TEUS OLHOS
Olhos do meu Amor! Infantes loiros
Que trazem os meus presos, endoidados!
Neles deixei, um dia, os meus tesouros:
Meus anéis, minhas rendas, meus brocados.
Neles ficaram meus palácios moiros,
Meus carros de combate, destroçados,
Os meus diamantes, todos os meus oiros
Que trouxe d'Além Mundos ignorados!
Olhos do meu Amor! Fontes cisternas
Enigmáticas campas medievais
Jardins de Espanha catedrais eternas
Berço vindo do Céu à minha porta
Ó meu leito de núpcias irreais!
Meu sumptuoso túmulo de morta!