Tá mais do que na hora de eu entender que, uma vez longe, nunca perto
Nunca.
Nunca mais.
A vida te tira um monte de coisas e depois te dá um sorvete pra te entreter.
Já faz muito tempo que eu tô na banguela dessa vida.
Fiquei no ponto morto e fui andando.
O problema é que o ponto morto só funciona pra descer.
No ponto morto ninguém sobe.
Em um mundo que economiza os segundos
Eu procuro pela fermata da minha vida
Até um dia eu arrancar os ponteiros
Até um dia eu quebrar o relógio.
A gente tá dançando essa dança sozinhos, amigos.
Eu, em particular, tenho um histórico interessante sobre isso.
Dançando sozinha.
Sempre foi assim.
Sempre vai ser
Afundar em filme e livro, viver a vida de outras pessoas, porque são os amigos que não vão embora, se partem, logo retornam num virar de páginas, eternizados em capítulos.
E tudo o que eu sei sobre amor eu aprendi em livros, filmes e letras de música.
E ainda assim eu teimo em ignorar a licença poética.
Às vezes parece que eu vou morrer de algum tipo de vazio.
Do mesmo modo como buracos negros funcionam, sabe
Se consome.
Eu não preciso da aprovação, eu preciso do que é meu
Cansei de convenções, cansei de explicações
O horizonte é longe e eu tenho que me apressar.
Seja meu amigo.
Seja alguém pra mim.
Não vá embora, não corra, não seja covarde, prove que eu tô errada no fim das contas.
Uma faculdade meia boca, pra uma profissão meia boca, pra uma vida meia boca.
faz sentido.
Obrigada por me mostrar o meu lugar.