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Thaylla Cavalcante

Comece a rezar.
Bem aventurados sejam aqueles que te ignoram
Amaldiçoados sejam aqueles que por ti choram.
E se do pó viestes, ao pó não voltará
Tua imoralidade, toda bondade ceifará.
Quero que morras triste e solitário
Sentindo dor e frio
Quero que você sofra um inferno agonizante
Até a decomposição de tua carne.
Quero ver te sozinho, chorando,
No vazio, e por piedade implorando.
E no velório de tu'alma, assistirei a esta matança,
A supremacia da divindade, aqui não alcança
Teu sangue petrificará.
Pois tenho em minhas mãos o poder,
Agora é ver pra crer
Crer que nada acabou,
Que teu sofrimento continuou, e por longas datas há de continuar.
Meu consolo é saber que não há nada que possa te consolar.
Quando os cavaleiros subirem o monte,
A pedra mais alta irá cair,
E eu estarei a aplaudir,
Será teu coração a desmoronar
O coração que achei que tu não tivesse,
Mas deus há de atender minha prece,
Terei poder tão logo e não distante.
O inferno, à terra vai subir,
Iremos nos encontrar.
Como fogo e água,
Mar e luar,
Pontos opostos da velha diretriz.
Sou a lua sobre a escuridão,
Sou fogo, clarão,
E tu, apenas algo a sucumbir.
Prometo ser piedosa!
Doses longe do brutal.
O perdão é para poucos,
Para os loucos,
E para alguns moribundos como ti.
Fui pouco,
Hoje sou muito,
Tanto que nem me caibo
Por isso me guardo em mim,
Aprendi contigo, é certo dizer
Não sei mais sentir
Sou vazia de mim, pelo vazio de você.
Em meio a meus 12 "eus",
O mais amado foi me trair.
O que fazer
O que sentir
Deixar doer ou ver partir
Continuo a ouvir o doce som da podridão de teu corpo,
De teus ossos se preparando para uma iminente implosão,
Da ruína que está se tornando teu coração.
Adentrando uma terra deserta,
Colmada de vingança e ódio sem perdão.
Mas o alívio final será meu,
E enquanto paga teus pecados, o inferno será teu.
O mesmo inferno que me prometeu, cômico, não !
Não tens amigos,
Não tens família,
O lado bom da armadilha é que tu próprio se prendeu,
Perdeu se em meio aos detalhes.
E por minha pura tirania, admito, doeu um pouco
Mas por fim, não sou eu quem está a ficar louco.
Não sou eu quem está sem pão,
Sem amor ou perdão
Não sou eu quem está abandonado,
E pela simbólica escuridão,
entrego te esse recado:
Pense em teu pecado.
Não tente manter me perto,
Fiquei melhor com tua pior escolha
E agora viva nesta bolha
Como um mero condenado.
O mal está em tudo,
Infiltrado nas melhores relações,
Nas piores proposições,
E até no maior amor do mundo.
Lava esse rosto,
Mostre me o que tanto tentou esconder,
Há tanta lágrima espalhada
Chega a dar desgosto.
Acordou de cara marcada,
A noite deve ter sido mal encarada.
A bebida vai virar sangue,
Hoje teu anjo da guarda desde de gangue,
A escuridão tomou conta
A tentação venceu te de ponta a ponta.
Teu sorriso agora ausente comprova,
Vamos para a santa inquisição,
Perguntas feitas e não respondidas,
Vidas interrompidas,
Malditas,
Sem perdão
Como a tua traição.
Thaylla Ferreira Cavalcante (relicário de vocábulos vazios.)

Acordei e foi como um sonho, na verdade, um pesadelo.
Nada daquilo fazia sentido, era uma realidade paralela à minha.
Não conseguia me enxergar em reflexos, era uma estranha a mim mesma.
Levantei daquela cama, ensopada de suor.
Me despi de todas as cobertas, de todas as vestimentas, em seguida, de todo pudor.
Meu corpo pulsava e nem eu entendia os motivos exatos.
Mordi os lábios, rasguei a pele com as unhas, joguei longe a anel que me deu.
Queria ser livre de tudo que te agradasse, de tudo que lembrasse você.
Busquei a última lâmina por entre os papéis da minha gaveta.
Todos os poemas que te fiz, que nunca tiveram valor algum.
Poderia queimá los.
Talvez o fizesse mais tarde, agora, a prioridade era outra.
Abri a gaveta que estava trancada, uma garrafa de whisky, um vinho barato, mais algumas lâminas e outro punhado de textos.
Afinal, quanto tempo perdi escrevendo para você Sempre foi assim.
Sempre senti demais, e a intensidade na maioria das vezes não é algo bom.
O Whisky queimava minha garganta ao descer, bebi direto da garrafa.
Pra quê usar copo Você já me causou sujeira demais pra umas três vidas.
