Vida noturna, ó vida boêmia! Em uma terra
De igrejas, em um mundo sem indulgências.
Vida
Inoportuna, não me deixa experiência.
Dos
Desastres inocentes, de uma culpa sem
Vivência.
Ó vida noturna, ó vida boêmia! Em terra de
Pecados sem a culpa, há muitos anos se
Cumpre a pena.
Em mundo de vinhos sem
A uva, em milagres dessa água tão
Sangrenta.
Não há pedidos de desculpas,
Só há sacrifícios em penitência.
Ó vida impura, ó vida boêmia.
De um suor
Aqui se suga, cuja alma a envenena.
A cultura concreta e crua, que se esconde
Na demência.
De templo luxo, que aqui se imita, onde só
Plagia a sentença.
Ó vida tão culposa na inocência.
Ó vida desvalorizada, ó vida da boêmia.
Ó vida censurada, na teoria a
Inteligência.
Na escola sistemática, do
Moralismo a decadência.
Da ausência
Romantismo, tecnologia da ciência.
E na
Moda de consumo, na magreza insistente.
Ó vida amargura, ó vida persistente.
Vida
Cópia, não triunfa, os mandamentos
Existentes.
Terra igreja, não expulsa, o que
Pensa ser decente.
Ó vida noturna, ó vida boêmia! Sem tributos
Minha amiga, mas vivendo sem clemência.
Ser julgado sem a culpa, perpetuamente a
Sentença.
Apedrejado em praça pública,
Condenado sem defesa.
Ó vida escura, ó vida de crenças!
Ó vida gatuna, cidade de igrejas!
Ó vida na censura, ó vida
Sentença!
Ó vida noturna, ó vida boêmia!
(Ó vida boêmia, 25 de março de 2008)