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Thaylla Cavalcante

Imagens desconexas
Se da janela do meu quarto
Pudesse ver o futuro
Baby, eu te asseguro
Da vida não te deixaria tão farto
Se no carona do teu carro
Eu não me sentisse tão imortal
Se soltar a tua mão não fizesse me tão mal
Eu não estaria aqui, no trigésimo quinto cigarro
Tua mão esquerda no volante
A direita no meu cabelo
Lembra um passado tão recente e distante
É impossível não vê lo!
Porque você diz querer ficar, e vai
Diz querer me mas não se esforça
Fala em desapego e me prende
E no teu aconchego me ignora.
Se tua volúpia ardente
Me rende
Não sei quem sou,
A cada vez que você sai
Não chora agora, não chora
Isso deixa tudo pior
Eu jurei por tudo que é mais sagrado
Jamais deixar te só
Mas teu sopro de insegurança me aflige
Atinge e perpassa me à epiderme
Meu miocárdio, já estragado
Diz me: partir é melhor que ver tudo que se sucede
A tua companhia me torna humana
O teu beijo me é néctar de vida
A tua essência faz me profana
E o céu grita
Ele é
Tudo que você precisa.
Se nem o universo conspira a nosso favor
Pensar demais não trás reparação
Não digo que te amo
Te digo que você é parte fundamental
Disto que chamam coração
Te digo que é acidental
Bem sabes os motivos do meu pavor
Porque me dói te deixar
Mas não posso te ver voltar por obrigação
Vim pra ser sua melhor parte
Pra te cuidar e proteger
Estou agora a transformar te em arte
Já que o resto eu nunca consegui fazer
É que a perfeição te adora
E com toda certeza me abomina
Talvez eu seja sempre a sua menina
Que te deixou embora.
Thaylla Ferreira Cavalcante {Amor, meu grande amor.}

"Aqui jaz todas as tuas lembranças".
(Parte ||)
Você me disse uma vez, "siga sua vida", e eu segui.
Procurei tanto a morte que acabei aqui, nesteantro de almas perdidas que pairavam no ar, mais como demônios que como anjos.
Nossos demônios, os que você me falou para esquecer, os que preferiu deixar para trás por um mero capricho ininterrupto.
Mantive meus olhos fechados o máximo de tempo que pude, redigi mais alguns pensamentos enquanto o mundo parecia cair sobre minhas costas, desmoronamentos programados e incessantes.
Meus olhos continuavam fechados, e os apartava cada vez mais, as lágrimas jorravam, tremeluzindo.
7 meses atrás você me impediu de pular daquela ponte, depois me olhou nos olhos e disse adeus.
Seu cabelo balançava à medida que o vento batia nele, e seu sorriso perdia o brilho gradativamente.
Meu olhos continuavam fechados
Quando abri, ainda era dia.
Uma dúzia de pessoas estavam ao redor do que seria a cova aberta que você olhava ontem.
Corri até elas, a cova estava fechada, o corpo tinha sido enterrado a pouco, alguns choravam, se entreolhavam e balbuciavam algumas palavras inaudíveis, mas a maioria olhava me com um sorriso contente, algo que transparecia seus corpos tão cheios de vida.
Nunca tinha visto nenhuma delas Não importava.
Ajoelhei me na grama.
O epitáfio, agora gravado, trazia os seguintes dizeres "Aqui jaz todas as lembranças do maior amor de tua história, o motivo da perda de tua essência.
Corra para a vida! ".
Você tirou de mim, tirou tudo que me era mais importante.
Me apresentou os vícios, e o pior deles, você.
Ao final, estive mais ao seu lado que você mesmo, aceitei tua permissividade seletiva.
Regurgitei todas as borboletas em meu estômago, e te deixei ir, como queria.
Nosso amor era um cadáver dentro daquele caixão.
Frio e vazio.
Apenas matéria decomposta, ultrapassada, e por fim, enterrada viva.
Thaylla Ferreira {Epitáfios para Lígia}