Queria um cigarro, daqueles que acabaram quando eu fumei uns 5 maços durante muitos dias.
Me fazem falta agora.
Lembrar de você nunca é bom, me causa sensações que eu preferia não despertar.
Chega! A lâmina percorria meu pulso como se fosse feita para isso.
Meu braço, já cheio de marcas, ganharia mais uma, meu coração às aguentou, uma a mais ou a menos, pouco importaria.
Queria entrar no carro, dirigir até bem longe de você, voar até o outro lado do mundo, e ainda assim não seria o bastante.
Não seria porque tenho te num lugar tão infortunando que não posso esconder te de mim, esconder te de ti.
Você me marcou, abriu uma ferida daquelas em que a gente grita e agoniza só de pensar em ter.
Ainda assim, eu deixei, te deixei parmanecer nessa zona que até então achava ser impenetrável.
Permeou em minha utopia, fez dela nossa, fez do meu medo a sua fonte vitalícia de energia e poluiu a fonte, sem fonte não tem vida, sem vida, o ciclo se acaba, e acabou.
Dois goles de vinho.
É de longe o pior que já tomei, ferve me a pele e me remexe as entranhas.
Preferia que fossem dois socos no estômago, mas são quase isso.
As melhores bebidas te deixam ébrio com apenas poucos goles, isso também costuma acontecer com as que são baratas.
Caramba! Queria um cigarro! O armazém da esquina agora me parece longe e inalcançável, seria quase como percorrer uma estrada sem fim, não sei se estou pronta para a jornada.
Nem sei se valeria a pena mais alguns passos que fossem, seriam por você.
Você nunca valeu o esforço, nenhum esforço.
Continuo sentada nesta escrivaninha, agora o relógio marca 3:00 da manhã.
A hora dos demônios, não Pois bem, os meus estão soltos a bastante tempo.
Rodeiam a vida, a casa, o quarto, meus pensamentos.
Um dia você me disse "O inferno não está tão longe".
Nunca fez tanto sentido, nunca concordei tanto.
Tens razão.
O inferno é logo aqui, ao alcance da palma de minha mão.
Passei os dedos por entre os cabelos, abri a janela e estive um certo tempo olhando o céu.
Pularia da janela, se fizesse diferença, não faz.
Continuo aqui.
Trancada neste antro de expectativas e esperanças mortas.
Você me prometeu ficar, mas eu sou a única que continua aqui.
{Epitáfios para Lígia}

Chegou em casa, abriu as portas, as persianas, as janelas.
Caminhou por entre os móveis, preenchendo os espaços vazios.
Os passos pesavam, seu corpo não conseguia carregar o próprio peso, os pés, frágeis, se retorceriam se pudessem, o cansaço era visível.
Foi até o banheiro, olhou se e naquele espelho manchado, viu um reflexo que não era seu.
Algo inumano.
Procurou vestígios de felicidade, nenhum.
Amor Nenhum! Dor Muita! Solidão Mais ainda! Subiu as escadas, restejaria se possível fosse, não era.
Eram 3:00 da manhã.
Havia um fulgor desconhecido naquela noite, algo especial ou diferente.
O referente era um inimigo em potencial.
A noite foi feita para os loucos, aos que amam intensamente.
Era seu caso, amava tanto e esquecia de se amar.
Amava a madrugada, o cheiro do conhaque e as taças de vinho manchadas de batom vermelho.
Amava ouvir jazz no tom mais suave possível.
Amava o azul, naquele tom quase preto.
Amava a lua e suas metamorfoses.
Amava a vida, odiava viver.
Olhou sua história por um lado, por outro, por perspectivas mistas e opostas.
As vertentes que se cruzavam no emaranhado de problemas em que tinha se metido.
O amor não correspondido, a traição explícita.
A falta de amigos, a solidão
Como dizer a alguém que possivelmente ela possui depressão Não é uma tarefa fácil, ao menos não deveria ser.
Costumo dizer que quando toma se um papel como esses, o autocontrole é fundamental.
Não queria eu, dizer para aquela doce menina que o que ela via nas manchas de vinho era o seu sangue escorrendo pelas manhãs da camisa.
Que absolutamente todos os seus amigos, eram fruto de sua imaginação, porque ela era estranha demais para se adequar socialmente a qualquer parâmetro significativo existente.
O que é a vida, senão um misto de cores borradas, palavras engolidas e borboletas no estômago, regurgitadas O problema começa partindo do fato de que, cores misturadas se tornam preto, e quanto mais pigmento, mais escura a cor.
Até seu sangue escureceria, quem dirá, aquela dor E a ferida só aumentara
Ela sentou à beira da janela.
As grades de proteção ficaram para trás, afinal, o que ofereceria mais proteção que o próprio perigo Quando se expõe a ele, nada mais se deve temer, não há do que se proteger.
