Jorge Luis Borges

Felizes os valentes, os que aceitam com mesmo ânimo a derrota ou os aplausos.”

Eu não sei se tem alguém do outro lado da linha, mas ser um agnóstico significa que todas as coisas são possíveis, mesmo Deus.
Este mundo é tão estranho, tudo pode acontecer, ou não acontecer.
Ser um agnóstico me permite viver em um mundo mais amplo, em um mundo mais futurístico.
Isso me faz mais tolerante.

Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem pássaros;
Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem água;
Ao que me refere, sou incapaz de imaginar um mundo sem livros.

A memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem se combinando recordações.

Nunca releio o que escrevo.
Prefiro viver em função do futuro.

Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é sem dúvida, o livro.
Os demais são extensões de seu corpo.
O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado a espada, extensões de seu braço.
O livro, porém, é outra coisa.

Obscuramente
livros, lâminas, chaves
seguem minha sorte.

Deixe que os outros se orgulhem do número de páginas que escreveram.
Eu prefiro me gabar das que eu li.

Que outros se jactem das páginas que tem escrito; me orgulho as que tem lido.

Sempre imaginei que o paraíso seria algum tipo de biblioteca.

O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objecto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria.

A velha mão
segue traçando versos
para o esquecimento.

Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é.

Calam se as cordas.
A música sabia
o que eu sinto.

Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá lo, tarefa de anjos e não de homens.