Passear naquele jardim e olhar os bancos vazios, lembra me quando estavas lá sentado a olhar me.
Enchias me o tempo, quando não existiam horas.
Quando me sentei naquele banco de madeira, fechei os olhos e vi te.
Dentro de mim.
Não quis entrar na tua vida sentada, nem de maneira nenhuma.
Queria ser a tua vida.
Não fui capaz de te segurar.
Não tive tempo para responder aos meus medos e hoje cada vez que vou à varanda perco me a ver imagens nossas.
Do nosso primeiro beijo, do abraço ao frio, do teu sorriso à chuva, do teu cheiro no escuro.
Unicamente és tu no pensamento.
Mesmo quando não acredito no que está acontecer, oiço me a falar contigo na tua ausência.
Agora é mais sério.
Não tenho como disfarçar a falta que me fazes.
No medo que tenho de te perder.
Mesmo quando acho que nunca é tarde, nem será.
Desejo largar tudo e viver o caminho que a vida me escolheu, que teimo deixar fugir.
Os medos que tenho voltam a ser repensados, todos os dias.
Tivesse eu coragem para enfrentar o desconhecido, faria de ti o homem mais feliz do Mundo.
Por seres tu.
Dou chapadas a mim mesma, de forma acordar.
Adormeço e volto a sonhar do teu lado.
A sonhar.
Não quero olhar para trás e ver te ausente.
Não quero.
Nem posso fazer isso comigo.
Pedi te para confiares, perdeste as esperanças de acreditar em mim.
Por ter repetido, sem um passo a mais.
Diria que perder te, é perder me.
Se o meu coração disser que foste e não regressas, partirei à tua procura.
Mas não, acredito que não vais.
Assim permaneço.
Dar tempo ao tempo para resolver tudo por mim.
Como tem sido até agora.
E se fores, nunca me vou perdoar por não ter assumido este sentimento.
Por negar vezes sem conta.
E tu mereceres mais que isso.
Quando fores, deixa explícito.
Os sonhos acabam quando se acorda, de uma vez por todas.