As provas da existência de Deus demonstram a NECESSIDADE LÓGICA dessa existência, não a sua FACTUALIDADE.
Ademais, toda prova lógica só pode demonstrar a existência de 'algum' deus, no sentido genérico, não a de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, mas, como este é o único Deus que existe, a prova genérica é necessariamente insatisfatória.
A fé exige algo mais.
Dizer que existe alguma prova lógica da existência de Deus É O MESMO que dizer que a existência de Deus é logicamente necessária.
[ ] Só disse que não se pode atribuir a Ele a 'existência' no sentido em que este termo se aplica às coisas criadas.
[ ] a lógica, por si, não pode provar a existência de nada, apenas a necessidade lógica dessa existência, mas, como não existe existência genérica e o próprio Deus não é uma generalidade e sim uma PESSOA real e concreta, a prova lógica deixa escapar o principal, a não ser que seja complementada pelo conhecimento intuitivo direto da AÇÃO divina no mundo, Aí a certeza não é só a da existência de 'algum' Deus, e sim a do NOSSO Deus.
Para encerrar esta coisa: Se a lógica pudesse provar algo mais que a necessidade lógica da existência de um Deus genérico, se ela pudesse, partindo da existência das coisas criadas, provar a existência do NOSSO Deus, a revelação seria inteiramente desnecessária e a Encarnação seria apenas uma redundância.
Fim de conversa.
Dou por pressuposta a teoria de Sto.
Tomás e tento raciocinar A PARTIR DELA em vez de simplesmente repeti la.
Tal é a obrigação do filósofo.
Por essa via, pergunto: Se provamos apenas a necessidade lógica, maximamente cogente, da existência de 'um' Deus criador, provamos apenas a existência de um Ser genérico, não a do NOSSO Deus, Esse Ser genérico existe independentemente e acima das Três Pessoas da Trindade Se respondemos 'sim', somos muçulmanos; esse Ser é exatamente o que se entende por 'Allah'.
Mas se sabemos, pela Revelação, que o Único Deus que existe é o das Três Pessoas, é claro que não podemos nos contentar com a prova lógica e temos de levar a investigação adiante.
Sto.
Tomás, na 'Suma Contra os Gentios', deixa claro que a prova da existência de Deus pela dos seres contingentes é válida igualmente para os cristãos, os judeus e os muçulmanos.
É portanto evidente que essa prova trata de 'um' Deus genérico e não do NOSSO Deus em particular.