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Gabriel Chalita

Durante a nossa vida causamos transtornos da vida de muitas pessoas, porque somos imperfeitos.
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos.
Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos.
Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro.
Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe.
E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção.
Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também causa transtornos.
E, às vezes, um tijolo cai e nos machuca.
Outras vezes, é o cal ou o cimento que suja nosso rosto.
E quando não é um, é outro.
E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem conosco também têm de fazer.
Os erros dos outros, os meus erros.
Todas as pessoas erram: A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o PERDÃO.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras.
É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários.Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adianta.
Se nos preocuparmos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser completado.
E será um desperdício.
O convite que faço é que você experimente a beleza do Perdão.
É um banho na alma! Se eu errei, se eu magoei, se eu o julguei mal, desculpe me por todos esses transtornos, estou em construção.

Febem Um desafio possível
Paulo Lins, autor do romance Cidade de Deus sucesso adaptado com genialidade por Fernando Meirelles para as telas do cinema , captou com maestria a realidade cruel e dolorosa de crianças e jovens que, corrompidos pelo meio (leia se ausência total de oportunidades, incentivo, educação e estruturação familiar), ingressaram no universo da marginalidade e da violência.
O mesmo teria acontecido, provavelmente, à pequena e indefesa "Negrinha", personagem imortalizada pelo conto homônimo de Monteiro Lobato, caso a menina tivesse nascido no final do século 20, longe dos resquícios da escravidão das fazendas, mas próximo à escravidão social dos ambientes urbanos.
Mais uma vez, a ficção seja literária, seja cinematográfica nos dá uma lição de vida imprescindível: ou a sociedade compreende a necessidade premente de romper o ciclo vicioso da criminalidade ou estaremos condenando o futuro do Brasil e do mundo de forma irreversível.
Somente a mobilização social, por meio da união de esforços entre governos e demais instituições da sociedade civil organizada, pode reverter o rumo caótico que os acontecimentos vêm tomando.
Em todo o mundo, os altos índices de violência, que agora se expandem em ritmo acelerado das metrópoles em direção às cidades do interior, compõem um quadro dramático cujos desenhos dantescos nos convidam à tomada de ações imediatas.
Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin demonstrou total sintonia com a urgência dessa situação.
Por meio de uma atitude corajosa e inovadora, integrou a Febem aos quadros da Secretaria de Estado da Educação, uma iniciativa fundamentada sobre os pilares de um conceito básico para a recuperação dos adolescentes em conflito com a lei: a ressocialização via aprendizado, preparo psicológico, acesso à informação, à cultura, ao esporte e ao lazer.
Um método que resulta na aquisição da auto estima e da autoconfiança, provenientes da descoberta gradativa dos talentos e das potencialidades dos educandos da mesma forma que deve ocorrer com os alunos do ensino regular, nas escolas.
Assim é que se adquire consciência crítica, capacidade de discernimento e, enfim, se constrói a cidadania.
É essa a nova proposta da Febem, totalmente condizente com os projetos e ações da Secretaria de Estado da Educação.
Temos um enorme desafio pela frente.
E, para que possamos superá lo de forma eficaz, precisaremos do apoio, do incentivo e da colaboração de todos os segmentos sociais.
Nesse sentido, gostaríamos de convidar empresas, ONGs, igrejas, universidades e demais instituições para nos auxiliar na missão instigante que é reescrever o roteiro desse filme grandioso e, por isso mesmo, complexo em toda a sua estrutura.
Se assumirmos os papéis de diretores, cenógrafos e produtores que essa grande obra requer, poderemos mudar a história de milhares de jovens atores que necessitam de uma orientação mais cuidadosa na concepção, na criação e, finalmente, na concretização de cenas que viabilizem finais mais felizes para suas vidas reais.
A ampliação dos programas de liberdade assistida e a construção de unidades menores da Febem, tanto na Capital quanto no Interior, privilegia essa nova realidade e tem possibilitado às equipes da instituição a realização de um trabalho mais produtivo e bem sucedido, capacitando esses jovens e transformando os em protagonistas aptos a exercerem sua plena cidadania.
