DELÍRIO
Descalço, mas pro cerrado não cabe tento
Em no teu chão, a total admiração extasia
E, em frêmitos pasmos, o meu olhar dizia:
suntuoso, com todo possível argumento
Cantam os jatobás, encantados, ao vento
Fremente, os Joãos, Marias os boia fria
Vão nos caminhos, cada qual na teimosia
Fazendo do dia em um novo nascimento
Em suspiros, seriemas, num agudo grito
No horizonte se misturam com o infinito
Regendo a alma do sertão num frenesi
Neste fazer arrepiar em um doce arpejo
Na admiração, a diversidade em cortejo
Tudo se cala, ordena o delírio Obedeci!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/11/2018, 06’06”
Cerrado goiano
Olavobilaquiando