Deitada.
Com todas as listas cheias e um coração vazio.
Murcho, pra falar a verdade.
Murcho como uma laranja que teve o seu sumo extraído.
Tanta coisa se perde por aí, e não adianta se esforçar tanto pra não deixar que alguma coisa se vá, ela vai de qualquer jeito, é quase regra da vida, certas coisas simplesmente foram feitas pra irem embora.
Certas coisas simplesmente não foram feitas pra durar.
Eu preciso de tempo
Comigo, eu, eu mesma
Amando o nada
E sendo por ele ignorada
Sem reciprocidade de sentimentos
E sem dor pra magoar o passado
As lágrimas caem, eu mesma enxugo.
Um pequeno fracasso interior, eu mesma dou um tapinha nas minhas costas.
É que ninguém consegue ver, entende
Pela primeira vez eu queria que o mês de agosto não acabasse nunca.
Mas me conformei a dizer adeus há muito tempo pra me demorar com despedidas.
É o meu nome.
Vai nessa.
Eu já vivi tempo suficiente pra saber que pouco importa o tempo.
Quando tiver que passar, passa.
Às vezes em um mês, às vezes em um milhão de anos.