O que leva a gente a escrever o primeiro livro Não sei.
( ) O que tinha lido de literatura sobre seca não era satisfatório para mim e quis dar uma espécie de testemunho.
E, com essa petulância da juventude, eu me meti a escrever o romance.
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos.
Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.
Um dia a gente acorda, os livros nos acordam, um anjo nos acorda, e somos avisados: não adianta mais olhar para trás.
É ir em frente ou nada.
Quanto menos comes, bebes, compras livros, vais ao teatro e ao café, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas desporto, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital.
«És» menos, mas «tens» mais.
Assim todas as paixões e actividades são tragadas pela cobiça.
Um livro e como uma janela.
Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.
Apenas deveríamos ler os livros que nos picam e que nos mordem.
Se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para que lê lo