Se a última romântica morrer, não terá mais sonhos, nem Bete Balanço, por favor.
Se a última romântica morrer, só terá frio na Terra do Nunca e, não tem Peter Pan, Sininho, nem pó de pirimpimpim que tragam ela de volta.
Enquanto eu divagava, pensando no quanto ela era fascinante e no quanto meus sentimentos eram intensos, ela me observava furiosa.
Fazia biquinho e enrugava a testa, como se minha falta de reação fosse um mal sinal.
Nós fomos a um karaokê.
E, por mais que eu tivesse achado isso uma péssima e apavorante ideia, gastamos mais dinheiro com aquilo do que com porções ou bebidas.
Olha só moreno de cabelo enroladinho
Ei moreno de olhos azuis que banham o mar,
Vê se olha com cuidado,
Vê se repara bem no nosso andar.
Perceba o quanto meu coração quer te amar.
Um café puro pequeno e nada para comer.
O de sempre, garçonete.
Eu na poltrona cinza, com a bolsa apoiada de lado e a jaqueta de couro metade na poltrona, metade na minha perna.
A costa apoiada que é para a dor não bater e a postura ficar ereta para te ver melhor.
Você sentado de frente, com a mochila no chão e as mãos em cima da mesa.
O olhar fixo de quem conhece meu sorriso, lê o meu olhar e já sabe que eu tenho um mundo de sentimentos guardado no peito.