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Crônicas do Cotidiano

Minha memória vem se perdendo a cada dia na voracidade do cotidiano Mas algumas lembranças permanecem intactas em meu ser.
Às vezes me deparo olhando suas fotos´, nossos vídeos.
Olhando cada detalhe e admirando seus traços marcantes que minha recordação insiste em sempre se lembrar e estas tem o dom de me fazerem parar no tempo, como se tudo continuasse a se movimentar rapidamente, mas meu ser e o seu conectasse os planos em que vivemo hoje, separados.
Como se estivéssemos juntos novamente sem nada que pudesse nos impedir ou apressar o tempo.
Aproveitamos para nos olhar, para aquecer nossa alma de toda alegria que proporcionamos um ao outro.
Cada flash do passado vai surgindo como aquelas cenas de filme e me fazem recordar de tudo o que vivemos.
De tudo o que superamos juntos.
E também daquilo que poderia ter continuado mais e mais infinitamente.
Do riso, das lágrimas, do encanto da alma mostrado no olhar e sentido ao respirar.
Da energia que me transportava e que sei que ainda me envolve com sua luz, de algum lugar
Como pôde a vida nos separar Como pôde modificar tudo aquilo que vivemos em questões de segundos Aos poucos vou aprendendo de uma forma árdua que a vida não é igual aos contos de fadas em que com uma simples magia posso lhe trazer de volta.
Que podemos confrontar ao mundo para nos trazer de volta.
Pois nada adiantaria se você não estivesse aqui conosco.
Eu não tenho força para lutar sem você aqui.
Eu não tem forças para respirar mais sem seu olhar junto ao meu.
Mas eu vivo na certeza que um dia, em uma outra vida iremos nos reencontrar e nossa alma poderá se abraçar eternamente.
Minha memória vem se perdendo a cada dia na voracidade do cotidiano Mas você nunca desta irá se ausentar.Estou aqui e você aí em algum lugar bonito e repleto de paz como merece.
Continuaremos juntos, conectados através do tempo, dos pensamentos contantes e da luz que mutualmente irradiamos um ao outro.
Fique bem, meu bem.

COTIDIANO URBANO
Uma mulher elegante rasga a multidão de transeuntes a passos largos com seu salto agulha.
A tranquilidade do velhinho sentado no banco da praça incomoda alguns com sua conversa fiada e afiada.
O vendedor com voz de locutor grita na porta da loja as promoções do dia.
Uma criança sardenta chora por um picolé de chocolate do Bené, e a mãe impaciente grita com o filho: picolé no frio não pode senão inflama a garganta.
Do outro lado da rua vendedoras bem maquiadas trocam ideias animadas na porta da loja deserta.
O barbudo ambulante vende goiabas e peras gigantes na esquina jurando que as frutas são orgânicas.
Ao seu lado um homem grisalho oferece produtos importados com o slogan “bom e barato”.
As adolescentes mal saídas das fraldas comentam animadas no ponto de ônibus sobre a beleza do funcionário da padaria.
Um rapaz “vida loka” compartilha seu funk “bombadão” com todos pelo celular barulhento enquanto observa as “novinha” passarem com seus micro shorts.
Entremeio os carros ziguezagueia um ciclista aventureiro (ou inconsequente) pendurado numa roda só.
Uma senhora de idade avançada para na faixa de pedestre, tenta atravessar a rua sem sucesso, pois os motoristas a ignoram.
Já a mulher marombeira atravessa facilmente fora da faixa, pois para o trânsito com sua roupa de academia dois números a menos, destacando suas curvas, celulites e culotes.
Uma moça em seu vestido esvoaçante atravessa a rua falando ao celular, quase é atropelada, é buzinada e nem percebe.
Já sua amiga distraída segue no mesmo caminho colocando em perigo a vida do seu poodle encardido.
E a senhora de idade ainda esta lá tentando atravessar na faixa de pedestre sem sucesso.
Um jovem oriental com camiseta de super homem ajuda o deficiente físico com suas sacolas até o ponto do ônibus.
Aqui uma estátua viva finge se de morta para sobreviver.
Acolá artistas de rua também se esforçam para agradar e esmolar uns trocados.
Meninos e meninas saem animados da escola, tagarelas, brincalhões com uniformes surrados e imundos depois de uma tarde de aprendizado diverso.
Um homem calvo fala ao celular, gesticula, anda pra lá e pra cá, esbraveja como se quisesse que a pessoa se materializasse na sua frente para que pudesse apertar o pescoço do infeliz.
Pessoas se acotovelam, se empurram e se espremem para entrar no coletivo lotado “soltando elogios” para todos os lados, lei do mais forte, do mais esperto ou do menos educado
É o cotidiano urbano.
Vida que vai e vem, vem e vai.
Pulsante desafio diário, sofrível, recompensador, aprendizado.
Olhe à sua volta
Qual o sentido da vida quando se vive uma vida de gado confinado
Pensou na mesmice desse mosaico vivo
E o mendigo indigente a tudo observa em silêncio tragando sua bituca de cigarro.
Rosto cadavérico, raquítico, cabelo encruado, mãos calejadas, homem vivido.
Ele é como uma sombra que quase ninguém vê, o qual a maioria prefere apenas desviar o olhar e o corpo para nele não roçar.
Ele observava a tudo e esboçava um sorriso de canto de boca por não entender a natureza humana, tanta aflição, agitação, tanta correria pra que.
Ele vive como “Carpe Diem”.
Aproveita ao máximo o agora, vive dia a dia, só se preocupa com o que matar a sua fome e matar o vício antes que morra.
Sentado no chão em meio à multidão, aspira a fumaça dos veículos, a poeira dos calçados frenéticos, o odor alheio, em silêncio.
Ouvem se as portas dos estabelecimentos baixando causando um frenesi imediato.
Ansiedade latente, a agitação toma conta do ambiente, pressa pra voltar pra casa ou ir seja lá pra onde for.
De repente a rua se esvazia de gente.
Restam carros transitando e lixo parado nos cantos da rua.
Mais um trago no cigarro, mais um gole de cachaça, mais um papelão para passar mais uma noite.
E amanhã recomeçar novamente a vida de gado de cada dia, de cada um, de quase todos nós

