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Demétrio Sena Magé RJ.

NÓS, LAÇOS E NÓS
Demétrio Sena, Magé RJ.
Bem sei que tenho minhas variações de humor.
No entanto, são variações de pessoa para pessoa, porque lido com diferentes personalidades ou naturezas humanas.
Se gosto muito de algumas e de outras nem tanto, ou se detesto aquelas e sou indiferente a estas, é natural que revele, a depender da pessoa, um indivíduo diferente.
Que outra pessoa desconhece.
Se neste contexto sou assim, minha natureza muda, individualmente.
Para o mesmo indivíduo, tenho sempre a mesma temperatura; o mesmo grau de humor.
Sorriso ou cara feia; empatia ou apatia; proximidade ou distanciamento; limite ou intimidade.
Sou previsível para quem me conhece.
Alegre ou triste, assoberbado ou vago, preocupado ou não, manterei cumplicidade ou sigilo; serei formal ou desinibido, avexado ou sem pudor como fui ontem, hoje ou no ano retrasado, conforme a relação interpessoal.
De vez em quando me distancio de alguém bem próximo, depois de relutar muito, internamente.
Sei que deixo interrogação, mas isso ocorre quando me sinto na iminência de mudar a natureza da relação: estabelecer novos critérios, diminuir a cumplicidade ou burocratizar os laços.
Transformar quem ponho acima de qualquer cuidado, cerimônia, suspeita ou intenção, numa pessoa impessoal, por suas variações de humor que me deixam inseguro e apreensivo sobre como deverei me comportar no dia seguinte.
Muitas vezes, até na hora seguinte.
A desbotar os laços mais estreitos, os afetos mais íntimos e pessoais, prefiro apagá los totalmente.
Não tenho nenhuma disposição para tanto, nem é de minha natureza operar um processo de abatimento nos valores afetivos, até que sejam negociáveis conforme a conveniência de quem já não pode acompanhar o meu jeito fixo, definido e previsível de ser.

AÉCIO, DILMA & CIA
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Aécio e Dilma, os ícones atuais da política partidária brasileira, e que neste momento vejo aos abraços em uma foto que não sei de quando, trocarão quantos beijos, tapas, abraços e xingamentos forem convenientes aos seus interesses ou de seus partidos.
E por favor, não incluam por conta própria os interesses do Brasil nesses desempenhos.
Não existem tais interesses, embora eu vá respeitar se alguém garantir ou impuser que sim, porque preservo afetos e tenho respeito pelas opiniões divergentes.
Os tolos que brigam país afora por políticos, partidos e suas ideologias voláteis, geralmente se orgulham de não verem novelas.
No entanto, eles não enxergam que a política notória que nos rodeia é um folhetim.
Apaixonam se pelas personagens mais canastronas dessas tramas diárias, como telespectadores comuns, e ficam cegos; fanáticos; delirantes.
Tornam se capazes de qualquer arroubo, incluindo acessos de raiva seguidos de agressões verbais e até físicas, em defesa de seus heróis ou mocinhos.
Nos capítulos eleitorais a paixão fica tão à flor da pele, que muitos rompem relações românticas, laços de família ou de amizade antiga por essas personagens que não correspondem aos seus amores.
Excluindo as opiniões engessadas, quiçá formadas ou que dançam conforme a música, e mesmo assim merecem respeito, quero fazer uma pergunta: Será que Aécio, Dilma, Lula, Marina Silva, Fernando Henrique ou outros do mesmo grupo, ainda que pareçam rivais entre si, estão dispostos a substituir sinceramente nossos afetos perdidos Ocuparão as vagas deixadas por quem ofendemos e até agredimos por não terem a mesma paixão pelos heróis ou mocinhos dos nossos contos políticos de fadas