De que vale tudo isso Quanto vale a minha vida Já conheço os passos dessa estrada e sei que não vai dar em nada.
Rigel está de novo em prantos.
E ele tem todo o direito de chorar.
Ele tem todo o direito do mundo de bater com a cabeça na parede.
Quanta dor um homem suporta Quanto um coração aguenta de sofrimento Dá para morrer de amor ( )
Você sabe o que é perder Sabe.
Não há quem não saiba o que é perder.
Depositar tanto sonho em algo.
Sonhar é tão trabalhoso.
Imaginar um mundo de felicidades sem fim.
Lotado de paixão e sensualidade.
Passear com seu grande amor.
O amor de sua vida para sempre.
E esse amor vai ser para sempre lindo e charmoso.
Irá dizer coisas espirituosas para você no balcão de um bar cool.
E quando chover de repente, e você pensar em correr, o amor de sua vida – que é lindo, culto, corajoso – dirá que quem corre da chuva é rato e que nós somos homens, somos fortes e invencíveis.
O amor entupindo as veias de fé e imortalidade.
Nós já nos conhecemos desde outra encarnação e vamos nos amar para toda a vida celestial e eterna.
Uma eternidade sem fim.
Não, não há morte.
Ficaremos para sempre juntos.
( ) E não há paisagem que seja mais linda do que o rosto do seu amor.
Não há pôr do sol que valha desviar seu olhar do dela.
Eu te amo.
Eu também te amo.
Eu te amo mais.
Impossível.
Eu te amo o mundo.
Eu te amo o universo.
Te amo tudo aquilo que não conhecemos.
E eu te amo antes que tudo o que nós não conhecemos existisse.
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo mais do que a mim.
Já conheço os passos dessa estrada E, mesmo assim, estarei sempre pronto para esquecer aqueles que me levaram a um abismo.
E mais uma vez amarei.
E mais uma vez direi que nunca amei tanto em toda a minha vida.
Direi.
"Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração".
Rigel chora.
É um marmanjo chorando sozinho, sem conseguir tomar banho.
Não! Preciso reagir.
O que eu tenho, afinal Saudades.
Eu tenho saudades.