►Distante Do Novo Mundo
Apesar de ser um antissocial,
Escolho ter uma conversa social a uma virtual
Acho que parei no tempo, quando tudo era mais normal
Talvez uma carta ou uma comunicação não tão formal
Pois temo a extinção da linguagem verbal
Ou talvez para mim não seja o habitual, não sei
Seria eu uma criatura perdida Talvez
Sigo com múltiplas dúvidas de uma só vez.
Não me dei bem com as atuais redes
Pois acho que me tornaria mais um prisioneiro,
Apenas mais um dentre eles
Custei a me familiarizar com o tal do e mail
E agora surgiram vários outros meios
Estou naufragado, por não possuir interesse neles
Não creio que essa comunicação excessiva irá nos aproximar
Na verdade, eu acredito que estamos a nos afastar
A falta de uma comunicação frontal tomou conta do nosso lar
Logo nós nos esqueceremos de como se falar
E se o mundo se desligar ficaremos totalmente mudos
Desta nova comunidade emergente, tornei me um cego surdo
Distante e tão próximo deste novo tipo de gente.
Nos tornamos escravos,
E a vontade de compartilharmos tudo tornou se nosso fardo
O capitalismo na tecnologia hoje está focado
Fomos recompensados, mas ao mesmo tempo fomos alterados
Daquela sociedade tradicional fomos totalmente desvinculados.
Quem me dera ser sortudo em ler uma carta
Ou quem sabe receber uma poesia mal desenhada
Hoje talvez eu receba um convite para uma noite badalada
Me sinto como se eu não fizesse parte desta nova e moderna caminhada
É claro que tiro um certo proveito, mas um tanto sem jeito
Me sinto como um cata vento sem nenhum vento,
Parado, à beira do esquecimento, ultrapassado pelo tempo
Penso se haverá um momento de real convívio,
Ou se prosseguiremos para um mundo regado a artifícios
Não escutaremos mais aquele cumprimento, "Seja bem vindo"
Tenho medo que esta nova era tecnológica acabe com isso.
Mas talvez seja só uma mente tradicional falando
Talvez eu devesse estar me enturmando,
Ao invés de estar delirando e palavras sem sentido jogando
Posso estar com inveja da ansiedade de bate papo dessa época
Talvez me deixar levar seja a escolha mais que certa,
Mesmo que eu não possua total certeza de tal
Pois uma vez me deparei com algo surreal,
Um simples e aparentemente romântico casal,
Estavam conversando entre si, mas sem contato visual
Talvez hoje isso seja normal, mas para mim é irracional, sem igual.
Neste novo mundo, sou um lobo solitário
Escondendo me feito as últimas palavras do dicionário
Transformando reles pensamentos em um diário.

