Todo escritor recebe algumas críticas boas e ruins.
Os únicos favorecidos são os escritores homens, brancos e que já estão mortos.
O grande escritor não precisa ser nem muito inteligente nem muito culto.
A inteligência e a cultura são contudo indispensáveis nos escritores menores.
A cultura brasileira reflete mais a africana do que a americana.
Nos E.U.A.
temos o Jazz e quase só isso.
Não existem figuras como Machado de Assis, um mulato considerado um dos maiores escritores do país.
A escrita é um corpo puxado pela gravidade, não pela gravidade terrestre, como grande parte dos escritores entendem, e por isso escrevem sempre o real, sobre o real, com o real, escrevem o real do real do real
Quando os escritores morrem, eles se transformam nos seus livros.
O que, pensando bem, não deixa de ser uma forma interessante de reencarnação.
Os grandes escritores nunca foram feitos para se submeter à lei dos gramáticos, mas para imporem a sua.
Todos os escritores grandes ou pequenos são bebedores compulsivos, porque começam os seus dias completamente em branco, sem nada.
Os escritores aos quais eu volto sempre são Montaigne, Pessoa e Kafka.
O primeiro porque somos a matéria do que escrevemos, o segundo porque somos muitos e não um, o terceiro porque esse um que não somos é um coleóptero.
Sei que não sou, nunca fui um writer's writer, um escritor para escritores.
Não sou inovador, não trouxe nenhuma contribuição original para a arte do romance.
Tenho dito, escrito repetidamente que me considero, antes de mais nada, um contador de histórias.