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Cartas de Amor para Namorados

Sei que os tempos são modernos, mas você pode entender
Eu acreditei em amor à primeira vista no instante em que olhei nos seus olhos.
Depois no amor à segunda vista, quando me deu bom dia e eu pude ouvir sua voz.
À terceira vista, quando abriu aquele seu sorriso único, esse teu gargalhar que me fascina e teus olhos que se fecham como se fossem orientais.
Depois disto foi só amor.
Me apaixonei à décima vista quando teus amigos nos apresentaram.
À quinquagésima terceira vista quando percebi que você era mais que apenas uma garota extremamente linda.
À septuagésima oitava vista quando conversamos até realmente precisarmos ir embora, já era tarde.
Eu acreditei em amor à centésima vista quando eu disse pela primeira vez que gostava de você.
Ah, meu amor, e na centésima octogésima quinta vista e agora solto risos quando então me declarei e descobri que era recíproco.
Você se lembra da ducentésima terceira vez que eu te beijei Talvez não, eu me lembro.
Me lembro de todas as vezes que me apaixonei por você.
Está naqueles cadernos velhos que digo serem do tempo de escola.
Nossos anos de namoro, o noivado e o casamento.
Tem anotado todos os dias em que você carregou nossos filhos.
Está escrito nossos risos, nosso choros, alegrias e tristezas.
As viagens, as bobagens, os tédios e outras besteiras.
Meu bem maior, tantos anos escrito e termino por resumir nesta única folha.
Não há nada que defina tantos capítulos de nossa história que dizer que todas as manhãs eu ainda me apaixono como se fosse a primeira vez.
E agora, vendo os netos correrem pela casa e temendo minha visão se tornar ainda mais fraca, pretendo pela última vez escrever.
Bem agora, que minhas mãos trêmulas garrancham as letras, que minha memória ousa me trair ao querer lembrar da oito milésima nonagésima sétima vez que me apaixonei por você.
Nossa juventude à muito foi embora, mas saiba que em hora, não há nada mais lindo que em um dia de domingo lembrar que eu tenho você.
Ah filha, busque um disco do Fressato, traga algo do Chico Buarque para que eu possa escutar mais uma vez.
Há uns cadernos embaixo da penteadeira, traga os também.
Agora, neste quarto de hospital preciso que você leia.
Não tenho sua bisa aqui comigo, mas me lembro do seu rosto e o mentalizo o tempo inteiro.
Me apaixono tanto quanto da primeira vez.
Sei que os tempos são modernos, mas você pode entender

E a gente quer sim um Mozão, pra chamar de meu, pra levar pra casa, pra aquecer a cama, pra beijar na boca, dizer que te ama.
Pra agarrar a gente, não ser mais carente
A gente quer sim um Mozão, que seja carinhoso, amigo, parceiro Mozão que nos ame de janeiro à janeiro!
Mozão que mude o status do Facebook de "Solteiro", pra "Curtindo um amor verdadeiro"! .
Mozão pra ver junto a novela na televisão! Mozão que deixa o controle remoto na nossa mão!
Mozão que não liga pro tanto de tempo que a gente gasta pra se arrumar.
Mozão que saiba elogiar!
Mozão que toma banho junto, que leva pra passear de mãos dadas Mozão de conto de fadas!
Mozão pra levar na balada, pra dar muitas risadas Mozão aventureiro, que canta junto no chuveiro, que deixa a gente esquentar o pé frio nas costas, que seja aquele cobertor de orelha que a gente tanto gosta!
Mozão que faz declaração de amor, que dá flor
Mozão pra chamar de Mô, Mozim,Vida, Amô, ou seja lá o que for
Mozão que seja só da gente, sem concorrente, sem nenhuma insegurança Mozão que parece criança, que brinca, que faz palhaçada, que vai pra cozinha junto, pro Shopping comprar "brusinha" Mozão que não seja galinha!
Mozão que nos defenda e nos coloque em primeiro lugar.
Mozão que saiba valorizar!
A gente quer um Mozão, que aceite a gente como é, com todas as inseguranças Mozão que não nos faça cobrança.
Mozão que diga o quanto estamos lindas, naqueles dias em que nossa autoestima está por um fio.
Mozão que dá arrepio!
Mozão que seja bom de cama, mas melhor ainda, de caráter, de abraços, de carinhos, de preliminares.
Mozão que leva a gente pra todos os lugares!
Mozão que nos ache linda sem um pingo de maquiagem.
Mozão que nunca diga que uma aliança no dedo é bobagem!
É A gente quer sim um Mozão ainda que em extinção pra cuidar da gente, da alma e do coração!

Eu a vi abdicar seus anseios para suprir as minhas vontades.
Ela negava os seus desejos para proporcionar me o contentamento.
Aquela mulher, constantemente, de tudo fazia para ver meus lábios desenharem um sorriso.
Minha mãe deu me os primeiros contatos ao amor – a versão mais afável, condescendente, admirável e grandiosa, um sentimento quase palpável.
Quando o meu afeto para com alguns colegas vizinhos e da escola evolucionou, uma vertente pura e doce do amor eclodiu.
Nomeados como amigos, aqueles indivíduos engrandeceram me.
Trouxeram me confiabilidade e companheirismo.
A companhia deles já era o bastante para o despertar da felicidade.
Minha adolescência mostrou me uma nova vertente do amor.
Esta se manifestou por alguém fora do meu âmbito familiar.
Sufocamentos demasiados, suspiros intensos, batimentos cardíacos acelerados, ciúmes incoercíveis, risos soltos e incontroláveis eram alguns dos sintomas que esta recente revelação trazia.
A vontade de crescer enquanto ser humano e o talante de fazer o outro feliz me dominavam.
Meu repertório pessoal fora crescendo.
Modos de defesas foram surgindo, causados, especificamente, pela não correspondência, por outros, ao meu sentimento.
O amor havia se tornado minha concepção absoluta, o resto se pusera como elementos secundários, coisas levadas pelo vento e exterminadas pelo tempo.
O amor é minha lei primordial.
Ele estivera junto a mim desde os meus primeiros passos de vida, permeando por todo meu processo evolutivo, e assim permanecerá até quando algum vestígio meu existir.