Milhares de jovens atores estão aprimorando suas habilidades por meio de aulas do ensino regular e profissionalizante, diversas oficinas de arte, cultura (teatro, dança, artesanato) e, ainda, 32 modalidades esportivas que abrangem do futebol ao xadrez.
E isso é só o começo.
De nossa parte, garantimos total dedicação e empenho para dar a este enredo um desfecho verdadeiramente alegre, bem diferente dos finais da maioria dos personagens da obra de Paulo Lins e da protagonista do conto de Lobato.
Acreditar que é possível é essencial.
Vamos seguir à risca a cartilha de Victor Hugo outro grande ficcionista que retratou em seus livros as injustiças e problemas sociais de seu tempo que já alertava: "Nada melhor do que um sonho para criar o futuro".
Publicado no jornal Diário de S.Paulo

Volta às aulas: aprendizagem, ficção e vida real
Aos sete anos de idade, o menino está tenso, preocupado e repleto de expectativas sobre o seu primeiro dia de aula.
A recepção na escola não é das melhores, porém, as sensações da má experiência vivenciada pelo garoto Moncho conseguem ser rapidamente dissipadas graças à habilidade, à generosidade e à extrema dedicação de seu professor, o velho mestre Don Gregorio.
Os dois personagens protagonizam o belíssimo drama espanhol A Língua das Mariposas (1999), filme dirigido por José Luís Cuerda, que narra de maneira delicada as fascinantes possibilidades do processo ensino/aprendizagem, com ênfase na cumplicidade entre professor e aluno.
A trama tem como pano de fundo a ascensão do regime militar espanhol e as conseqüências desse processo em uma pequena cidade daquele país, representada por uma população atemorizada e desprovida de mecanismos para exercer e/ou apoiar a resistência então praticada por um pequeno grupo de opositores ao sistema opressor, do qual fazia parte o professor Don Gregorio.
O cinema, mais uma vez, nos oferece condições para que possamos refletir e analisar a nossa própria realidade, independentemente das diferenças históricas e culturais experimentadas pelos espectadores em seus países de origem.
A essência das relações humanas, os sentimentos, os temores, os erros e acertos das personagens da trama sempre nos ensinam algo.
No caso da obra em questão, tentaremos, aqui no Estado de São Paulo, reproduzir, neste dia 10 de fevereiro, primeiro dia de aula na rede estadual de ensino, um pouco da poesia e da beleza transmitidas pelo filme de Cuerda no que diz respeito à prática educativa e à relação educador/educando.
Realizaremos uma experiência singular, que pretende fortalecer significativamente a parceria entre escola e comunidade, uma das principais metas da Secretaria de Estado da Educação para 2003.
Neste primeiro dia de aula, pais, mães, irmãos e amigos dos estudantes são os nossos convidados para essa verdadeira festa educacional, que reúne cerca de seis milhões de alunos, em mais de seis mil estabelecimentos de ensino.
Pensando na grandiosidade que envolve esse evento, as escolas organizaram uma recepção calorosa, cujo objetivo é tornar esta data uma experiência positivamente inesquecível para educadores, educandos e comunidade.
O roteiro inovador dessa nova história da educação será escrito de forma concomitante por educadores, funcionários das unidades educacionais, alunos e toda a população que vive no entorno das escolas.
Nossos convidados poderão conhecer as instalações dos prédios escolares, seus profissionais e o projeto pedagógico adotado nas unidades.
A programação inclui ainda atividades como vivências e sensibilizações.
A idéia é reforçar em todos os participantes a consciência de que a escola é um centro de luz, um lugar que recebe e que propaga saberes, conhecimentos, aprendizados, descobertas O século 21 exige uma escola em constante transformação, como é a própria vida.
Uma escola pulsante, que instigue o aluno a ser um desbravador, um criador, um inventor do seu próprio caminho.
Nesse contexto, a participação ativa da sociedade na escola é essencial.
Ela será o elo entre os educandos e o mundo à sua volta, auxiliando na criação de um ensino cada vez mais comprometido com a resolução dos problemas enfrentados pela comunidade.
Assim, os alunos poderão exercer papéis sociais de destaque enquanto ainda estiverem em processo de formação, o que contribuirá para o seu crescimento emocional e intelectual, originando gerações muito mais críticas e conscientes de sua cidadania.