O navio negreiro e o aumento do campo de atuação
Os navios negreiros se transformam ao longo dos tempos, hoje já não navegam mais em alto mar, andam sobre trilhos em meio à selva de concreto.
Ampliou seu campo de atuação, deixou de carregar apenas escravos negros e tem agora transportado também escravos brancos.
Nos dias atuais o banzo não é mais preocupação, pois os explorados pela modernização já carregam desde a infância dispositivos eletrônicos que aparentemente são para lhes entreter, mas na realidade acabam por escravizar ainda mais.
Tais dispositivos fornecem comunicação direta com os amigos que estão conectados a mesma rede e em contra partida distanciam cada vez mais pessoas que estão lado a lado no mesmo navio, ou seja, no mesmo metrô.
Não parecem mais seres humanos se locomovendo e sim vários perfis de redes sociais off line para o mundo real, ou simplesmente com aviso dizendo “ausente” estampado em suas faces fechadas impedindo qualquer tipo de comunicação.
O navio fica a cada dia mais cheio, anda pesado quase se arrastando, mas ao mesmo tempo se vê um vazio dentro dele, as pessoas se transformaram em cargas que aos poucos cada vez mais se fecham dentro de si e esquecem que a vida é melhor em comunhão.
Eu ando nesses navios, acho que você também deve andar, espero que quando nos encontrarmos em algum desses trilhos que serpenteiam pela cidade, tanto no subsolo quanto lá no alto, possamos pelo menos um bom dia, um boa tarde ou um boa noite falar.
Desconecte um pouco, veja as pessoas que estão ao seu redor e valorize as relações não virtuais, assim poderemos talvez atravessar nossos mares diários com mais alegria.
O navio negreiro ampliou seu campo de atuação e hoje transporta também escravos brancos.
Sempre dependeremos do navio, ele sempre estará em nossas vidas, mas acho que podemos abandonar a escravidão, evoluir e viver uma vida real em união.

Pensamos ou replicamos ideias
Está sendo muito comum, pessoas defenderem ideias que não são suas.
Observo diariamente pessoas fazendo defesa de causas das quais desconhece.
Tornam se mestres de um saber inexistente.
E não raras vezes, replicam algo que lhe agrada dentro de uma estreita visão e total falta de conhecimento.
Essa falta de saber, de visão, de pensar, cria polarizações e dividem cada vez mais a nossa sociedade.
Vejo discussões sem fundamentação técnica, mas, profundamente apaixonadas.
Assisto pessoas defendendo um quinhão que não lhe pertence, e que nunca lhe agregará nada.
As redes sociais tornaram um meio no qual todos se transformam em especialistas nos mais diversos assuntos.
Todas palavras ou ações postas, viram alvo de uma interpretação monocromática, muitas vezes, visto pela lente alheia.
Tornamo mos vítimas das ideias dos outros, e congelamos nossa capacidade de reflexão.
Recebemos o caos e distribuímos o caos.
Por isso, pense, veja, faça uma análise racional e desprovida de paixões.
Entenda que seus desejos individuais, muitas vezes não são as vontades coletivas.
Entenda que o que é bom para você e sua zona de conforto, pode ser ruim para toda uma sociedade.
Assim, antes de fazer a defesa de qualquer ação, assunto ou comentário, aprenda a tirar o véu das paixões que lhe cobrem os olhos e, tente aprender a olhar todas as possibilidades e vertentes possíveis.
Comecemos a pensar.
Paz e bem.

Ajude me a me conhecer melhor.
Todos nós conhecemos a máxima: "Conheça te a ti mesmo", e sabemos o quanto é difícil para nós, nos descobrirmos e enxergarmos os nossos próprios defeitos.
Ficamos presos a esses erros, e por fazer parte de nós, dificilmente aceitamos ou enxergamos que estamos agindo de forma deletéria para conosco e para com as pessoas em nossa volta.
Muitas vezes o feedback sincero de alguém de confiança é necessário para que possamos ver aquilo que não estamos enxergando.
Aprender a escutar a opinião alheia e filtrar ela, é de suma importância.
Se você é um cozinheiro e todos reclamam de sua comida, chega um determinado momento em que: ou você melhora, ou muda de profissão, pois, nesta você já recebeu provas de que é um péssimo profissional.
Assim, as críticas que recebemos, se bem analisadas, podem ser construtivas, e podem mostrar nossos erros e acertos.
O cuidado que devemos ter é no sentido de que toda observação, carece de reflexão, daí a necessidade de filtrarmos a informação recebida, mas, com a devida introspecção e pureza de intenções.
Não pode haver espaço para mágoas ou rancores.
Assim, me ajude a me conhecer melhor, objetiva, aprender a falar e sobretudo escutar àqueles a quem consideramos e que, em algum momento, possa estar cometendo algum comportamento que esteja abalando essa relação de amizade e companheirismo.
Sem diálogo não há comunicação.
Sem a comunicação as relações não existem.

