há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo.
Pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!
A vida meu amor quer vivê la
Na mesma taça, erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê la
Que importa o mundo e As ilusões defuntas
Que importa o mundo e seus orgulhos vãs
O mundo, Amor As nossas bocas juntas
Sou aquele que passa e ninguém vê Sou a que chamam triste sem o ser Sou a que chora sem saber porquê Sou talvez a visão que alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver, E que nunca na vida me encontrou!
A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos.
O quadro é único, a moldura é que é diferente.
Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo prá me ver
E que nunca na vida me encontrou
Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros.
Diz me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível E é isso que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive.
A felicidade na vida é já uma coisa
tão restrita e quase convencional que tirar da
vida uma parcela mínima desse luzente tesouro, tão ambicionado e tão quimérico,
é a maior das loucuras humanas