Governo e sociedade devem unir esforços no sentido de oferecer um ensino de qualidade às crianças e jovens que representarão o capital intelectual do país e que fortalecerão, cada vez mais, o espírito democrático e todos os seus valores.
Em seu livro Gramática da Fantasia, o educador italiano Gianni Rodari nos oferece uma síntese perfeita da importância dessa questão, quando nos lembra que a principal disciplina em todas as escolas deveria ser justamente "a realidade, abordada por todos os pontos de vista, a começar da realidade primeira, a comunidade escolar ( ).
Em uma escola desse tipo, a criança não é mais uma 'consumidora' de cultura e de valores, mas uma criadora e produtora de valores e cultura".
Que nesse retorno às aulas todos possamos refletir sobre isso e, mais importante, contribuir para tornar esse conceito uma realidade.
Nesse sentido, estamos esperando a presença de todos vocês, pais, mães, irmãos, amigos e demais representantes da comunidade na escola neste dia 10, dando início a um novo e instigante aprendizado para todos.
Publicado na Folha de S.Paulo

PROFESSOR EDUCADOR
É comum, no período que antecede o início das aulas, terem as crianças uma certa expectativa, um certo desejo, antecipando o que será a escola.
Têm, as crianças, a tendência de gostar do professor.
É o gosto da novidade, do que não conhecem – é a aventura do aprendizado.
Começam as aulas e algumas expectativas são superadas, outras frustradas.
Alguns encontros se revelam marcantes, outros nem tanto.
Há alunos que voltam para casa, dos primeiros dias de aula, desejosos de narrar aos pais cada detalhe de seus professores.
Em uma leve viagem ao passado, todos rapidamente nos lembramos de alguns professores.
Por que desses e não de outros Porque alguns marcam mais.
E é desses professores que a pessoa se lembrará ao longo da vida.
Infelizmente, muitos professores se convertem em burocratas da escola.
Estão ali exercendo a profissão de estar ali.
E nada mais.
Sem perfume nem sabor.
Sem encontro nem encanto.
Apenas ali, munidos de um programa determinado, e sequiosos do fim, já no começo.
Tristes mulheres e homens que embarcam na profissão errada e lá permanecem aguardando a miúda aposentadoria.
Não são maus.
Apenas não são educadores.
Há aqueles que educam desde os primeiros raios da aprendizagem.
Preparam se para a celebração do saber e do sabor – palavras com a mesma origem.
Lançam redes em busca de curiosidades, surpreendem e permitem surpreender; ensinam e aprendem com a mesma tenacidade.
Estão ali, em uma sala de aula, desnudos de arrogância e ávidos de vida.
Não temem a inquietação das crianças e dos jovens.
Não negligenciam o conteúdo, mas valorizam os gestos.
Gestos – é disso que mais nos lembramos dos nossos mestres que passaram.
E que permaneceram.
Lembro me de alguns, como a Ana Maria, professora de história, que nos instigava a estudar antes da aula o tema que seria trabalhado.
Quando chegava a aula, ela propositadamente errava, e nós a corrigíamos.
Era um jogo, uma didática simples que empregava.
Eu chegava a sonhar com aquelas aulas.
Ela despertava o gosto pela pesquisa e destravava os mais tímidos.
Todo mundo queria corrigir a professora.
Talvez um exercício interessante para o professor seja o das lembranças.
Lembrar se, de quando era aluno, daqueles professores que eram educadores, e de repente ter a humildade de imitá los ou até reinventá los.
E não há tempo nem idade para fazer diferente.
É só ter uma característica que Paulo Freire considerava importante para toda a gente mas essencial para quem educava: gostar de viver.
Quem gosta de viver não tem preguiça de reinventar, nem medo de ousar.
Quem gosta de viver não tem medo de ternura, da gentileza, do amor.
Quem gosta de viver, educa!

O 'Cinema Paradiso' e a volta às aulas
No clássico Cinema Paradiso (1989), do diretor e roteirista italiano Giuseppe Tornatore, o pequeno e sensível protagonista Totó descobre o mundo por meio de uma escola diferente.
