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Fernanda Young

De que vale tudo isso Quanto vale a minha vida Já conheço os passos dessa estrada e sei que não vai dar em nada.
Rigel está de novo em prantos.
E ele tem todo o direito de chorar.
Ele tem todo o direito do mundo de bater com a cabeça na parede.
Quanta dor um homem suporta Quanto um coração aguenta de sofrimento Dá para morrer de amor ( )
Você sabe o que é perder Sabe.
Não há quem não saiba o que é perder.
Depositar tanto sonho em algo.
Sonhar é tão trabalhoso.
Imaginar um mundo de felicidades sem fim.
Lotado de paixão e sensualidade.
Passear com seu grande amor.
O amor de sua vida para sempre.
E esse amor vai ser para sempre lindo e charmoso.
Irá dizer coisas espirituosas para você no balcão de um bar cool.
E quando chover de repente, e você pensar em correr, o amor de sua vida – que é lindo, culto, corajoso – dirá que quem corre da chuva é rato e que nós somos homens, somos fortes e invencíveis.
O amor entupindo as veias de fé e imortalidade.
Nós já nos conhecemos desde outra encarnação e vamos nos amar para toda a vida celestial e eterna.
Uma eternidade sem fim.
Não, não há morte.
Ficaremos para sempre juntos.
( ) E não há paisagem que seja mais linda do que o rosto do seu amor.
Não há pôr do sol que valha desviar seu olhar do dela.
Eu te amo.
Eu também te amo.
Eu te amo mais.
Impossível.
Eu te amo o mundo.
Eu te amo o universo.
Te amo tudo aquilo que não conhecemos.
E eu te amo antes que tudo o que nós não conhecemos existisse.
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo mais do que a mim.
Já conheço os passos dessa estrada E, mesmo assim, estarei sempre pronto para esquecer aqueles que me levaram a um abismo.
E mais uma vez amarei.
E mais uma vez direi que nunca amei tanto em toda a minha vida.
Direi.
"Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração".
Rigel chora.
É um marmanjo chorando sozinho, sem conseguir tomar banho.
Não! Preciso reagir.
O que eu tenho, afinal Saudades.
Eu tenho saudades.

Oi, tudo bom Infelizmente, esta carta não é de quem você esperava.
Mas, como eu sei direitinho como você se sente, talvez traga boas notícias.
Olha, desculpa minha sinceridade, mas a vida é muito curta para ficar aguardando pelos outros.
Se quem você aguarda realmente se importasse com você, já teria dado algum sinal de vida.
Parta para outra.
Já reparou numa certa pessoa que você conhece e tem uma quedinha por você Não posso dizer quem é, mas pode ser alguém que trabalha do seu lado ou que mora perto da sua casa ou que frequenta um mesmo lugar.
Sei que se trata de uma pessoa bem legal, vale a pena procurar saber quem é.
Fique de olho, tem um monte de gente reparando em suas qualidades.
Aposto que, se você olhar em volta, neste instante, tem alguém olhando disfarçadamente para você.
Pode não ser o seu tipo, mas já é uma dose de auto estima, substância da qual você carece.
A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor.
Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento.
Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia.
Pessoas que somem não são confiáveis.
E, mesmo que você tenha certeza absoluta de que não se trata de desprezo, que deve ter acontecido alguma coisa, que esse sumiço tem alguma explicação, não adianta nada você ficar aí esperando.
Corroer se de ansiedade não vai apressar a resolução do problema, seja ele qual for.
Então, desencana.
Dá uma esquecida desse assunto, tenta focar as energias naquilo que depende da sua vontade.
Caso seja necessário, para tirar de vez essa história da cabeça, mande você uma carta esculambando e colocando um ponto final na questão.
O fato é que não dá para você continuar assim, desse jeito.
Está todo mundo comentando.
Ninguém tem coragem de dizer isso para você, mas todos concordam comigo.
Já chega.
Além, do mais, se for para ser, será.
Um dia, quando você menos espera, pinta um reencontro, sei lá.
Mas até esse possível reencontro fica mais difícil se você não se abrir de novo para o lado inesperado da vida.E, cá entre nós, se a pessoa que você aguarda é quem eu estou pensando, também não é nenhuma belezura assim.
Você arruma coisa melhor.
Mande notícias, ficarei aguardando.

Envio esta carta porque nunca mais quero você na minha frente.
E dessa vez falo sério.
Nunca mais quero ouvir a sua voz, mesmo que seja se derramando em desculpas.
Nunca mais quero ver a sua cara, nem que seja se debulhando em lágrimas arrependidas.
Quero que você suma do meu contato, igual a um vírus ao qual já estou imune.
A verdade é que me enchi.
De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça.
Não tem sentido continuarmos dessa maneira.
Eu, nessa constante agonia, o tempo todo imaginando como você vai estar.
E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo.
Não sou lixo.
Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.
Fico pensando como chegamos a esse ponto.
Como nos permitimos deixar nosso amor acabar nesse estado, vendido e desconfiado.
Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.
Não quero mais nada que exista no mundo por sua interferência.
Não quero mais rastros de você no meu banheiro.
Assim, chega.
Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis.
Chega de climas, de choros, de silêncios abismais.
Para quê, me diz O que, afinal, eu ganho com isso A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar O tédio a dois essa é a minha parte no negócio Sinceramente, abro mão.
Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando.
Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa.
Não mesmo.
Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo.
Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei.
Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você.
Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco.
Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.
Bom, era isso.
Espero que esta carta consiga levantar você do estado deplorável em que se encontra.
Mentira.
Não espero nenhum efeito desta carta, em você, porque, aí, veria me torcendo pela sua morte.
Por remorso.
E como já disse, e repito, para deixar o mais claro possível, nunca mais quero saber de você.
Se, agora, isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem.
Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.

