MATURIDADE E EDUCAÇÃO
Aristóteles insiste muito numa coisa chamada maturidade.
Maturidade não no sentido fisiológico, mas no sentido intelectual.
O homem maduro é o homem que teve certas experiências e aprendeu com elas.
Quando Aristóteles enfatiza que somente o homem maduro pode guiar a comunidade, está se referindo aos homens que conseguiram absorver um certo número de experiências decisivas que colocaram a sua alma um pouquinho acima do nível de consciência de sua comunidade.
Esse homem maduro não precisa ser santo, profeta ou herói, mas simplesmente é alguém que tem uma alma um pouco mais ampla porque chegou a ter certas experiências significativas.
A finalidade da educação, tal como eu a entendo e tal como foi entendida nos tempos antigos, é a maturidade.
O que o homem maduro fará com aquilo que eu lhe ensinei é problema exclusivamente dele, pois a maturidade que ele irá exercer será a dele, não a minha.
Quando ele se deparar com determinado problema, a sua circunstância será outra diferente da minha, os dados serão outros e não há nenhuma possibilidade do professor antever tudo isso.
Isso significa que uma vez conquistada a maturidade, a finalidade da educação está terminada, e o educador deve ir embora para casa.
E o homem maduro, uma vez formado, pode se transformar ele mesmo num educador, se quiser, ou irá fazer outra coisa, já que não é só na educação que homens maduros são necessários.
É fundamental entender que educação liberal é a preparação da alma para a maturidade.
O homem maduro é o único que está capacitado para fazer o bem ao meio em que vive.
O bem deve ser conhecido.
Mas o discernimento entre o bem e o mal não é imediato.
Não adianta ter um formulário, os Dez Mandamentos ou o código civil e penal.
O discernimento entre o bem e o mal é uma questão de percepção que tem de ser refinada para cada nova situação que você venha a viver, porque ambos costumam aparecer mesclados.
Jesus disse: na verdade amais o que deveríeis odiar, e odiais o que deveríeis amar.
Este é todo o problema da educação: desenvolver no indivíduo, mediante experiências culturais acumuladas, a capacidade de discernimento para que ele saiba em cada momento o que deve amar e o que deve odiar.
Ninguém pode dar essa fórmula de antemão, mas a possibilidade do conhecimento existe e está consolidada em milhares de obras.
Uma educação bem conduzida pode levar o indivíduo à maturidade e ao verdadeiro julgamento autônomo.