Volto me então para o meu rico nada interior.
E grito: eu sinto, eu sofro, eu me alegro, eu me comovo.
Só o meu enigma me interessa.
"A outra mão dele, a livre, está ao alcance dela.
Ela sabe e não a toma.
Tem exatamente o que precisa: Pode ter."
Ia me fazer muito bem abrir afinal meu coração e mostrar afinal a alguém que fechasse os olhos e não ouvisse, que horror pode se guardar numa pessoa.
A solidão de que sempre precisei é ao mesmo tempo inteiramente insuportável.
Eu ponhei cada coisa em seu lugar.
É isso mesmo: ponhei.
Porque "pus" parece de ferida feia e marrom na perna de mendigo e a gente se sente tão culpada por causa da ferida com pus do mendigo e o mendigo somos nós,
os degredados.
Diz, fala, exclama cada um consigo mesmo, sem que seja quebrado o silêncio exterior.
Há um grande tumulto; tudo fala em nós, excepto a boca.
As realidades da alma, por não serem visíveis e palpáveis, nem por isso deixam de ser também realidades.
"Há um mau gosto na desordem de viver.
E mesmo eu nem saberia, se tivesse desejado, transformar esse passo latente em passo real."
A verdade é o resíduo final de todas as coisas e no meu inconsciente está a verdade que é a mesma do mundo.
" a mesma mansa loucura que até ontem era o meu modo sadio de caber num sistema.
Terei que ter a coragem de usar um coração desprotegido e de ir falando para o nada e para o ninguém assim como uma criança pensa para o nada.
E correr o risco de ser esmagada pelo acaso.
"