Uma escola encantada, impregnada de sonhos, desejos, possibilidades.
Uma escola travestida de cinema e que prescinde do quadro negro justamente porque ensina, comove e arrebata os corações e mentes utilizando imagens, emoções, sentimentos e ações reproduzidas nas projeções comandadas por Alfredo espécie de mentor, professor, pai e amigo do eloqüente Totó.
É essa vontade de desvendar o mundo, vivenciada pelo pequeno personagem de Tornatore, que pretendemos levar aos alunos da rede estadual de ensino na próxima segunda feira, quando seis milhões de estudantes voltam às aulas e assumem seus postos de aprendizes nas seis mil escolas do Estado.
Estamos convictos de que a maioria de nossos 250 mil educadores tem muito do amor, da generosidade e do espírito apaixonado do velho projecionista Alfredo.
Homem que se vale dos filmes e de suas histórias para fazer do menino Totó um ser humano melhor, mais confiante no futuro.
Uma criança comprometida com o aprimoramento de seus talentos.
Alfredo ministra ao bambino muito mais do que o ofício da projeção das fitas.
Sábio, o velho mentor ensina, a bem da verdade, a importância do sonho, a importância de acreditar neles e a necessidade de lutar para que se tornem realidade.
Alfredo é um professor na acepção mais completa do termo.
Um mestre que, mesmo após ter perdido a visão durante um dramático incêndio no cinema em que trabalhava, consegue enxergar em seu pupilo o grande artista que ele se tornaria um dia.
O grande homem que deixaria aquela pequena cidade sem oportunidades em que viviam em busca da concretização de seus ideais.
Ideais fundamentados na concepção, na produção e na execução de suas próprias histórias.
Histórias, por isso mesmo, mais fascinantes do que aquelas assistidas nas sessões das matinês.
É essa a função do educador.
É essa a missão das instituições de ensino.
Despertar potenciais.
Descobrir dons adormecidos.
Injetar confiança em crianças e jovens muitas vezes descrentes de seu valor, de sua singular capacidade de escrever belos roteiros para suas vidas.
Nesta época do ano, em que retomamos as atividades do processo ensino aprendizagem em nossas escolas, faz se necessário refletir sobre o modo como devemos "seduzir" nossos alunos para a beleza da vida e para as diversas maneiras de torná la melhor, a cada dia.
As salas de aula podem, sim, ser tão atraentes quanto as telas de cinema.
Até porque é por meio delas que começamos a aprender mais sobre nós mesmos, sobre os que estão à nossa volta e sobre os que estão distantes.
É nelas que deparamos com a melodia da poesia, com a dança frenética dos números, com a natureza e seus infinitos mistérios.
É lá que os melhores professores nos orientam sobre o quanto podemos ser detentores das rédeas de nosso destino.
O período escolar encerra anos indispensáveis ao crescimento emocional e intelectual dos indivíduos.
Anos em que precisamos receber estímulos, incentivos, elogios e críticas construtivas.
Tempos em que planejamos, passo a passo, o início de nossa trajetória.
A educação necessita de doses maciças de ousadia, da intensidade de espíritos inquietos, da energia pulsante de uma vocação peculiar: a vocação pela propagação de saberes, pelo gosto em debater, refletir, discutir e analisar o mundo junto com o outro.
Uma vocação que impulsiona o ser humano ao crescimento ininterrupto.
Vocação que se traduz em amar o conhecimento e, principalmente, em compartilhá lo.
A Secretaria de Estado da Educação acredita em seus educadores e tem orgulho de presenciar o modo com que têm exercitado o magistério.
É impressionante o empenho desses mestres em fazer o melhor, em participar ativamente de nossos programas, projetos e ações, como é o caso do Escola da Família.
Nas visitas às unidades educacionais, nos eventos programados pela secretaria, nas capacitações, na maneira dedicada com que nos apresentam sugestões, no brilho apaixonado com que nos revelam suas idéias Tudo nos lembra a grandeza e a extrema sensibilidade do inesquecível Alfredo, de Cinema Paradiso.
Por tudo isso, a todos vocês que fazem da educação um exercício contínuo de arte, de amor e de altruísmo, um maravilhoso ano letivo.
