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Jorge Nicodemos

Segundo os dicionários, despedida significa (entre outros) dizer adeus.
Dizer adeus e não um até logo, segundo o meu sentir, representa uma decisão consciente de partir sem passagem de retorno.
Ir, sobretudo, em frente.
Encarando a ausência de quem resolveu permanecer lá – seja onde for e não aqui.
Mas esta ideia crua de partida nunca fez muito sentido para mim.
Ainda hoje eu procuro entender o contexto da finitude.
Do então é isso, acabou.
Fim da linha.
Au revoir!
Sempre que me coube o poder da decisão, optei por experimentar a doce incerteza de um “até mais! ” que muitas vezes chegava a demorar mais do que o esperado , a ter que ouvir um seco e indigesto “até nunca mais! ”.
Ou nem isso.
Confesso que durante muito tempo eu acreditei que a pior parte em ter que lidar com uma despedida, fosse o acordar pela manhã seguinte e perceber que a casa estava vazia.
Que aqueles tão habituais sons de vozes e passos haviam, enfim, emudecido.
Que tudo aquilo que poderia vir a ser, conjugou se no tempo passado antes mesmo de ter sido um presente, num presente.
Mas eu finalmente percebi que no final das contas, saber que alguém partiu para não mais voltar não representava em si a dor maior.
O epicentro de todo o meu sofrimento.
O que de fato orquestrava e com mestria – os efeitos da despedida como ato irretocável, era a sensação de que alguém se foi, sem ter, de fato, ido; que é quando a razão olha para os lados e só vê um espaço amplo, porém, oco, e então a emoção vem e diz: Nâo.
Olhe direito! As lembranças estão aqui.
Todas elas.
Em todo canto.
Em cada parede.
Em cada piscar de olhos que remete a sorriso.
Em cada silêncio que entoa aquela voz reconhecível no meio de uma multidão de outras vozes.
Em cada marcação de tempo que faz recordar uma mão que sempre encontrava a outra no meio de uma daquelas noites tempestuosas que inspirava a ficar junto.
Unindo forças e sentimentos.
Sendo e permanecendo.
Talvez um dia eu amadureça o suficiente para compreender essas coisas acabáveis.
Ou talvez continue acreditando que em algum momento acontecerá um reencontro e então o adeus, por fim, se redimirá.

Não é fácil conviver com uma memória que é vista como um caso perdido.
Eu vivo esquecendo das coisas, com uma facilidade fora do comum.
Mas veja bem, não é por mal.
Ela apenas faz uso do seu direito de escolha.
E quanto a isso, eu quase nada posso fazer.
Confesso que por muito tempo e por tanto ter escutado críticas a respeito desta bendita memória, eu passei a vê la como algo ruim.
Uma parte de mim que não merecia nem mesmo um espaço pequenino no letreiro final do filme da minha vida.
Felizmente, todo o contexto mudou, quando, um dia, eu me dei conta de que sim, existe o outro lado da moeda.
E foi por observá lo com um pouco mais de calma que eu me dei conta de que se apaixonar exige um pouco de esquecimento, também.
Outro dia eu vi uma foto bastante simples, mas que me chamou a atenção.
Nela, uma mulher se encontrava sentada, encostada numa parede, e ao seu lado existia uma frase que dizia: “Para conquistar uma mulher, você precisa estar disposto a perdê la.”
No primeiro olhar, a ideia central até passa despercebida.
Mas quando se observa uma segunda vez, mas agora com um pouco mais de cautela, é possível perceber que a frase faz muito sentido.
Nós, homens, temos o péssimo hábito de investirmos grande parte do – senão todo – nosso potencial, na conquista da mulher desejada.
E nesta jornada não costumamos medir esforços para obter o seu “sim, eu aceito! ”, como uma espécie de troféu pelo empenho.
O problema é que após ouvi lo (ou recebê lo por outro meio), grande parte desse todo, acaba embarcando na tendência do comodismo.
Na mente masculina, a ideia de ter recebido o sim já parece suficiente para mantê la (conquista) sob uma espécie de custódia, pelo resto da vida.
Naturalmente isso acaba gerando um problema de dimensões incalculáveis, visto que, na cabeça da mulher, o “sim, eu aceito! ”, representa apenas o início de uma – nova – vida, e não o todo, como acontece na cabeça do homem.
E é ai que entra a utilidade do esquecimento.
Quando um homem tem a oportunidade de acordar pela manhã e ver ao seu lado a mulher que, apesar de todos os defeitos tão naturais da raça humana (isso inclui os dela), sempre esteve ao seu lado, aceitando o como é e respeitando o pela mesma razão, muitas vezes até deixando seus sonhos e suas metas de lado para acompanhá lo onde quer que ele fosse, não como uma visão distorcida de submissão, mas como prova de lealdade ao compromisso firmado quanto á permanência na saúde, na doença e afins, ele precisa abandonar aquela falsa ideia de que o sim era o todo, e lembrar se sempre de que aquele foi apenas o ponto de partida.
Então, irmão, se você tem a oportunidade de viver a experiência de reencontrar alguém que segure na sua mão pelo prazer de estar ali, esqueça a ideia de que o sim você já recebeu e que tá bom assim.
Esqueça que no dia dos namorados você disse que a ama (caso a ame, mesmo! ), e faça a sua parte para que ela, vez ou outra, acabe encontrando o caminho que a faça relembrar como é gostoso sentir se amada na segunda pela manhã, na quarta á tarde, no meio da madrugada do sábado para o domingo e assim por diante.
Esqueça aquele tom de voz meio azedo, quando ela não estava muito bem contigo, consigo ou com o mundo, e procure usar esta oportunidade para ressaltar o que ela tiver de mais bonito e que talvez só você veja porque somente a você foi entregue a chave de acesso ao que ela tem de mais sagrado.
Enfim, tudo o que você precisa fazer para que ela continue lhe vendo como seu melhor amigo e porto sempre seguro, é lembrar se de que a manutenção do brilho nos olhos da sua mulher, depende da decisão diária por ficar.
E isso exige atitude.
Então, lembre se: “O pior erro de um homem é deixar que outro homem faça sua mulher sorrir.”

