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Israel Habib Elsuffi

Sei que os tempos são modernos, mas você pode entender
Eu acreditei em amor à primeira vista no instante em que olhei nos seus olhos.
Depois no amor à segunda vista, quando me deu bom dia e eu pude ouvir sua voz.
À terceira vista, quando abriu aquele seu sorriso único, esse teu gargalhar que me fascina e teus olhos que se fecham como se fossem orientais.
Depois disto foi só amor.
Me apaixonei à décima vista quando teus amigos nos apresentaram.
À quinquagésima terceira vista quando percebi que você era mais que apenas uma garota extremamente linda.
À septuagésima oitava vista quando conversamos até realmente precisarmos ir embora, já era tarde.
Eu acreditei em amor à centésima vista quando eu disse pela primeira vez que gostava de você.
Ah, meu amor, e na centésima octogésima quinta vista e agora solto risos quando então me declarei e descobri que era recíproco.
Você se lembra da ducentésima terceira vez que eu te beijei Talvez não, eu me lembro.
Me lembro de todas as vezes que me apaixonei por você.
Está naqueles cadernos velhos que digo serem do tempo de escola.
Nossos anos de namoro, o noivado e o casamento.
Tem anotado todos os dias em que você carregou nossos filhos.
Está escrito nossos risos, nosso choros, alegrias e tristezas.
As viagens, as bobagens, os tédios e outras besteiras.
Meu bem maior, tantos anos escrito e termino por resumir nesta única folha.
Não há nada que defina tantos capítulos de nossa história que dizer que todas as manhãs eu ainda me apaixono como se fosse a primeira vez.
E agora, vendo os netos correrem pela casa e temendo minha visão se tornar ainda mais fraca, pretendo pela última vez escrever.
Bem agora, que minhas mãos trêmulas garrancham as letras, que minha memória ousa me trair ao querer lembrar da oito milésima nonagésima sétima vez que me apaixonei por você.
Nossa juventude à muito foi embora, mas saiba que em hora, não há nada mais lindo que em um dia de domingo lembrar que eu tenho você.
Ah filha, busque um disco do Fressato, traga algo do Chico Buarque para que eu possa escutar mais uma vez.
Há uns cadernos embaixo da penteadeira, traga os também.
Agora, neste quarto de hospital preciso que você leia.
Não tenho sua bisa aqui comigo, mas me lembro do seu rosto e o mentalizo o tempo inteiro.
Me apaixono tanto quanto da primeira vez.
Sei que os tempos são modernos, mas você pode entender

Sei que os tempos são modernos, mas você pode entender
Eu acreditei em amor à primeira vista no instante em que olhei nos seus olhos.
Depois no amor à segunda vista, quando me deu bom dia e eu pude ouvir sua voz.
À terceira vista, quando abriu aquele seu sorriso único, esse teu gargalhar que me fascina e teus olhos que se fecham como se fossem orientais.
Depois disto foi só amor.
Me apaixonei à décima vista quando teus amigos nos apresentaram.
À quinquagésima terceira vista quando percebi que você era mais que apenas uma garota extremamente linda.
À septuagésima oitava vista quando conversamos até realmente precisarmos ir embora, já era tarde.
Eu acreditei em amor à centésima vista quando eu disse pela primeira vez que gostava de você.
Ah, meu amor, e na centésima octogésima quinta vista e agora solto risos quando então me declarei e descobri que era recíproco.
Você se lembra da ducentésima terceira vez que eu te beijei Talvez não, eu me lembro.
Me lembro de todas as vezes que me apaixonei por você.
Está naqueles cadernos velhos que digo serem do tempo de escola.
Nossos anos de namoro, o noivado e o casamento.
Tem anotado todos os dias em que você carregou nossos filhos.
Está escrito nossos risos, nosso choros, alegrias e tristezas.
As viagens, as bobagens, os tédios e outras besteiras.
Meu bem maior, tantos anos escrito e termino por resumir nesta única folha.
Não há nada que defina tantos capítulos de nossa história que dizer que todas as manhãs eu ainda me apaixono como se fosse a primeira vez.
E agora, vendo os netos correrem pela casa e temendo minha visão se tornar ainda mais fraca, pretendo pela última vez escrever.
Bem agora, que minhas mãos trêmulas garrancham as letras, que minha memória ousa me trair ao querer lembrar da oito milésima nonagésima sétima vez que me apaixonei por você.
Nossa juventude à muito foi embora, mas saiba que em hora, não há nada mais lindo que em um dia de domingo lembrar que eu tenho você.
Ah filha, busque um disco do Fressato, traga algo do Chico Buarque para que eu possa escutar mais uma vez.
Há uns cadernos embaixo da penteadeira, traga os também.
Agora, neste quarto de hospital preciso que você leia.
Não tenho sua bisa aqui comigo, mas me lembro do seu rosto e o mentalizo o tempo inteiro.
Me apaixono tanto quanto da primeira vez.
Sei que os tempos são modernos, mas você pode entender