Meditar e Viver Viver e Meditar
Em alguns momentos da vida, nos olhamos de uma forma diferente, questionamos o porque de certas situações do cotidiano, o que causam e nossas reações.
Acredito que estes momentos surgem do cansaço, seja ele físico ou mental.
Este questionamento a que me refiro é o perguntar a si mesmo até que ponto vale a pena determinadas coisas.
Mas que coisas seriam estas .
Um casamento insustentável, um filho problemático, um chefe tirano, dividas
A lista de problemas que todos enfrentam em algum momento da vida é infinita.
Somos resultado direto do que vivemos, dos problemas que tivemos e da maneira que os enfrentamos.
Então tudo isso é normal .
Considero que os problemas que enfrentamos nos fazem evoluir no sentido mais amplo da palavra, mas quando o mesmo problema se torna permanente não contribuí em nada para nosso crescimento.
A meditação talvez nos ajude a visualizar melhor uma determinada situação e quem sabe achar uma resposta, que pode ser boa ou não, mas o mais importante, que traga mudança.
Não quero cair em obviedades, mas não poderia começar a falar sobre o tema meditação sem explicar um pouco sobre a relação que existe entre nosso cotidiano e essa prática milenar.
Deixo claro que o que escrevo sobre meditação tem como base minha experiência em artes marciais, um pouco de literatura sobre o tema e uma analise fundamentada no que os acadêmicos classificam como senso comum.
Este texto não tem pretensão de ensinar alguém a meditar ( se isso for possível ), desejo apenas expor algumas situações particulares e quem sabe contribuir de alguma forma com aquele olhar intuitivo que nos mostra por uma fração de segundo o nosso interior.
Quando algumas pessoas ouvem falar em meditação, automaticamente associam com um estado mental auto induzido de apatia, abandono, enfim, coisa de bicho grilo que não tem nada mais importante a fazer.
Outras consideram uma modinha oriental praticada em algumas associações de nomes estranhos.
E ainda existem os que definem claramente o que é meditação, como é praticada, para que serve, mas que cometem um grave erro ao conceitua la como simples método de relaxamento, de acalmar o corpo e (pode parecer estranho) a mente.
Particularmente não sei quando estou meditando, será quando sinto o vento, o sol .
Será quando paro e olho para o mar sem dizer nada, sem pensar em nada .
Será que neste momento estou meditando .
Aparentemente sim, quando passamos apenas a ouvir, observar e sentir o que esta em volta, sem analisar, sem ter reação ou argumentos, sem forçar nada, apenas seguindo o fluxo, este me parece ser um estado de meditação.
Mas em que resulta tal estado .
Traçando um paralelo com termos comuns a informática, travamos e depois "reiniciamos" (religamos).
Assim como um mecanismo de auto proteção que por algum motivo se desliga para se preservar de danos maiores.
Quando "religamos" pensamos melhor e agimos de forma mais direta.
Meditar é algo que se induz ou que que vem naturalmente .
Podemos meditar em muitas situações do cotidiano, basta abandonar o intelecto e suas analises.
Isso poderia ser chamado de meditação induzida, definimos o momento o local e cessamos de ser o que somos para fazer parte de tudo.
Mudamos o ponto de vista, nos vemos sem ressalvas e com maior tolerância para os nossos erros.
Mas e quanto a meditação natural .
Esse tipo esta situada justamente nos exemplos citados no inicio do texto, quando surge sem escolha, sem nenhum tipo de planejamento.
Sorrir ao ver uma criança brincar, sentir o vento no rosto, brincar na chuva.
E qual seria a mais importante .
Nenhuma e todas a formas estão corretas e se igualam em importância.
E por que alguém iria querer Meditar .
Para ter uma mente mais clara, para tomar decisões de foma mais equilibrada sem a influência de nossos
pré conceitos, sem ter a visão curta, que não mostra o problema como um todo, mas como pequenas partes que nunca se encaixam.
Meditar é dar se a chance de pensar mais antes de falar, de ouvir mais antes de opinar ou interpretar, é ter respeito com os outros e principalmente com você mesmo.
Meditar pode assustar porque mostra nossos erros e não podemos argumentar contra nos mesmos, podemos até justificar uma atitude injusta ou cruel de nossa parte, mas sabemos a verdade e isso nos incomoda.
Meditar é ser bom
Meditar antes de tudo é sempre buscar o equilíbrio, seja como a natureza, se tiver que chover chova, se tiver que brilhar como sol então que brilhe.
Sol em excesso mata e chuva em excesso também.