Talvez um dia alguém lhe escolha como anjo da guarda.
E esta decisão não será baseada na ilusão de que você possui super poderes, mas sim na certeza de que, como nenhuma outra pessoa, você consegue fazê lo(a) enxergar e compreender o outro lado da dor.
Aquele onde fica guardado, muito bem escondido, o ensinamento que todo sofrimento sempre traz na sua bagagem.
E mesmo sabendo que nem sempre terá o que dizer, você sentirá orgulho por ser um porto seguro para alguém que compartilha a vida sem receio de que você o(a) veja desprovido(a) das suas guarnições.
Alguém representado agora por milhares de fragmentos do que um dia já foi fortaleza.
Você será aquela pessoa que logo virá em mente quando ele(a) precisar repousar a alma cansada de bancar a durona.
E será chamado(a) (ou procurado) sempre que o seu colo carregado de ternura for o travesseiro indispensável para transmitir a sensação real do acolhimento.
E eu entendo que em determinadas situações, tudo o que queríamos era ter uma carta extra na manga.
O dom de tocar naquela vida e instantaneamente extrair toda a dor que existir, deixando espaço apenas para suaves prestações de uma felicidade que por ora lhe parece distante.
Mas para ser um anjo da guarda não é preciso mais do que a disposição para ouvir o que o coração já não suporta guardar sozinho, a serenidade para orientar até onde lhe é cabível e a sensibilidade para perceber quando os braços abertos se fizerem a mais confortável moradia para uma vida cansada.
Se o seu dia de anjo da guarda, chegou, agradeça.
Nunca se sabe quando o nosso pouquinho será tudo o que alguém pode estar precisando.
"Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica."