E, sobretudo, o nosso muito obrigado.
Que em 2004, possamos avançar ainda mais na construção de uma escola viva, dinâmica e sedutora.
Uma escola capaz de deixar nossos aprendizes como o pequeno Totó: repletos de entusiasmo, energia e autoconfiança.
Publicado na Folha de S.
Paulo

Qual a melhor escola para o meu filho
A educação é o grande legado que os pais deixam para os seus filhos.
Foi o que disse, com grande perspicácia, a autora dos sublimes Poemas dos Becos de Goiás, Cora Coralina, numa frase inspirada: Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Disse isto, segundo Olympia Salete Rodrigues, uma de suas biógrafas, quando tinha já o rosto enrugado, o corpo alquebrado e maltratado pela vida, mas tinha a alma lisa e pura.
Com essa longa experiência, Cora sabia, ao conceber essa frase, que a primeira etapa da educação se dá em casa, e não importa a idade de quem assume a tarefa de educar.
E é em casa que os filhos começam a absorver as virtudes e os vícios dos pais ou avós.
Porque, mais do que as palavras, as atitudes calam alto na história das crianças.
Depois vem a escola.
E nesse momento surgem numerosas dúvidas para que se consiga escolher a melhor escola.
Alguns pais não se interessam tanto e relegam essa tarefa para terceiros.
Outros até exageram, perguntando a todo tipo de especialista ou a qualquer outra pessoa, em que escola devem matricular os seus filhos.
Hoje, é comum a mídia oferecer, com base em alguma pesquisa ou avaliação, um ranking com as melhores e as piores escolas.
Não acho que esse seja um critério interessante para se basear no momento da escolha, até porque esses critérios são muitas vezes duvidosos e nem sempre conseguem mostrar o que é uma escola de qualidade.
Há alguns aspectos, entretanto que podem ser observados e que ajudam na escolha:
1 Os pais devem visitar a escola com os filhos e perceberem o seu ambiente.
É fundamental que a criança goste da escola em que estuda.
2 O aspecto físico é importante.
Salas de aula agradáveis, biblioteca, espaço de cultura, lazer, esporte.
Não é necessário que o prédio seja luxuoso, mas que seja limpo e digno de um espaço em que se educa.
3 É importante avaliar o quanto a escola investe na formação de seus professores, que são a alma da escola.
Se o espaço físico for suntuoso, mas o corpo docente despreparado e desmotivado é preferível procurar outra escola.
4 Mesmo que os pais você não sejam especialistas em educação, é recomendável saber a linha pedagógica da escola, o seu projeto de ensino aprendizagem e formas de avaliação.
5 Deve se analisar o currículo da escola, cuidadosamente, para verificar se há preocupação com temas do cotidiano como ética, cidadania, respeito ao meio ambiente, diversidade cultural, entre outros.
Os pais não devem ter vergonha de perguntar tudo ao orientador que os receberem na escola.
E, durante a conversa, é possível reparar no preparo dele, ao dar as respostas.
6 Os pais devem observar os funcionários, e se possível, o diretor da escola.
Uma regra básica é que todo o educador deve ser educado.
Uma escola que preza por esse valor investe na capacitação de todas as pessoas que nela trabalham.
7 Um aspecto essencial a ser observado é se a escola prepara para a cooperação ou apenas para a competição.
Cuidado.
Pode ser que os pais queiram apenas que o filho ingresse depois em uma faculdade, sendo aprovado no exame vestibular.
Isso é importante, mas a escola tem que preparar para a vida toda, e não apenas para um exame.
8 Uma alternativa interessante é questionar alguns pais que freqüentam a escola para ver se o discurso dos educadores é condizente com a prática.
9 Os pais devem avaliar se o preço é compatível com o seu salário.
A mesma avaliação deve ser feita em relação à localização, para que não vire um transtorno, o caminho de ir e vir.
10 Os pais devem decidir junto com o seu filho, não importa qual seja a idade dele.
É importante que ele sinta que ajudou a escolher a escola em que estuda.
Essas são algumas dicas.
Há outras.
