Guilherme Policena de Almeida

Da vida, somos apenas turistas.
Aproveitemos o rápido passeio antes de voltarmos definitivamente para nossa terra natal o nada.

Para o otimista cego, o amanhã se revelará uma decepção a ser remediada com mais otimismo.

Felicidade: um nome mais poético para a desejada overdose de hormônios naturais.

Se a felicidade viesse progressiva e crescentemente, como a sonhamos, a velhice seria um êxtase.

Felicidade é estar despreocupado, principalmente em ser feliz.

A desilusão do niilista ao olhar o mundo assemelha se à de uma criança entrando na adolescência, ao olhar os seus brinquedos aquilo que outrora parecia tão mágico, agora já não faz o menor sentido.

A educação, na personalidade, tem a mesma função que a pele, no corpo revestir a criatura repulsiva que há por dentro.

A tecnologia espacial oferecerá possibilidades interessantes, como a de deixar o planeta Terra.
Mas não nos livrará do maior conflito: o de termos de ir acompanhados.

Saiba que você é insubstituível.
Pois dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.

Ter filhos é apenas adiar, por mais algumas décadas, o sepultamento de nossos sonhos.

Todos, ao seu modo, precisam brincar.
A brincadeira do bebê é a chupeta, a da criança são os carrinhos e bonecos, a do adolescente são as festas e bebidas, a do adulto é se casar, ter filhos, comprar um carro de luxo e viajar.
Por fim, na velhice, muitos se contentam em jogar dominó, baralho e ver os netos nascerem.
Talvez essa postura serena e resignada reflita a fadiga de quem já brincou demais, como uma criança que, depois de um longo dia na praça, necessita apenas de uma coisa: dormir.

Deus é a ideia de um pai para aqueles que não suportam o fato de sermos apenas crianças desamparadas no meio do nada.

Mesmo que um deus exista, ele está totalmente circunscrito no absurdo que é existir.

Estudamos e nos qualificamos como quem se arma para uma guerra social.

A maioria das pessoas termina com vidas medíocres por simples falta de criatividade.