É urgente inventar a alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é rgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei ás romãs a cor do lume.
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Entre os teus lábios é que a loucura acode,
desce à garganta, invade a água.
No teu peito é que o pólen do fogo
se junta à nascente, alastra na sombra.