O mais importante é que o pai, a mãe, o avô ou a avó, levem a sério a educação da criança.
Em casa, na escola, na vida.
Outra dica: por melhor que seja uma escola, ela nunca vai suprir a carência de uma família ausente.
Portanto, a família deve participar de verdade do processo educativo de seus filhos.
Esta nem é uma dica minha.
É de Cora Coralina, quando, na sua grande sabedoria, disse isto: Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Artigo publicado no jornal O Popular, Goiânia (28/10/2007)

EDUCAÇÃO:CONHECIMENTO E AMOR
A educação tem de formar o caráter.
Na escola, os mestres recebem alunos que vêm de histórias de vida completamente diferentes.
Há pais que participam ativamente da história de seus filhos.
Há pais ausentes.
Há pais amorosos; há outros, agressivos.
E isso faz a diferença.
Escola não faz milagre.
A família tem de fazer a sua parte.
Este ano a escola pública de São Paulo tem muito a comemorar.
Seguindo o exemplo de países como a Espanha, Coréia, Finlândia, Chile, teremos 514 escolas de tempo integral.
Escolas em que os alunos entram às 7h e saem às 16h10.
Esse é um grande salto na melhoria da qualidade do ensino.
No período noturno, os alunos terão uma aula a mais todos os dias.
Essa decisão do Governador Geraldo Alckmin demonstra o quanto a educação é valorizada em seu governo.
Os reflexos estão aí.
Professores mais comprometidos.
Evasão escolar de 0,6% da 1a a 4a série, participação maciça dos pais na Escola da Família.
É a sonhada escola pública de qualidade.
Foram vencidas questões estruturais.
Nunca mais se falou em filas nas portas das escolas nem em problemas com merenda ou material.
Em mais de 28 anos, desde a primeira greve dos professores, em 1978, Alckmin é o primeiro governante em cuja gestão não se registrou nenhuma greve do magistério.
E o maior beneficiado é o aluno.
É o compromisso em desenvolver a autonomia da criança.
Disse Rousseau, "A infância tem um jeito de enxergar, pensar e sentir peculiar.
Nada é menos sensato do que substituir o dela pelo nosso".
Cem anos mais tarde, confirmou Herbert Spencer, em meados do século 19, "As crianças deveriam ser levadas a fazer suas próprias investigações e assim tirar suas próprias conclusões".
Respeitar a criança e todo seu potencial é papel do educador.
Quanto aos jovens, Dom Bosco assim os acolhia: "Basta que sejais jovens para que eu vos ame".
A irreverência, a rebeldia, a inquietação podem ser aliados na educação da juventude.
Não pode o professor enxergar os alunos com desconfiança.
Não são um problema.
São crianças e jovens que dependem da orientação dos mestres, grandes parceiros nessa caminhada.
Os adultos também aprendem.
São Paulo tem mais de 750.000 alunos na Educação de Jovens e Adultos.
E há vaga para qualquer pessoa que esteja fora da escola.
Mesmo aqueles que não estudam há muitos anos podem estudar no período noturno ou matutino, ou apenas nos fins de semana.
Não há idade para aprender.
O aprendizado é possível em qualquer idade.
Dizia Kant, "Como então buscar a perfeição Onde fica a nossa esperança Na educação e em nada mais".
Pois a educação melhora nossa conduta e amplia nossos horizontes.
Que nossas crianças, jovens e adultos encham se de esperança neste primeiro dia de aula.
Que os professores reinventem a forma de ensinar a cada momento.
Precisamos mais de educadores e menos de burocratas.
Que também os pais estejam presentes, sempre.
E que todos participemos da construção de uma sociedade melhor.
"Uma vida boa é aquela inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento." (Bertrand Russel) Conhecimento e amor, ingredientes de sucesso para mais um ano letivo.
Bom trabalho.
Publicado no Jornal Vale Paraibano, S.J.C.
on line e Jornal da Tarde

Escola da família: espaço da paz
Educação.
Conhecimento.
Saber.
Palavras capazes de operar milagres, revolucionar histórias e construir futuros condizentes com as expectativas sociais.
Um país comprometido com a educação de seu povo concede aos seus cidadãos a argila propícia à grande escultura coletiva responsável por moldar as nações verdadeiramente soberanas.
