O homenzinho se mela todo e segue em frente com a pose triunfal de quem não houvesse expelido da cachola um cocô e sim um diamante.
A 'ética laica', a 'educação para a cidadania' é o que sobra no exterior quando a consciência interior se cala e quando as ações do homem já nada significam além de infrações ou obediências a um código de convencionalismos e de interesses casuais.
O brasileiro de hoje em dia é aquele sujeito valente que teme olhares e caretas como se fossem balas de canhão, que enfia o rabo entre as pernas à simples ideia de que falem mal dele, que troca a honra e a liberdade por um olhar de simpatia paternal de quem o despreza.
Para meninos de ginásio, passar de ano e obter seu diplominha é a prova máxima de superioridade intelectual.
Mas continuar pensando assim na idade madura é prova de infantilidade.
Se a sua prece não é forte o bastante para aliviar as tentações do pecador, não tente camuflar a sua própria fraqueza humilhando o infeliz com conselhos impraticáveis.
Deus perdoa os adúlteros, os mentirosos, os ladrões e até os assassinos, mas não perdoa quem não perdoa.
Posso estar enganado, mas suspeito que no inferno há menos adúlteros do que cônjuges virtuosos que lhes negaram o perdão.
Se você analisa as coisas e fatos a partir de um ideal de sociedade ou de algum princípio moral normativo, já começou errado.
O único ideal que pode anteceder o conhecimento da realidade é o ideal de conhecer a realidade.
A educação moral, pois, consiste menos em dar a decorar listas do certo e do errado do que em criar um ambiente moral propício ao autoexame, à seriedade interior, à responsabilidade de cada um saber o que fez quando não havia alguém olhando.
O direito moral de ser comunista NÃO EXISTE, como não existe o direito moral de ser assassino, estuprador ou molestador de crianças.