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Vera Medeiros

Alimento
Quero me alimentar da vida
Ver o sol brilhar todos os dias.
A chuva cair com som de maresia.
Sentir o som em suas dimensões.
E dançar no ritmo dessa melodia.
Quero me alimentar da vida
Sentir o cheiro de uma flor.
Voar como um passarinho.
Ter olhares de uma condor.
Quero me alimentar da vida
Sentir o gosto de um beijo.
O calor de um abraço.
O toque de uma mão.
Sentir as batidas do coração.
E não morrer na solidão.
Quero me alimentar da vida
Brincar como uma criança doce.
Que tem sonhos a revelias.
Rindo da poesia.
Quero me alimentar da vida
Ter sede todos os dias.
Acreditar na cura das feridas.
Que estão abertas, expostas a luz do dia.
Quero me alimentar da vida
De a vida me alimentar.
Alimentar me eu quero.
Quero me alimentar.
A vida alimentar me.
Eu quero.
Parar para admirar
O cego que não admira.
A luta de formigas esguias.
Pessoas que se acham pequenas.
Na correria do dia a dia.
Parar para admirar
Um louco homem tentando.
Convencer se dos seus direitos.
De amar outro homem.
Um bicho em fúria humana.
Parar para admirar
O surdo que não ouve a melodia.
Que agora pouco eu dançava
O som que embala os meus dias.
A diferença no rosto.
De um ser que quer ser.
Parar para admirar
A mulher em seu dia de glória.
Em dias de alegrias.
Com a força na palma da mão.
Junto o pulsar do coração.
Quero parar para admirar
Os bichos que vivem.
Cada qual na sua espécie.
Embelezando nosso planeta.
Pedindo socorro às vezes.
Por falta de delicadeza.
Quero parar para admirar a vida.

É um fato
Um dia resolvi trabalhar.
Tinha 22 anos.
E Deus me ofereceu de presente a APAE.
Foi neste ambiente que percebi a importância da vida.
O sol que eu via todas as manhãs a caminho de casa já não era o mesmo.
E cá com os meus botões na mente apertando um e outro pensava.
O que é que eu estou fazendo aqui
Alguns detalhes eu anotei, outros eu deletei.
Eu tinha ao meu lado seis almas.
Uma delas era o eixo.
A outra se aquecia no meu ventre.
As outras começo a descrevê las agora personagens desse conto.
Dara era uma dama como insinua seu nome, tinha o cabelo cacheado com uma leveza jogado no ombro esbelta Epilética .
Laura tem a pele morena, cabelos negros, olhos negros como a noite sem movimentos nas pernas e a mente ambulante, cadeirante.
Simone um sorriso constante no rosto a marca da paralisia na mente e no braço.
Marcelo um menino de um metro e oitenta, cabelo liso jogado ao vento e as unhas sempre ao relento quando eu perguntava porque estavam sujas suas unhas, ele logo se escondia no olhar falando minha vó não tem mais essa habilidade e nem eu.
Eu fazia o papel da avó e ele ia embora feliz.
Depois de algum tempo estiveram comigo
O Elvis que não falava, mas me olhava intensamente eram só sinais muitos gestos.
A Adrieli sem o olhar nem sinais nem gestos, só vozes.
E tive vivendo ao lado bem não era bem ao lado ele estava na minha lista nominal, e não frequentava meu cotidiano entre aspas.
A educadora dele mendigava orientações junto a mim para supri lo nas suas necessidades em casa, na casa dele, ele tem o direito não tem poros a alma respira o corpo não.
Em tempo dependentes químicos, gays, lésbicas vem caminhando ao meu lado.
Não vejo diferença São seres humanos.
Tem suas necessidades
É Só um fato.
Quero conta lo sempre.