E ela cantava, entre lágrimas e sorrisos, traçava uma tênue linha entre o real e o imaginário.
O vestido branco manchado nas mangas com o vinho Voava conforme a dança tecida pelo vento noturno.
Ela estava em pé, alternando os pés pela beirada da sacada.
Um após o outro.
Vamos contar comigo 1, 2, 3 Os pés se chocavam e ela olhava para baixo.
Não tinha medo do escuro, tinha medo da solidão, e até isso já enfrentara.
Não tinha ninguém, não tinha nada.
A lua gritava no céu, e no chão, refletida nos tetos dos carros.
Nada mais fascinante que a lua Ao final daquela noite, ela se viu leve como um pássaro.
Queria voar, ascender aos céus, e pulou.
Voou.
Encontrou a lua, abraçou a por toda a eternidade.
A solidão acabou, o medo cessou, ela e a lua, deram adeus à vaidade.

Último dia na terra (Parte |||)
As sacolas que estavam em minhas mãos foram ao chão sem que nem ao menos eu percebesse.
Agora estou rindo ao lembrar que uma das meninas, parecia ser a mais nova, segurou a garrafa de bebida como se fosse uma boneca, enquanto eu e seu avô nos soltávamos aos poucos.
Não demorou muito para que uma mulher de aparência um pouco mais velha que eu, saísse de dentro do casebre.
Seu dedo trazia uma aliança igual a dele, e só então percebi o que havia acontecido.
Ele nos apresentou, eu, sua velha amiga de bebedeiras, a moça que salvou sua vida no dia em que ele queria se matar.
E ela, a moça que saiu da vida dele, e levou junto seu coração, fazendo com que ele desejasse apenas a morte.
A esse ponto, já me parecia engraçado como tudo se encaixava.
Ela me convidou para entrar, na idade em que estamos, não parece ter muito sentido morrer de ciúmes de um companheiro de longa data.
Digo isso porque a casa deles era cheia de fotos, viagens, filhos, netos.
Afinal, eles deixaram seu legado.
A casa era realmente minúscula.
Alguns brinquedos espalhados e um punhado de poeira que parecia ter sido jogado propositalmente em cima de cada um dos móveis.
50 anos de casados.
2 filhos, três lindas netas, e uma intrusa em sua casa.
Tomei uma xícara de café, odiava café.
Ouvi uma música que me doeu os ouvidos e inventei algum compromisso ao ponto que me perguntaram sobre minha família.
Voei casa a fora.
Hoje é meu aniversário.
83 anos muito mal vividos, agora percebo.
Casa grande, três carros na garagem (não os uso a muito tempo, é certo dizer), uma piscina invejável, e uma área de lazer que daria orgulho a qualquer multimilionário.
O amor de minha vida foram meus livros, uma biblioteca com aproximadamente 5000 exemplares, todo lidos, alguns escritos por mim, inclusive! Meu ateliê tem quase 2000 peças pintadas, entre folhas telas e cerâmicas, todas feita com minhas muitas horas vagas.
O que mais posso dizer de minha vida Fui uma boa advogada.
Estou no livro de ouro de algumas universidades, e em minha casa tem algumas boas fotografias de viagens ao exterior.
Todas sozinha, ou com pessoas sem importância o bastante para que os nomes me venham à mente.
Aquela família, a família dele, nunca precisou de muito para ser feliz, eu tive tanto e não fui.
Parece clichê, não Meu testamento é um pouco incomum por ter sido escrito e reformulado durante tantos anos de minha vida.
Agora, com os olhos cheios de lágrimas peço a você, senhor advogado, meu sucessor nesse cargo.
Envie para aquela família tudo que eu possuir, passe para eles meus bens, casa, carros, e principalmente, a grandeza de minha alma, se eu ainda a possuir.
Neste momento, vou desligar a turbina que me mantém viva, essa coisa que chamam de respirador, minha hora já passou a algum tempo, não existe mais nada para mim nesta vida.
Quanto a ti, não seja como eu.
Largue os vícios.
Todos eles, entorpecentes ou pessoas, tua vida vale mais.
Lembre, há tanta vida para viver, mesmo quando chegamos ao nível loucura.
Ah, é essa a parte em que tudo fica interessante.
Uma boa vida.
Thaylla Ferreira {Poesias sobre um amor inatingível}

Sou passageira
Aqui da horizontal
Eu só via as faixas na estrada se repetirem
Você, da vertical
Via nossos mundos ruírem.
Eu lembro de pensar querer que aquele momento durasse uma vida inteira
Mas a gente é tão fraco
Tão pequeno
Que uma hora acaba a brincadeira.
