Poema: A natureza fala
Há que se passar algum tempo na vida
Para que possamos entender as mudanças.
Mudanças que tenham que partir de nós mesmos.
Aniquilar em nós a mania de achar que a natureza aguenta nossa hipocrisia.
Novas gerações chegando, o futuro a frente de crianças que já nascem de olhos abertos.
E nós E nós E nós E nós E nós E nós
Fechando os olhos.
Insensível é o ser humano às vezes ou sempre
De repente não enxergamos o óbvio, é mais cômodo não ver.
Porque ver nos incomoda e ao mesmo tempo nos provoca.
E mudanças nascem de provocações.
Então Silenciar
Silenciar para o lixo.
Para a árvore que implora aos homens um pouco de terra.
Então Silenciar
Para o pássaro que busca nas águas o mergulho constante disfarçando o calor iminente.
Então Silenciar
Para o vento que com bravura vem levando a nossa alma, tentando nos despertar.
Então Silenciar
Para a formiga que trabalha enlouquecidamente tentando organizar o seu tempo.
Para o esquilo, morcego, marmota, ratos e ouriços que andam trocando seu período de hibernação.
Medo.
A geração está nascendo de olhos abertos.
Não é mais como antigamente.
Seus olhos falam.
Seus olhos nos interrogam.
_O que você está fazendo