Ainda sobre o senso de humor da vida, me peguei pensando naquela frase que diz: “Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele.
Guardei a minha no bolso.
E fui.”
A citação é da Clarice Lispector, mas o sentimento que move tanta energia, é de pessoas comuns, que em algum momento da vida se agigantaram quando tomaram a simples decisão de salvarem o mundo.
No início elas mal sabiam qual caminho deveriam tomar.
Por algumas oportunidades até pensaram em desistir, mas num momento de distração, viram diante de si a oportunidade de iniciarem as atividades, justamente salvando o dia do próximo, mais próximo.
Custou pouco.
Algumas vezes, apenas uns minutos de ouvidos atentos.
Algumas trocas de olhares em silêncio.
Ou, talvez, apenas um abraço sem pedido e nem pretensão maior que a de fazer o bem, sem olhar a quem.
Existem aqueles dias nos quais a gente sente que nem deveria ter saído da cama.
São tantos desencontros entre as nossas vontades e os resultados obtidos, que só conseguimos reforçar o desejo de ficarmos em casa e assim evitarmos qualquer tipo de situação que venha a nos aborrecer ainda mais.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas.
Quem um dia se desiludiu amorosamente e jurou de pés juntos que nunca mais se entregaria aos encantos da paixão, tempos mais tarde veio a descobrir que, assim como (bem) disse a Fernanda Mello: ”( ) quando a gente para de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente, aparece”.
Quem um dia perdeu a fé em si mesmo, afirmando para os quatro cantos do mundo que não passava de um peso morto, um dia se viu como a única pessoa capaz de estender a mão para ajudar justamente quem mais agarrou a chance de lhe humilhar.
E assim semeou nobreza em forma de humildade.
Tenho aprendido que a gente floresce de dentro para fora.
Que aos poucos a gente vai se aproximando de quem verdadeiramente somos.
E que um dia – cada um no seu ritmo – chegaremos no ponto mais alto de nós mesmo e então respiraremos macio por termos nos tornado, finalmente, gente grande.
07 02 2015

Ainda sobre o senso de humor da vida, me peguei pensando naquela frase que diz: “Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele.
Guardei a minha no bolso.
E fui.”
A citação é da Clarice Lispector, mas este sentimento que move tanta energia, pertence ás tantas pessoas comuns, que em algum momento da vida se agigantaram quando tomaram a simples decisão de salvarem o mundo.
No início elas mal sabiam qual caminho deveriam tomar.
Por algumas oportunidades até pensaram em desistir, já que imaginavam que a salvação só poderia vir por meio das obras grandiosas, mas num momento de distração, viram diante de si a oportunidade de iniciarem as atividades justamente salvando o dia do próximo, mais próximo.
E o resgate custou pouco: Algumas vezes, apenas uns minutos de ouvidos atentos aos desabafos de quem se expandiu tanto que já não cabia mais em si.
Outras vezes, por meio de algumas simples trocas de olhares em silêncio, mas inundadas de respeito e compreensão.
Noutras, apenas um abraço apertado antecipado ao pedido e sem pretensão maior que a de fazer o bem, sem olhar a quem.
Existem aqueles dias nos quais a gente sente que nem deveria ter saído da cama.
São tantos desencontros entre as nossas vontades e os resultados obtidos, que só conseguimos reforçar o desejo de ficarmos em casa e assim evitarmos qualquer tipo de situação que venha a nos aborrecer ainda mais.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas.
Quem um dia se desiludiu amorosamente e jurou de pés juntos que nunca mais se entregaria aos encantos da paixão, tempos mais tarde veio a descobrir que, assim como (bem) disse a Fernanda Mello: ”( ) quando a gente para de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente, aparece”.
E então a espera passa a fazer sentido.
Quem um dia perdeu a fé em si mesmo, afirmando para os quatro cantos do mundo que não passava de um peso morto, um dia se viu como a única pessoa capaz de estender a mão para ajudar justamente quem mais agarrou a chance de lhe humilhar.
E assim semeou pelo mundo, nobreza em forma de humildade.
Eu tenho aprendido que assim como as plantas, a gente também floresce.
E também de dentro para fora.
Aprendi que para despertarmos a consciência do quanto ainda podemos crescer e todos nós podemos , precisamos apenas valorizar cada uma das nossas tantas miudezas.
E as alheias, também!
Aprendi que aos poucos nos aproximamos de quem verdadeiramente somos.
E que não precisamos ter pressa, porque o fim da linha sempre levará a nós mesmos.
Aprimorados.
E todos nós podemos sim assumir o posto de super heróis e assim salvarmos o mundo.
Mas é preciso ter em mente que as maiores e mais altas construções existentes, um dia tiveram seu inicio por baixo.
Eu tenho a esperança de que um dia, cada um de nós possa chegar no ponto mais alto do seu amadurecimento, para então respirar macio por ter se tornado finalmente gente grande