Eu sei que agora só resta um sopro de lamento
Um mar de frustração
E você atraca sem ter a menor intenção
No meu cais de arrependimento
E eu que sempre acreditei em teu sentimento ardente
Entrego te um grito estridente
Quando me perguntas o que sinto no coração.
Enquanto nossas mãos se tocavam
Nossos corpos entravam em órbita
Eu só te via junto
Do vazio e dessa incógnita
No silêncio, ritmados e compassados
Eu só ouvia nossos corações
E nossos perfumes embaralhados
Percorrendo outras dimensões
O motivo desta lírica
É só tentar, talvez, me fazer entender
Como te perdi
Se nunca tive
Como descrever o que não se pode ver
Tão intangível e palpável
Tão pequeno e maleável
Tão ébrio e solitário
Como estar escondida aqui
Onde estou
Bem no fundo do armário
Porque se por um minuto fostes meu
Não consigo vocábulos para descrever
Possivelmente nem há muito o que se dizer
A vida acaba com um beijo teu.
Com teu cheiro que me preenche as narinas
Com teu êxtase exalando adrenalina
Como a vida que poderia ter sido,
A vida
E o que nunca devia ter acontecido.
Eu segurava tua mão
Enquanto passavas as marchas
Eu só te falo porque tornou se insustentável
Falo porque não posso gritar
Porque você não vai me ouvir
Nem se eu tentar
Porque eu cansei de ficar.
Do teu ombro eu te olhava
Deitada
E te dizia que nem sei mais o que fazer
Você ria e apontava pras estrelas infinitas acima da estrada
Cujo brilho nem se compara a você
Se não morro embriagada
Não é a saudade que vai me matar.
Eu sei, sou totalmente errada
Porque sequer considerar qualquer envolvimento mais arriscado.
Você é meu pecado,
Mas eu sei.
Homens só morrem de amor nos palcos.
Thaylla Ferreira Cavalcante (Amor, meu grande amor)

Controvérsias
Te escrevo esta lírica crítica poética
Como um tolo devaneio desta minha mente
Antes tão inerte, agora inquieta
Redijo substantivos e vocábulos
Tão mornos e oblíquos
Afim de encontrar acalento
À esta minha vida, morna e incerta.
De amantes a inimigos
Malditos escravos
De devaneios antigos
De estranhas aversões
Nossos nocivos estragos
Eu queria a calmaria
Do encontro das marés
Queria a melodia
Orvalhada dos ouropéis
Queria não ser tão estático
E poder não sentir
Essa minha dor
Mas não sei se queria
O privilégio de chamar te de amor
No ápice de minha saudade
Houve um lapso temporal de desespero
Em que sem pudor ou medo,
Infligi a mim, uma dor de total desmantelo
Queimei me a pele
Por não suportar o queimor que me aquecia por dentro
Meus epitélios pareciam desgrudar da derme
E seu nome não me saía da cabeça
A tu, eu perdi a sanidade.
Nem mesmo todo o tempo que passamos na estrada
Bastaria a compensar as horas que perdi delirando por ti
Queria não ter essa intensidade exacerbada
Mas das rosas que você me deu,
Sou a estragada.
Desvencilhei me das lembranças tuas
Mas tua foto ainda está em minha cabeceira
Ainda sinto teu cheiro em pessoas alheias
Em minhas andadas rotineiras
Queria ter lembranças como as suas
Boas e puras
Mas nas minhas,
Só fomos dois inconsequentes
Cambaleando sob a linha tênue à margem da razão e da loucura
Beijei bocas das quais não lembro o gosto
Pousei em corpos estranhos, conhecidos e em tantos outros
Mas sempre foi você,
O fogo que me torna imune aos sopros
Estou numa bolha de inércia prestes a ser estourada
Meu mundo rosa tem coloração acinzentada
És parte fundamental desse caos instaurado em mim
E sem você, eu me resguardado
Nada mais vai ser cem por cento
Nada tem a beleza extraordinamente quântica
Linda, leve
Como teu sorriso e teus cabelos ao vento
Minha energia lasciva destruiu teu carro
E a minha sanidade,
Me trouxe os debates existenciais sobre a beleza da ida
Mas se eu não fosse azarada,
Não conheceria quem me ensinou a fórmula de resolução
Ou da destruição de minha vida
Toda a incompreendida chama que juravas ter
Era brasa molhada, fogo de palha
E agora, cobrança de saudade
Que só sobrou pra mim
Junto à esse romantismo ultrapassado
À imensidão de lirismo incompreendido
Você me trouxe de volta à monótona realidade.
Com a dor de ser o que sou,
Acabou.
Acabaram os vocábulos
Todos os numerados fósforos foram queimados
E apagaram
Só restou a fumaça
E a dor reconfortante de quem os segurou até o final.
Serei sua
Enquanto meus versos inconformados e desajustados
Insistirem em ser seus.
Thaylla Ferreira Cavalcante