Vocábulos vazios
Alguns dias são piores que outros.
Na maioria das vezes me perco em pensamentos.
Deito me, olho o teto do quarto e espero o tempo passar, se perder.
Alguns dias nada faz sentido, não me lembro de ações anteriores, não meço meus atos posteriores, me perco no relógio.
Alguns dias eu queria apenas algumas horas a menos, dormir e acordar sem compromissos, planejamentos ou regras a seguir.
Em alguns desses dias, o mar é meu refúgio, imagino me prostrada sobre a areia fina, observando o céu, as constelações, dando nome a todas elas, uma por uma.
Em outros desses dias, sinto minha garganta queimar, meus pulsos arderem e meu peito doer, cada vez mais forte, cada vez por mais tempo, e assim o tempo passa.
Algumas vezes uma pintura, uns escritos, são o bastante pra me definir.
Algumas vezes, me encontro em meio a um punhado de lágrimas e soluços ritmados com meu coração.
Algumas vezes, para ser sincera, não vejo em mim muito mais que uma pilha de pincéis, palavras e livros lidos, ao se tirar isso, não sobra muito de mim.
Sou fraca, você me disse uma vez, lembra Eu concordei, mas acho que essa frase nunca fez tanto sentido quanto agora.
Sou fraca com relação a você e ao mundo.
Sou fraca por não conseguir lidar com minhas emoções, principalmente quando se trata de você.
Às vezes dói, às vezes faz mal, e às vezes eu só queria mais um cigarro e uma dose daquele whisky barato que comprei na esquina outro dia.
Cada dose te tirou um pouco de mim, e ao final do litro, nem conseguia dizer o teu nome.
Talvez fosse bom, talvez eu realmente quisesse que você evaporasse junto com cada um daqueles tragos de cigarro dos tantos que dei.
Talvez você já tivesse evaporado, se misturado com o ar, talvez eu só não soubesse.
Algumas horas eu penso em te deixar, em outras dessas eu não vejo muito futuro sem você.
Meu pensamento é como uma bola, e você, um jogador empenhado, daqueles que são realmente bons.
Você chuta uma vez, duas, três, de novo e de novo, enquanto tudo se agita por dentro, enquanto tudo se mistura e nada mais fica estático.
É sempre assim quando te vejo, já percebeu Meus olhos vidram nos teus castanhos vivos, nas tuas órbitas que parecem querer juntar se as constelações que estariam ali, acima do mar.
Você também ama o mar não é Te ouvi dizer isso uma ou duas vezes, não lembro.
Guardei comigo só o que considerei importante, todo o resto foi descartado, junto com tudo que me lembrasse você.
O teu "adeus" me perfurou a carne, como uma furadeira entrando por meus órgãos e me causando hemorragia em cada um deles.
Um sangue imperceptível e coagulante que a ti pouco importava.
"Espere por mim", você dizia em meus sonhos, e neles, você realmente vinha, mas a vida real não funciona assim.
Meu sangue se infectou por todas as manchas negras causadas pela nossa separação, meu corpo desidratou por todas as lágrimas derramadas em teu nome.
E minha cabeça girava, minha boca, seca e meu sorriso, sem vida.
Este e aquela, antes se iluminavam ao te ver, emanavam uma luz quase tão ofuscante quanto tua própria presença.
Se meus sonhos pudessem se tornar realidade, meu peito agora não doeria, minha voz não falharia, minhas pernas não estariam a fraquejar.
Se aquela praia estivesse comigo, meus pulmões teriam o mais puro ar, poderia vislumbrar as estrelas, e te ver acima de mim, em cada uma delas.
Já que não posso, essa tarefa cabe a ti e somente a ti.
Quando vir as estrelas, quando for à praia, lembre se de mim uma vez ou outra.
Lembre que te amei um pouco mais a cada dia, até perder o controle por completo de mim mesma.
Lembre que seu rosto, seu sorriso, seu abraço, são as melhores coisas que eu já experimentei nesse mundo, que tu fostes meu abrigo nos tempos de tempestade, minha calmaria em meio ao nevoeiro, e agora tem minha vida em suas mãos.
Eu, carbono, ei de me decompor logo mais, você, com seu desamor seja feliz pela presença que te invade, vais e não magoe ninguém mais
Thaylla Ferreira {31/07}