A vida tem um senso de humor incrível.
A gente é que costuma demorar um certo tempo até pegar o jeito.
E o que eu imagino que costuma atrasar o lado de muita gente nesta hora, é aquela falsa ideia de que a qualquer custo precisamos decorar a coreografia já pronta, quando, na verdade, só precisamos levantar e deixar os pés criarem seus próprios passos.
No seu ritmo, mas sem perder a oportunidade.
Do seu jeito, mas sem atropelar as fases imprescindíveis para o aproveitamento dessas experiências.
Eu tenho aprendido que não há como ser alguém paciente sem exercitar a paciência.
E foi assim, me enfurecendo com pessoas e situações, que eu entendi que perder o equilíbrio e ficar reclamando por não ter acontecido o que eu queria, da forma como eu havia planejado, nada mais era do que escolher por perder mais tempo, quando eu deveria simplesmente mudar a postura e tentar de novo.
O novo.
Aprendi também que não posso me tornar uma pessoa (mais) tolerante com o próximo e comigo, sem que as circunstâncias nas quais me encontro, me exijam tal postura.
Porque, por mais que eu considere certa e justa a visão que eu tenha no momento, ela não é a única.
E as outras também merecem tanto respeito quanto a minha.
Eu aprendi que por mais que alguém que eu ame, me machuque, eu não teria como me certificar do quanto amo, sem que este amor fosse testado.
E isso inclui também recomeços.
Aprendi que muitas vezes a gente precisa sim de ajuda.
Que não tem porque nos fazermos de super humanos o tempo inteiro.
E que não há motivo pra sentir vergonha em assumir que precisamos do apoio de alguém que entenda isso.
Alguém que sinta o nosso pedido de socorro quando demonstramos estar cansados, porque realmente viemos suportando muita coisa por longos períodos.
E só nós sabemos o quanto.
A vida é um tanto imprevisível.
E ainda que não tenhamos a companhia de alguém que acredite na nossa capacidade de superação, que jamais sejamos capazes de abrir mão de nós mesmos.
Por nada.
Nem ninguém.
"Estou vivendo.
Depois eu vejo se deu certo."

Segundo os dicionários, despedida significa (entre outros) dizer adeus.
Dizer adeus e não um até logo, segundo o meu sentir, representa uma decisão consciente de partir sem passagem de retorno.
Ir, sobretudo, em frente.
Encarando a ausência de quem resolveu permanecer lá – seja onde for e não aqui.
Mas esta ideia crua de partida nunca fez muito sentido para mim.
Ainda hoje eu procuro entender o contexto da finitude.
Do então é isso, acabou.
Fim da linha.
Au revoir!
Sempre que me coube o poder da decisão, optei por experimentar a doce incerteza de um “até mais! ” que muitas vezes chegava a demorar mais do que o esperado , a ter que ouvir um seco e indigesto “até nunca mais! ”.
Ou nem isso.
Confesso que durante muito tempo eu acreditei que a pior parte em ter que lidar com uma despedida, fosse o acordar pela manhã seguinte e perceber que a casa estava vazia.
Que aqueles tão habituais sons de vozes e passos haviam, enfim, emudecido.
Que tudo aquilo que poderia vir a ser, conjugou se no tempo passado antes mesmo de ter sido um presente, num presente.
Mas eu finalmente percebi que no final das contas, saber que alguém partiu para não mais voltar não representava em si a dor maior.
O epicentro de todo o meu sofrimento.
O que de fato orquestrava e com mestria – os efeitos da despedida como ato irretocável, era a sensação de que alguém se foi, sem ter, de fato, ido; que é quando a razão olha para os lados e só vê um espaço amplo, porém, oco, e então a emoção vem e diz: Nâo.
Olhe direito! As lembranças estão aqui.
Todas elas.
Em todo canto.
Em cada parede.
Em cada piscar de olhos que remete a sorriso.
Em cada silêncio que entoa aquela voz reconhecível no meio de uma multidão de outras vozes.
Em cada marcação de tempo que faz recordar uma mão que sempre encontrava a outra no meio de uma daquelas noites tempestuosas que inspirava a ficar junto.
Unindo forças e sentimentos.
Sendo e permanecendo.
Talvez um dia eu amadureça o suficiente para compreender essas coisas acabáveis.
Ou talvez continue acreditando que em algum momento acontecerá um reencontro e então o adeus, por fim, se redimirá.