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Textos para Bodas de Prata

Vou ser bem sincero, não posso terminar meu casamento.
São anos.
Disse André.
Você é casado Não vou perguntar porque você fez isso.
Camila fica surpresa com o inesperado, afinal, histórias ruins acontecem com outros e não com ela.
E em momento algum o colocou contra a parede.
Amedrontado, André tenta amenizar a situação já que a consciência pesa, quando a coisa fica séria demais.
Não, não! E tudo que vivemos Tudo o que eu disse foi sincero.
A emoção de Camila não é mais a mesma e se altera à insistência.
Sincero Sincero Me deixa sair do carro.
Você não vai sair do carro!
Abre a porta André.
Estou pedindo.
Ela sabe que a única coisa que nunca imaginou foi, sair com um homem casado.
A questão pra ela, nem era isso em si, mas a mentira que foi contada, se estendeu negativamente provocando uma bola sem controle.
Não vou deixar você sair, não.
Você vai atrás da minha mulher!
Aos risos, Camila perde a paciência que ainda lhe restara pra sair daquela situação, não querendo comprometer qualquer dano pra ambas as partes, porém André não colaborara muito.
Não acredito! Abre a porta do carro, agora!
Não! Não! Fica! Só me escuta, por favor.
Tem que haver uma solução, gosto de estar com você.
Depois do ocorrido, preferiu pegar um táxi a andar sozinha pela Rua.
Apesar de não estar bêbada e, sua juventude lhe permitir uma boa caminhada de reflexão, sua cabeça girava, seu corpo estava fraco e a qualquer momento, poderia sentar e deitar em qualquer calçada.
É, nem sempre os romances são romances, até para as mentes mais abertas.
É aquela história, “com outro, comigo não” e, mesmo que não admitisse isso, sabia que no fundo se considerava especial demais pra, lidar com uma situação a qual imaginou estar, mas nunca em fatos e realidade.
A típica conversa casual e descolada entre amigas, lhe fez colocar um pensamento um tanto quanto contrário a sua percepção de amor e família e, pior de que acreditar em algo é, ter a incerteza que a certeza das coisas não se resolvem numa conversa entre amigas solteiras e desesperadas.
Sabe o que eu queria Os clichês.
Viajar no tempo, mudar o meu passado e principalmente, a noite passada.
Não queremos mudar as coisas, digo as pessoas, queremos mudar o que as situações nos provocam de ruim depois do acontecimento.
Porque é tão ruim ficar com situações dentro do peito que só vão embora depois de um tempo Lógico que queria sentar e, merecer alimentos gostosos, mas nada me entra.
Não gosto de trapaças, o jogo é mais fácil, a brincadeira, porém a vida real é mais difícil rir.
Eu, Camila, sei muito bem o que é estar em um jogo, apostar e perder de verdade.
Perder expectativas, sonhos e a própria integridade.
Até onde eu fui, pra provar nada E não existe nada mais trágico de que perder no amor.
Prefiro perder minhas moedas em um jogo de parque de diversões infantil sem fiscalização de que, acreditar mesmo que um homem casado, falasse algo, sem que omitisse ou mentisse de fato, sobre algumas coisas ou tudo.
Posso ser bem sincera Nessas horas, amizade só serve pra ouvir e espalhar pra quem puder saber.
A não ser que peça pra jurar segredo!
Mas pra quê jurar segredo, se pensava que não estava fazendo nada de errado Me sinto errada, por pensar que pensam que eu sabia que sempre fora casado!
Deus!
Que esses erros me rendam boas experiências, porque desconfortos, minha gaveta está transbordando.

Surpreende me que os pais consintam.
É um casamento de amor, segundo ouço dizer.
De amor exclamou a embaixatriz Onde foi colher essas ideias antediluvianas Quem fala em amor nos nossos dias Que quer, minha senhora disse Vronski Essa velha moda ridícula ainda não acabou de todo.
Tanto pior para os que ainda a usam! Em matéria de casamentos, só conheço uma espécie feliz o casamento de conveniência.
Pode ser, mas, em troca, a felicidade desses casamentos muitas vezes desfaz se em pó justamente porque surge o amor, no qual não acreditavam replicou Vronski.
Perdão, chamo casamento de conveniência a esse em que ambas as partes já pagaram o seu tributo à mocidade.
O amor é como a escarlatina, todos têm de passar por ela.
Então, seria bem melhor que se arranjasse maneira de inoculá lo artificialmente, como se faz com a varíola.
Quando rapariga, apaixonei me por um sacristão declarou a princesa Miagkaia Mas não sei se isto me serviu de alguma utilidade
Fora de brincadeira interrompeu Betsy , sou de opinião que, para conhecermos o amor, temos primeiro que nos enganarmos para depois então corrigirmos o erro.
Mesmo depois de casadas perguntou, rindo, a embaixatriz
Nunca é tarde para nos arrependermos observou o diplomata, citando um provérbio inglês.
Exactamente.
aprovou Betsy Cometer um erro e, depois, repará lo, eis o verdadeiro caminho.
Qual a sua opinião, minha querida perguntou ela a Ana, que ouvia a conversa, calada, um meio sorriso nos lábios.
Eu acho disse Ana, brincando com uma das luvas que se é verdade que cada cabeça cada sentença, há de haver tantas maneiras de amar quantos os corações.
(Anna Karenina)

O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação.
Relações temos nós com toda a gente.
É uma criação.
É criado por duas pessoas que se amam.
O nosso casamento é um filho.
É um filho inteiramente dependente de nós.
Se nós nos separarmos, ele morre.
Mas não deixa de ser uma terceira entidade.
Quando esse filho é amado por ambos os casados que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo , o casamento é feliz.
Não basta que os casados se amem um ao outro.
Têm também de amar o casamento que criaram.
O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação.
Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.
O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho.
Dá se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.
Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos.
Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais.
Às vezes os casamentos têm de ir às urgências.
Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.
Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena.
Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido.
O que recebem do filho compensa o que lhe deram.
E mais: também pensam que fizeram bem ao filho.
Sacrificam se mas sentem se recompensados.
Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça.
Sente que, se isso acontecer, fica sem nada.
É do amor.
Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é ou querer estar com essa pessoa que ele é.
Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes.
Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.