Gosto da noite imensa,
triste,preta,como esta estranha borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!
Eu não sou boa nem quero sê lo, contento me em desprezar quase todos, odiar alguns, estimar raros e amar um.
Sonho que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,
Num país de ilusão que nunca vi
Eu tecerei uns sonhos irreais Como essa mãe que viu o filho partir; como esse filho que não voltou mais!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar
Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder para me encontrar