Sobre a Solidão
Entender é trancar se dentro da palavra.
Quem não sabe, quem não sabe, quem não quer saber de nada gruda a língua no céu da boca, não escuta e finge que não vê.
Entender é um outro nível da ignorância.
Bastaria um toque se fôssemos livres.
Não é preciso nenhum livro para quem pode não ler.
Se quisermos, amiga, não entendemos nada
Tem quem prefira os beijos às palavras.
Tem quem não viva sem um off dizendo não, o tempo todo.
Tem gente de tudo o que é tipo.
Só não devemos viver sem o sentido, sem a realidade, o objeto, o eu e o você.
Somos infelizes.
Jamais sobreviveríamos à liberdade de leves e inconsequentes ações.
Vamos, vamos logo subir essa escada que leva o amor ao último andar.
Estamos descalços e o mármore gela os nossos pés.
Sobe pelo corpo o tremor do castelo que desmorona.
Então vamos, segura firme no corrimão.
Respire fundo.
Subir tão alto dá vertigem e olhar para trás deixaria nos cegos.
Os erros são medusas intransigentes, arrancam as nossas lembranças boas e tatuam os desaforos e mágoas.
Por isso, marche! Ainda estou contigo.
Para ir até o fim da paixão deve se estar acompanhado.
Sinta o meu perfume enquanto o vento do tempo sopra esse bafo de mudança.
Se quiser, dou lhe o braço.
Entraremos no salão da grande dança.
A quadrilha dos desafortunados só começa quando o poeta recita a dor de um adeus.
Pronto.
Mais alguns passos e poderemos nos soltar no espaço.
Livres.
Serenos.
E tristes.
Vamos logo.
Não há mesmo como evitar a covardia.
Não há coragem para se ir até o fundo.
É isso, meu amor, agora só mais um degrau e você estará – de novo – em paz com o seu coração vazio.
Por isso, vamos!
O nada não inspira, não treme os sexos, não dá calafrios, nem ciúmes; Não cria o ódio, nem teme o abandono.
Ali você poderá descansar sem culpa, remorsos, sonhos estúpidos.
Amar proibido é muito.
Causa tanto estrago
E por isso, por tudo isso, vamos!
No final devo pedir perdão por tê lo tocado.
Agora pode largar a minha mão.
Pode partir.
Lembre se ou esqueça se de mim.
Coração quebrado tem cura: a paz de não precisar mais aguardar a perfeição que não existe.

Não posso mais roer os nervos enquanto as horas passam e você não aparece.
Preciso me poupar.
Não pretendo mais sofrer, depois, quando você sumir de vez.
Sofrer por amor é pura vaidade.
Vou olhar para retratos meus e, de novo, sentirei orgulho de mim.
Fotos minhas antes de você.
Quando eu ainda não tinha provado desse seu veneno vicioso.
Da saliva que se fez heroína.
Do cheiro que se fez lança perfume.
Deveria ter uma tabela antipaixão como as que fizeram para os tabagistas.
Marcaríamos um xis nas vezes em que pensássemos no outro.
Assumindo assim nossa fraqueza.
Contando as horas em que fôssemos capazes de esquecer.
Poucas, no meu caso, já que tudo me lembra você.
E de noite as coisas pioram.
Mas quero, e posso, vencer essa semana.
Sobreviver à abstinência de você por sete dias.
Ao éter da mentira, que deixou nos malucas e cegas.
Estávamos correndo descalças entre os destroços da cidade grande.
Seremos crianças Seremos julgadas como adultas.
Sendo a culpa toda sua, que acreditou no ar que respirava.
No sujo.
Na inveja.
Perdemos tudo na paisagem desolada dessa cidade.
Cidade feia.
E, no feio, nos perdemos.
Ou me perdi.
Sozinha.
Para depois ficar aqui, sentada no meio fio.
Eu Eu não sou somente boa.
Sou uma pessoa muito bonita.
Generosa e linda – e quem aguentar, aguentou.
Como prêmio, terá meu amor.
Saberá da minha verdade.
Dará boas gargalhadas.
Mas terá que suportar uma boa dose daquilo que sinto.
Pois, apesar de tudo ser diversão, nada é simples.
Nada é pouco quando o mundo é o meu.
No meu mundo, eu não sei onde andam aqueles, “os melhores”, que bebem bons vinhos e saboreiam trufas.
Queria saber se eles sentem, vagamente, pode ser vagamente mesmo, uma pontinha de nojo, ou de tristeza, porque vivem intensamente a baboseira dos vinhos e trufas, sem pensar em mim, nem querer estar comigo, nem com qualquer outra pessoa que não entenda picas de vinhos e tenha mais o que fazer do que pagar fortunas por lascas de fungo.