Era uma noite fria, mas os braços dele me envolviam num abraço tão quente, que a brisa gelada se tornou suave e suportável. Eu não me importaria de ter abraços como aquele para me aquecer no lugar de cobertores
Na verdade, eu não me importaria de tê lo para o resto da vida se eu pudesse sempre sentir esse calor que ele emana, que aquece não só o meu corpo, mas também a minha alma.
Nós fomos a um karaokê. E, por mais que eu tivesse achado isso uma péssima e apavorante ideia, gastamos mais dinheiro com aquilo do que com porções ou bebidas.
Ele começou a escolher as músicas, e eu me divertia enquanto o observava treinando algumas letras. Quando ele finalmente subiu no palco e começou a cantar, todo seguro de si, fiquei em estado hipnótico.
Sei lá, era como se tudo estivesse acontecendo em câmera lenta, talvez de propósito, só para eu poder registrar cada mínimo detalhe e me lembrar depois, mas ao mesmo tempo meus pensamentos eram acelerados e desordenados.
Me perguntei se aquele momento realmente estava acontecendo ou se esvairia depois que eu me beliscasse. Eu não quis arriscar
Eles se sintonizam. Se entendem simples e inteiramente. Para ela, não há nada melhor do que poder compartilhar o que sente com ele. E ele retribuí, sendo sincero, inteiro, dividindo seus medos, sonhos e segredos mais íntimos.
Continuei estática, tentando evitar qualquer movimento como se uma piscada de olhos pudesse desfazer toda a cena. Mas agradecia baixinho, esperando que, de alguma forma, ele pudesse ouvir e saber o quanto eu era grata por estar absolutamente feliz, como há tempos não estava.
Foi ali mesmo, admirando ele cantando e dançando com tanta disposição e alegria, que eu comecei a divagar sobre nós. Desde o começo, ele deixou bem claro que queria alguém que o acompanhasse na vida. O problema é que ele chegou num momento que eu não queria ser a companhia de ninguém.