir (seja saudade ou falta), é de permitir uma sobrevida ou extinção para sentimentos e sensações.
Cabendo a você, apenas o direito de decidir quem deveria continuar vivo e quem precisaria ser deixado.
Pois uma nova maneira de enxergar a vida, faria com que, por exemplo, a sensação de falta de um amor, hoje, fosse substituída pela capacidade de amar e de preferência em reciprocidade viver um novo romance, amanhã.