Posso imaginar a vontade que meus amigos e familiares têm de me sacudir, de abrir minha cabeça e arrancar qualquer vestígio teu, pra que eu simplesmente viva aberta para novas experiências.
Agora vai.
Vai se divertir nos braços de alguma garotinha da moda, bem fútil, que deve de chamar do jeito que eu costumava, e agora você adora, alguma idiota que você acabou de conhecer e vai comer hoje à noite.
Cuida te amado.
Mas que menina tola, que cresceu assistindo contos de fada, e por ventura da vida entranhou todos aqueles ensinamentos e acreditou fielmente em um final feliz.
Diga que estou pagando o preço por fingir que minha vida voltou ao normal, e que agora tenho que chorar, reclamar sozinha e escrever para me acalmar.
Lembre o coração dele que ainda o amo, que ainda sei cada detalhe, que conheço os gostos, os medos e algumas vontades antigas
Escrevo para alimentar a pulga atrás da tua orelha.
Eu dou água e a alimento – dou até um chocolate de vez em quando quero manter sempre a dúvida na tua cabeçinha.
Quero deixar sempre a perguntinha incomoda: e se tivesse dado certo
Como ainda te amo.
Falo de você e me vejo rindo, tremendo, suando frio, contorcendo as mãos para disfarçar meu desconcerto.
Alimentei e cuidei do meu amor com tanto carinho, durante tanto tempo e não quero nunca deixar que ele vá embora.