Nações executoras de uma obra prima imprescindível que é a herança maior das gerações que se sucedem.
O Governo do Estado de São Paulo está empenhado em proporcionar essa educação efetiva e eficaz cujo legado dará origem a um Brasil mais justo, fraterno e igualitário.
Brasil que se faz dia a dia por meio de desafios, idéias, projetos e ações como o Programa Escola da Família, lançado recentemente e que acontece todos os finais de semana nas mais de seis mil escolas da rede estadual de ensino.
Trata se de uma iniciativa tão inédita quanto ousada, fundamentada no compromisso de fazer da escola um ambiente acolhedor, familiar Um ambiente que possibilite uma educação multiplicadora, extensiva aos familiares dos alunos e a toda a comunidade do entorno escolar.
Um lugar que visa a retomar o espírito sagrado das academias gregas, onde alguns dos maiores filósofos de todos os tempos prepararam os aprendizes com vínculo, afeto.
Na Academia, no Liceu ou no Jardim de Epicuro o saber se misturava ao prazer.
Isso é educação.
Cultura, esporte, saúde, lazer, cursos e palestras que promovem geração de renda estão disponíveis nessa nova proposta de instituição de ensino.
Aos sábados e aos domingos, as unidades educacionais abrem suas portas e presenteiam a população do Estado com espaços e atividades que fornecem aprendizagem e entretenimento para seis milhões de alunos, somados aos seus familiares e aos 25 mil universitários que estão compartilhando seus conhecimentos com a comunidade.
Jovens que monitoram essas ações pedagógicas e recreativas.
Nesse contexto, o sonho de edificar uma escola de qualidade está agora mais próximo da realidade.
Uma realidade também integrada ao sonho da universidade gratuita.
Isso porque todos os milhares de universitários que atuam no programa somente alunos egressos da escola pública estudarão sem custos nas faculdades particulares parceiras desse empreendimento.
O Estado paga a metade, até o limite de 267 reais.
A faculdade assume a outra metade e o aluno, como contrapartida, trabalha em uma escola pública.
São duas grandes ações de enorme envergadura social: escolas abertas à comunidade e o acesso à universidade para os nossos aprendizes.
A democracia é a espinha dorsal do projeto, uma vez que a comunidade escolar escolhe as atividades que serão implementadas de acordo com as suas maiores necessidades, respeitando a cultura e os costumes locais.
É a escola como o espaço mais importante do bairro, da cidade, da região.
Parceiros de grande estatura acreditaram nesse sonho e partilham conosco do maior programa de cidadania escolar já desenvolvido neste país.
O instituto Ayrton Senna, a Unesco, o Faça Parte Instituto Brasil Voluntário e centenas de colaboradores espalhados por todas as escolas públicas estão caminhando ao nosso lado nesta jornada pela educação de excelência.
É a crença no envolvimento, na responsabilidade partilhada.
É a escola pronta para os desafios do século XXI.
O início teve o êxito que imaginávamos.
Escolas repletas.
Os universitários, os educadores contratados, pais, alunos e muitos, muitos voluntários que quiseram dar a sua parcela de contribuição para essa escola dos nossos sonhos.
A comunidade tem um novo e bom programa todo final de semana: ir à escola! Pais e filhos estudando juntos, convivendo, ensinando, aprendendo.
O Estado fazendo sua parte.
São 60 milhões de reais apenas neste semestre.
É um investimento de retorno garantido.
Investimento no ser humano.
Estamos qualificando para a vida e para o mercado de trabalho.
Esse é o diferencial da educação competente.
Como diz o governador Geraldo Alckmin: "O prédio é importante.
A construção é importante.
Cada biblioteca e cada laboratório são um auxílio precioso no desenvolvimento da aprendizagem.
Mas o essencial não é a obra de cimento e cal.
O essencial é a obra humana".
Professores, pais, alunos Esperança de um mundo em que a convivência seja menos traumática e mais afetuosa.
Uma convivência que pode ser enriquecida e solidificada nesta nova Escola da Família, neste novo espaço de paz.
Publicado no Jornal A Tribuna Santos