Guilherme Policena de Almeida

Os momentos da vida são como notas musicais: sozinhos, soam vazios, e apenas em sequência conseguimos discernir sua melodia.

A vida é como a Caixa de Pandora: um vazio dissimulado pela esperança.

A declaração de um grandioso e sublime amor pode ser retribuída simplesmente com indiferença.
Mas a declaração de uma simples e mesquinha implicância com certeza será retribuída com igual ou maior intensidade.

Viver é como escalar incansavelmente uma montanha sem fim: cairemos sem chegar ao topo que, inocentemente, acreditávamos existir.

Quem não nasceu para ser difamado, nasceu para ser ignorado.
Quem se vê uma exceção às duas sujeições, somente está sendo vítima da terceira: está sendo enganado, por considerar apenas o que lhe dizem de frente.
Portanto, nascemos para ser difamados, ignorados, e estúpidos o suficiente para acreditar no contrário.

Torcer para times esportivos: um meio acessível e gratuito para aquele que não tem muito do que se vangloriar, mas mesmo assim quer se sentir superior, terceirizando o esforço para os jogadores.
Basta escolher o seu, difamar os demais, e receber o lucro na forma de descargas de dopamina.

Somos uma gota de liberdade num oceano de possibilidades.

Assim como o sono alivia o cansaço do dia, a morte cessa o cansaço da vida.

Sinto me uma eterna criança frente à imensidão do tempo cósmico.

Iludidos, pensamos que viver é como subir uma escada celeste, elevando nos a cada passo.
Realistas, vemos que é como cruzar uma fúnebre ponte: avançamos a cada passo, mas não nos elevamos em nada.
Ao contrário, apenas ficamos mais próximos do abismo que, ao fim da ponte, está à nossa espera.

A vida está longe de ser uma pura opção: é uma espécie de obrigação biológica; e nós, incumbidos de satisfazer as exigências do gene necessárias à sua perpetuação.